08
jul

Detonando

Postado às 14:01 Hs

A nova delação do fim do mundo terá acusações contra 50 deputados.

No acordo que negocia com a Lava-Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha promete contar histórias desabonadoras que envolvem pelo menos meia centena de parlamentares – a maioria ,destinatária de propinas de esquemas montados em estatais e fundos de pensão. Entre os relatos, há também casos de deputados que o procuraram às vésperas de sua cassação, em setembro de 2016, para oferecer o voto em troca de pagamento – um deles pediu 1 milhão de reais para ajudar a livrá-lo no Conselho de Ética.

Tão logo entregue os capítulos da proposta de delação premiada, o que é esperado para esta semana entre os auxiliares de Janot, o ex-deputado será cobrado a apresentar provas do que diz. A negociação, diz um auxiliar do procurador, será dura: “Ele vai ter que apresentar provas. Não basta só falar”. Entre os investigadores, é consenso que Cunha terá de ficar mais um tempo atrás das grades, a exemplo do empreiteiro Marcelo Odebrecht. As chances de ele receber um perdão judicial, como ocorreu com os donos da JBS, são próximas de zero. As informações são da revista Veja.

Via  Agência Estado

Milhões de pessoas que foram às ruas em junho de 2013 não pediram a aprovação da Lei 12.850, que regulou as delações premiadas. Mas a mudança legal – parte do pacote aprovado pelo Congresso em resposta aos protestos – abriu o caminho para que o número de prisões temporárias e preventivas e os flagrantes de suspeitos de desvio de verbas públicas no país fosse multiplicado por quatro de 2013 para 2016.

Números da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), da Polícia Federal, mostram que, no ano passado, dez pessoas foram presas a cada semana por agentes federais em operações de combate ao desvio de verbas públicas. Em 2013, antes da aprovação da lei sobre colaboração premiada, esse número não chegava a três por semana (2,5 em média).

ESTATÍSTICAS – O jornal “O Estado de S. Paulo” analisou dados de 2.325 operações da PF no país de 1º de janeiro de 2013 a 31 de março deste ano. As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação.

“O marco disso é a lei de 2013”, afirmou a delegada Tânia Prado, presidente do Sindicato dos Delegados da PF. Para ela, a legislação que emparedou o mundo político dificilmente passaria hoje no Congresso. “Ela foi aprovada no contexto da pressão popular. Devem (congressistas) ter achado que era bom para prender traficante”, opina.

Em 2013, a PF fez 302 operações de combate a organizações criminosas – desde as envolvidas com crime comuns, como tráfico de drogas, até as especializadas em delitos financeiros. Em 2016, esse número aumentou 205%, chegando a 922. Já no primeiro ano depois da lei, em 2014, o número de prisões concedidas pela Justiça e flagrantes nessas operações chegou a 2.798 e somou 4.122 em 2016 – aumento de 771% em comparação com as 473 registradas em 2013.

DIVISOR DE ÁGUAS – Para o procurador da República Rodrigo De Grandis, a lei foi “um divisor de águas no combate à corrupção”. “Não havia o procedimento de como se fazer a colaboração premiada e hoje ela é fundamental”, avalia. No caso das operações de combate ao desvio de verbas públicas, as prisões passaram de 135 (2013) para 524 (2016) – crescimento de 288%. De Grandis disse que, hoje, o combate à corrupção é uma prioridade na PF e no Ministério Público Federal (MPF).

Os números da PF mostram que não só as prisões de suspeitos de corrupção aumentaram, mas as de todos os demais tipos de organizações criminosas, como a de traficantes. Ou seja, a lei afetou as máfias de forma indistinta – a exceção foram os crimes financeiros. “É mais difícil obter uma prisão por crime financeiro. A materialidade do delito é mais complexa”, disse De Grandis. Para ele, “culturalmente”, a tendência é achar que o crime com sangue merece uma resposta mais severa da sociedade.

