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Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente a Campanha Setembro Amarelo, com o objetivo de conscientizar a sociedade e prevenir os suicídios no Brasil. São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo.

Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. As razões podem ser bem diferentes, porém muito mais gente do que se imagina já pensou em suicídio.

Segundo estudo realizado pela UNICAMP, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.

A primeira medida preventiva é a educação. Durante muito tempo, falar sobre suicídio foi um tabu, havia medo de se falar sobre o assunto. Porém, saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil.

Podemos ficar atentos ao isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda. Essa ajuda pode vir de um amigo, parente, colega de trabalho ou escola, professores e de profissionais especialistas.

 

Foto:  Mateus Bonomi/agência de fotografia/Agif/estadão conteúdo

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (21), em uma reação a fala sobre pessoas com deficiências mentais.

Durante uma reunião em Brasília com ministros e governadores, para tratar de ações para prevenir a violência nas escolas, Lula disse que pessoas que possuem problemas mentais têm “desequilíbrio de parafuso”.

“A OMS sempre afirmou que na humanidade deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça”, disse.

Assinada pelo presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo da Silva, a carta criticou a atitude do presidente, a fez um convite para ajudar na luta contra a Psicofobia e a desassistência. “Escrevo essa carta aberta ao senhor com uma missão: combater o preconceito e a desassistência aos doentes mentais. Trabalho contra o preconceito desde sempre. Agora, 12 anos depois, nos sentimos mais uma vez atacados e agredidos”.

“Hoje temos no Brasil uma psiquatria de referência mundial, mas não conseguimos oferecer esse mesmo atendimento no serviço público, mesmo tendo nos dois serviços os mesmos profissionais de saúde. Ainda há muito por fazer e por isso contamos com o senhor para que juntos possamos acabar com a Psicofobia e com a desassistência em nosso país”.

Após as declarações, o presidente Lula utilizou as suas redes sociais para se desculpar. “Não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental”, disse.

Veja a íntegra da carta

“Escrevo essa carta aberta ao senhor com uma missão: combater o preconceito e a desassistência aos doentes mentais. Trabalho contra o preconceito desde sempre, mas em 2011 criei o neologismo Psicofobia para descrever o estigma que padecentes de deficiências e transtornos mentais vivem, fiz com a intenção de ajudar mais de 70 milhões de pessoas em nosso país. Agora, 12 anos depois, no mês (abril) dedicado a falarmos sobre a Psicofobia, nos sentimos mais uma vez atacados e agredidos.

Hoje eu lhe afirmo que 95% dos atos de violência no Brasil não são cometidos por deficientes e doentes mentais e que eles são mais vítimas de preconceito estrutural, violência do Estado e da sociedade. Isso precisa acabar!

Presidente, acredito que combater o preconceito significa também denunciar a desassistência e o abandono. Por isso convido o senhor para fazer parte da nossa campanha contra a Psicofobia e nos ajudar a acabar com todas essas violências. Sabemos que o tratamento da doenças mentais precisa ser multidisciplinar, com serviços de promoção da saúde, prevenção de doenças e assistência primária, secundária e terciária, com capacidade para exames médicos, com acesso a medicamentos psicotrópicos nas Farmácias Populares e acompanhamento terapêutico multidisciplinar.

Hoje temos no Brasil uma psiquatria de referência mundial, mas não conseguimos oferecer esse mesmo atendimento no serviço público, mesmo tendo nos dois serviços os mesmos profissionais de saúde. Ainda há muito por fazer e por isso contamos com o senhor para que juntos possamos acabar com a Psicofobia e com a desassistência em nosso país.

Despeço-me na certeza de que o senhor aceitará o nosso convite e estará ao nosso lado nessa campanha. Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Desde já agradecemos a atenção.

Cordialmente”

 

 

22
abr

Impunidade que gera violência…

Postado às 16:31 Hs

Diante dos avanços tecnológicos e sociais que favorecem a globalização e estimulam o desenvolvimento precoce, o jovem dos dias de hoje é muito diferente do adolescente de 1940, quando o Código Penal estabeleceu a maioridade penal a partir dos 18 anos. Para a psiquiatra forense Kátia Mecler, esse limite poderia ser diminuído para 16 anos, idade em que, segundo ela, o jovem já é capaz de entender o caráter ilícito de um ato e escolher entre praticá-lo ou não.

“Quando esse limite foi definido, há 70 anos, vivíamos uma época muito diferente. Hoje, o mundo é absolutamente permeado pela comunicação, por tecnologias avançadas, por estímulos intensos desde cedo e a gente percebe claramente que o desenvolvimento acelera também, ainda que a maturidade seja um processo longo, que pode durar uma vida inteira”, disse.

Kátia Mecler, vice-coordenadora do Departamento de Ética e Psiquiatria Legal da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), destacou que a redução da maioridade penal é uma tendência, principalmente, em países desenvolvidos que, geralmente, baseiam-se apenas no elemento cognitivo, ou seja, na capacidade do jovem de compreender se um ato é ilícito. Ela explicou que no Brasil também é considerado o elemento volitivo – a capacidade do jovem de decidir se irá praticar ato que compreende ser ilícito.

“O fato é que não existe um consenso, do ponto de vista mundial, que seja absolutamente científico para definir essa idade ideal. Ainda é um tema conduzido com tentativa e erro”, disse.

“No próprio Brasil, em códigos penais anteriores, eram imputáveis jovens a partir de 14 anos. Já tivemos uma maioridade menor, elevamos o patamar e, talvez, seja a hora de reduzir um pouco”, acrescentou.

O debate sobre a redução da maioridade penal voltou à tona nos últimos dias, após o assassinato do estudante Victor Hugo Deppman, 19 anos, durante um assalto em frente à sua casa no bairro de Belém, zona leste de São Paulo. O agressor era um adolescente de 17 anos que completou 18 dias depois. Com isso, ele cumprirá pena socioeducativa, pois o crime foi cometido quando ainda era menor.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que seu partido, o PSDB, deve apresentar ao Congresso um projeto para tornar mais rígido o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Uma das propostas é ampliar para oito anos o período de internação do menor infrator. Hoje, o tempo máximo de internação é três anos.

Fonte: Agência Brasil

abr 23
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