O pronunciamento de Arthur Lira ontem após a vitória de Lula não foi sem razão. O presidente da Câmara, ombreado por diversas lideranças partidárias, quis mostrar que o poder hoje em Brasília já não emana do Palácio do Planalto. E isso ficará ainda mais claro nos próximos meses.

Lira capitaneia neste momento uma iniciativa legislativa que pode reabrir o prazo para que partidos se unam em federações — o prazo havia se encerrado em maio. Com esse instrumento seria criada uma federação gigante, formada por PP, PL, PSD, União Brasil e até o Podemos. Calcula-se uma “bancada” superior a 260 parlamentares.

De cara, essa montagem partidária garante a reeleição de Lira no comando da Câmara — e até,  quem sabe, a manutenção de Rodrigo Pacheco na presidência do Senado, a depender dos compromissos que venha a assumir.

O efeito imediato é a ocupação das dez principais comissões em cada Casa, incluindo CCJ a Comissão de Orçamento, retirando do PT e seus aliados qualquer cargo de comando no debate legislativo.

Soma-se a isso, o poder inédito sobre um orçamento de R$ 38,7 bilhões em 2023, dos quais cerca de R$ 20 bilhões estão alocados nas emendas RP-9, o tal orçamento secreto. Recursos de investimento!

Com a faca e o queijo na mão, Lira já vem conversando com a Faria Lima para avançar nas pautas de reformas, as mesmas que o PT rejeitou durante toda a campanha. A interlocutores, o presidente da Câmara já avisou que só senta para negociar com o próprio Lula e sem garantias. Em resumo, sem o aval do grupo de Lira, Lula não vai governar.

O Antagonista

15
jan

Repercutindo: O jogo do poder

Postado às 11:35 Hs

Uma eleição que envolve as mais variadas conjecturas, que vão além das partidárias. Mais do que isso, não tem cor ideológica. Prevalece muito mais os pontos de negociações, com predominâncias sobretudo individuais. Assim é qualquer disputa que está em jogo o controle do Legislativo.

No caso do Congresso, a eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado, se apequena. Vai para a miudeza da política. Severino Cavalcanti, que Deus já chamou, é o mais legítimo exemplo do produto de um protesto coletivo do chamado baixo clero. Deputados anônimos impuseram uma derrota histórica a Lula na fase mais poderosa do seu Governo, elegendo Biu, como era tratado, presidente da Câmara.

Passadas duas décadas do efeito Severino, Arthur Lira e Baleia Rossi medem forças buscando voto a voto. Ambos são de centro direita, mas têm brigado pelos votos de governistas e oposicionistas, com um detalhe que chama atenção e que nunca foi objeto de pauta eleitoral na Câmara: a faca no pescoço para que, no caso de Baleia, de oposição, assuma o compromisso de abrir o processo de impeachment do presidente da República. Onde já se assistiu um absurdo de tamanha natureza!

Foi o PT que exigiu e Baleia teve que engolir, mas isso não tem a menor importância. Deputado petista por mais que acredite na palavra empenhada de Baleia sabe que afastamento de presidente são circunstâncias e não depende de presidente A ou B pôr em pauta. Mas essa eleição da Câmara que se avizinha tem de tudo.

E algo que chama muito mais atenção: a aposta de quem é mais governista ou bolsonarista entre Lira e Baleia. Difícil acertar. Baleia é cria do ex-presidente Michel Temer, é do MDB, partido da base e com histórico pessoal em votações favoráveis ao Governo. Lira é o chefe do Centrão. Precisa dizer mais alguma coisa?

Blog do Magno

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