MAIS PRISÕES – Para o criminalista Roberto Podval, há uma escalada de prisões preventivas no país nos últimos anos. “Mudou a cultura com relação à prisão no Judiciário. Saímos da impunidade absoluta para os crimes econômicos para a punibilidade absoluta, que está nesse momento. A tendência é que a gente chegue ao meio-termo. Se houve uma banalização da corrupção, houve também uma banalização das prisões provisórias”, avalia.

Por trás do aumento das operações e das prisões, especialistas apontaram ainda razões tecnológicas, como a criação de bancos de dados e laboratórios de combate à lavagem de dinheiro.

Homem Bomba: Delcídio mete medo, na revista Istoé

Na terça-feira 8, Brasília ainda ardia com os detalhes da carta que Michel Temer enviara à presidente Dilma Rousseff na noite anterior, quando o advogado Antonio Bastos cruzou os portões da sede da Polícia Federal na capital da República. Defensor de personagens chaves do maior escândalo de corrupção que já veio à tona no País, como o doleiro Alberto Youssef e o empresário Ricardo Pessoa, Bastos foi à PF visitar o mais novo e ilustre encarcerado da Operação Lava Jato. Por mais de uma hora o advogado teve uma conversa dura e franca com o ainda senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, acusado de tentar sabotar a Lava Jato com um mirabolante plano para tirar do País o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Preso há três semanas em uma sala improvisada na sede da PF, Delcídio capitulou. Decidiu fazer uma delação premiada e escolheu Antônio Bastos como seu estrategista para convencer o Supremo Tribunal Federal a aceitar uma redução de pena com base no que ele tem a contar. A informação de que Delcídio decidiu jogar a toalha causou calafrios em gente graúda no Planalto. E a razão disso não é exatamente porque se trata de um ex-líder do governo no Senado, com trânsito livre com Dilma Rousseff e a cúpula do governo. Os temores, bastante justificáveis, encontram lastro na vasta experiência que Delcídio acumulou na própria Petrobras e seu papel protagonista em alguns dos negócios mais cabeludos envolvendo a estatal nas últimas décadas. Delcídio tem muito a contar.

Em seu extenso currículo de negócios agora suspeitos, o senador do Mato Grosso do Sul, por exemplo, é apontado como um dos padrinhos da indicação de Nestor Cerveró para o cargo de Diretor Internacional da Petrobras. De acordo com investigações da força tarefa da Lava Jato, Delcídio seria um dos beneficiários das gordas propinas distribuídas após a compra da Refinaria Pasadena, nos Estados Unidos, e poderia descrever uma suposta participação da presidente Dilma no negócio. Apenas ele teria recebido algo como US$ 1,5 milhão. Delcídio do Amaral também é apontado como um dos destinatários de valores desviados de contratos de locação de navios-sonda, uma negociata que também envolveria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Delcídio é, ainda, o cupido que aproximou o pecuarista José Carlos Bumlai, outro preso pela Lava Jato, do ex-presidente Lula.

Antes mesmo de fechar o acordo de delação, Delcídio já começou a falar. Em depoimentos dados à Polícia Federal, o senador citou a presidente Dilma Rousseff algumas vezes. Afirmou, por exemplo, que Dilma conhecia Cerveró de longa data, desde os tempos em que era secretária de Energia do Rio Grande do Sul, na gestão de Olívio Dutra. Ex-tucano, o senador também teria citado casos de corrupção ocorridos na Petrobras durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando ele comandou a diretoria de Gás e Energia na estatal. De acordo com o próprio Cerveró, Delcídio também tem detalhes da distribuição de propina pela Alstom nos governos tucanos. Como se vê, se Delcídio falar o que sabe não terá muitos problemas em conseguir ir para casa com uma tornozeleira eletrônica.

abr 19
sexta-feira
14 07
ENQUETE

Você acha que o brasileiro acostumou-se com a Corrupção ao longo do tempo ?

Ver resultado parcial

Carregando ... Carregando ...
PREVISÃO DO TEMPO
INDICADOR ECONÔMICO
49 USUÁRIOS ONLINE
Publicidade
  5.953.537 VISITAS