Rodrigo Oliveira / Site do Sindifisco

Apesar de a inflação oficial do ano passado ter encerrado no menor índice desde 1998 – o IPCA fechou em 2,95% –, a defasagem da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) não para de aumentar. Está em 88,40%, conforme estudo do Sindifisco Nacional. O levantamento preenche o período de 1996 até agora.

“Ao se apossar daquilo que não tem direito, o governo achata a renda do trabalhador. Obriga-o a pagar mais imposto, dinheiro que poderia ser mais bem aplicado – na poupança, no aprimoramento da formação educacional, no consumo etc.”, criticou Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco Nacional.

Se a faixa de isenção atual chega aos contribuintes que ganham até R$ 1.903,98, se fosse corrigida livraria todo assalariado que ganha até R$ 3.556,56 de reter imposto na fonte. Representa dizer que essa diferença de R$ 1.652,58 pune as camadas de mais baixa renda. É importante lembrar também que a tabela do IRPF não vem sendo reajustada.

PAGA-SE MAIS – Isso, porém, não afeta somente o trabalhador de menor salário. Todas as demais faixas obrigam o contribuinte a pagar mais imposto de renda do que deveria. E piora à medida que os descontos permitidos no IR também são menores. O desconto por dependente, por exemplo, de R$ 189,59/mês (R$ 2.275,08 anual), deveria ser R$ 357,19/mês (R$ 4.286,28 anual). Com educação, se corrigido chegaria a R$ 6.709,90, mas, pela tabela de 2017, o teto foi de R$ 3.561,50.

“O prejuízo do contribuinte não ficou maior porque o IPCA de 2017 foi um dos mais baixos em quase 20 anos”, alertou Damasceno. O estudo também está disponível no site www.sindifisconacional.org.br.

Excelente e útil pesquisa será feita pelo sociólogo Jessé Souza, novo presidente do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), órgão subordinado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Seu objetivo é estabelecer a verdadeira dimensão da classe média no Brasil. Para tentar resolver um problema, a primeira premissa é conhecer a realidade dos fatos. Aqui na Tribuna da Internet, o grande jornalista Pedro do Coutto chama atenção para a disparidade dos dados da propaganda do governo (PT-base aliada) sobre o surgimento de nova classe média. Com toda razão, Coutto diz que é preciso levar em conta a real capacidade de consumo da população. É inegável que nos últimos 12 anos houve no Brasil alguma ascensão social, ou seja, mais famílias saíram da linha da miséria e da pobreza, para ascender à classe média baixa.
22
fev

[ Ponto de Vista ] Gosto de quero mais…

Postado às 9:36 Hs

A classe média está no radar de todas as campanhas presidenciais. Mais do que sempre esteve, porque agora inclui público muito maior que tem mostrado nas pesquisas qualitativas seus anseios com gosto de quero mais.

Depois da estabilidade da economia que marcou a eleição de Fernando Henrique Cardoso; dos ganhos sociais que levaram Luiz Inácio Lula da Silva aos píncaros da popularidade e da continuidade que elegeu Dilma Rousseff, o eleitor desta vez quer ouvir falar em melhoria de vida. Não de mera sobrevivência.

Exige condições decentes, não se conforma com o básico, almeja bem-estar, reciprocidade por parte do Estado a quem paga parcela substancial de seus salários em impostos, e está bem mais escolado na defesa contra promessas vãs.

É nesse cenário que os aliados dos três candidatos, a presidente e seus dois adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos, analisam com franqueza protegida pelo anonimato que a disputa não está fácil para ninguém.

O favoritismo de Dilma apontado nas pesquisas só é analisado com o otimismo de vitória no primeiro turno na conta matemática de manchete de jornal.

Com 43,5% de avaliação positiva, oscilação negativa de avaliação de governo e críticas generalizadas em setores que até pouco tempo elogiavam ou prestavam silêncio reverencial, no dizer dos correligionários não configuram um ambiente confortável.

Os oposicionistas tampouco soltam foguetes. Reconhecem que não capitalizaram esse descontentamento. Esperam fazê-lo mais à frente quando o jogo efetivamente começar.

Mas, o patamar de 17% para Aécio e 9% para Eduardo Campos não autorizam os festejos dessa mesma época em 2010 quando José Serra navegava em índices de 40%.

04
out

Dilma quer um país de classe média

Postado às 10:33 Hs

 

A presidente Dilma Rousseff disse em entrevista exclusiva ao Financial Times, publicada na edição desta quarta-feira do jornal britânico, que um dos ganhos importantes que o Brasil teve em quase dez anos de governo do Partido dos Trabalhadores (PT) foi conquistar uma população de classe média. “Nós queremos um Brasil classe média”.

O artigo do jornal afirma que um progresso notável foi feito para melhorar a sorte de milhões de pessoas em um país que continua tendo uma das sociedades mais desiguais do mundo. A publicação destaca, porém, que após quase uma década de condições globais amplamente favoráveis a economia brasileira parou de repente.

Perguntada sobre quais eram seus principais desafios, Dilma respondeu que o relaxamento da política monetária dos Estados Unidos, quando não acompanhado de políticas fiscais para absorver o empoçamento de liquidez, leva à desvalorização cambial e à inflação. “As políticas monetárias expansionistas que resultam em uma desvalorização da moeda são as políticas que criam assimetrias nas relações comerciais – assimetrias graves”, disse a presidente Dilma.

Mas a presidente reconhece que muitos dos problemas do Brasil são também locais. Os elevados custos do trabalho, a baixa produtividade, infraestrutura precária e alta tributação, com gastos do governo em 36% do Produto Interno Bruto (PIB), valor equivalente ao de muitos países europeus avançados, mas sem os mesmos níveis de eficiência, criaram uma situação em que a inflação surge sempre que a economia começa a crescer.

mar 28
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