Natal, para a maioria, é o dia de trocar presentes e se reunir com a família em volta de uma mesa farta. Alegria e confraternização. Dia da natalidade por excelência, nascimento do menino Jesus. Sim, do menino Jesus, não de Jesus Cristo. A condição crística da figura humana de Jesus será adquirida depois, mesmo sendo um predestinado desde o nascimento e até antes dele como os reis magos reconheceram. Cristo, entidade divina, é Filho de Deus. Não teria sentido que um filho de Deus precisasse brincar de menino por mais de dez anos. A condição crística veio progressivamente tomando conta do Jesus que nasceu em Belém. Em etapas distintas marcam essas transformações nos Evangelhos. Depois do nascimento, o segundo degrau rumo ao “Cristo” aparece e se manifesta discursando eruditamente com os sacerdotes no templo, e os pais se surpreendem ao encontrar “outro iluminado” diferente do menino que criaram. O terceiro degrau, depois de um longo período de silêncio dos Evangelhos, se dá a partir do batismo no Jordão, aos 30 anos. Nessa ocasião o Jesus “erudito” recebeu o “Cristo” em si, e iniciou sua missão mais importante de divulgação da nova doutrina que supera o “olho por olho” judaico.