Reprodução 

O ministro interino do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Ricardo Cappelli, afirmou nesta 3ª feira (25.abr.2023) que as imagens das câmeras de seguranças do Palácio do Planalto durante os atos extremistas do 8 de Janeiro divulgadas pela CNN Brasil foram editadas “para dar a entender” que o general de Gonçalves Dias, ex-chefe da pasta, “estava em um espaço-tempo que ele não estava”.

“As imagens vazaram e houve ali uma edição cronológica para incluir, para dar a entender que o general de Gonçalves Dias estava em um espaço-tempo que ele não estava. Inclusive, é uma opção jornalística que eu tenho dificuldade de compreender, de borrar alguns rostos sem nenhuma necessidade”, declarou em entrevista ao canal GloboNews.

Na 4ª feira (19.abr.), a CNN tornou públicos registros em que Dias e outros integrantes do GSI aparecem no dia da invasão ao Planalto com extremistas que invadiram a sede do governo federal. Na mesma data, o general pediu demissão.

Segundo Cappelli, as imagens não foram publicizadas antes pelo GSI por duas questões: “1º, que essas imagens constituem provas de um inquérito que estava sob sigilo no Supremo Tribunal Federal, então, tinha uma interpretação de que as imagens acompanhavam o sigilo do inquérito. E a 2ª diz respeito à segurança do próprio Palácio do Planalto.”

O ministro interino também afirmou que “com certeza” houve falha por parte das forças de segurança. Entretanto, disse considerar que o general Gonçalves Dias seria uma “vítima” do que se deu na invasão de extremistas no 8 de Janeiro.

“Não é possível que a gente, por uma falha de segurança, por exemplo, uma falha eventual de planejamento, tente transformar o general G. Dias ou o chefe da segurança da Câmara, do Senado e do STF –que são vítimas daquilo que aconteceu– em culpados”, disse.

Poder 360 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Antes mesmo de ser instalada oficialmente, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro já deflagrou uma disputa acirrada entre governo e oposição na busca pelos principais cargos do colegiado. A oposição, que foi a principal articuladora do pedido da CPMI, promete não abrir mão de ter a relatoria do colegiado, considerado o cargo mais importante.

“A CPMI está consolidada e agora o governo agora vai tentar aparelhar e controlar a comissão. Não irá conseguir”, enfatizou ao Congresso em Foco o líder da Oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN).

A sessão do Congresso para a instalação do colegiado está marcada para ocorrer na próxima quarta-feira (26). Só após é que serão escolhidos os parlamentares que irão compor a estrutura do colegiado, divididos entre Câmara e Senado. As duas casas também se dividem entre os cargos mais importantes, que são a presidência e a relatoria. Nos bastidores, os parlamentares da oposição já admitem abrir mão da presidência, mas não da relatoria.

Essa, os opositores do governo Lula não querem perder a chance de comandar, ainda mais depois que o governo se viu obrigado a aceitar a instalação do colegiado. A mudança de postura do governo ocorreu que o general Gonçalves Dias deixou o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), diante do vazamento de gravações das câmeras de segurança do Palácio do Planalto, que revelaram ele e outros oficiais do GSI circulando pelo prédio em meio à invasão, e interagindo com os vândalos.

 Congresso em Foco

Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tomará as decisões relacionadas ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) quando retornar ao Brasil. O presidente está em Portugal e na próxima terça-feira (25) parte para a Espanha, em sua primeira viagem oficial à Europa.

“Vou decidir essas coisas do GSI quando eu voltar. Vou tomar a decisão que eu achar mais importante para o Brasil”, disse Lula em entrevista coletiva de imprensa, ao ser questionado se manterá o gabinete e, se mantido, se será comandando por um militar ou civil.

Nesta semana, o ministro do GSI general Gonçalves Dias pediu exoneração do cargo após a divulgação de imagens em que aparecia junto com outros funcionários da pasta dentro do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Com a crise, o governo discute como reestruturar o órgão e suas atribuições. Ontem, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro da Silva, afirmou ao chegar a Portugal, onde acompanha a visita de Lula, que a interinidade de Ricardo Cappelli na chefia do GSI deve durar pouco e defendeu que “não é hora de mudar o perfil do comando”, sugerindo a continuidade de um militar à frente da pasta.

Terra

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (21). O depoimento ocorre após a CNN revelar imagens exclusivas de Dias no Palácio do Planalto.

A CNN teve acesso à integra do depoimento. Veja:

“Inquirido a respeito dos fatos investigados, RESPONDEU:

QUE é General de Divisão da Reserva;

QUE esteve à frente do Gabinete de Segurança Institucional, nomeado dia 01 de Janeiro de 2023, em exercício no dia 02 de Janeiro de 2023 e exonerado a pedido no dia 20 de abril de 2023;

QUE já havia trabalhado no GSI anteriormente, de 2002 a 2010, no Departamento de Segurança;

QUE ao ser nomeado chefe do GSI não foi tratado com o Presidente da República ou outra autoridade a respeito das manifestações antidemocráticas que estavam ocorrendo desde o resultado das eleições presidenciais em 2022;

QUE isso já estava sendo tratado pela equipe de transição e essa era uma das pautas de preocupação da equipe de transição;

QUE ao assumir no dia 02 de Janeiro, durante cerca de 5 dias estava ainda se ambientando as funções, haja vista que não houve passagem de função com o Ministro anterior;

QUE dentro do GSI existe a Secretaria de Coordenação de Segurança Presidencial, que avalia o nível de criticidade de eventuais movimentos que estejam acontecendo no território nacional a partir de informações recebidas de outros órgãos e agências, principalmente de secretarias de segurança pública;

QUE deixa registrado que o acompanhamento dos movimentos são de atribuição do Ministério da Justiça, Secretaria de Segurança Pública e Ministério da Defesa;

QUE o declarante fez parte da equipe de transição responsável pela parte de segurança do Presidente da República e que houve reuniões para tratar da segurança da posse presidencial em que esses movimentos antidemocráticos foram considerados na C1CCR – Centro Integrado de Comando e Controle Regional da SSP/DF, frisando-se, antes da posse presidencial;

QUE, indagado sobre o movimento de instalação de acampamentos em frente aos quartéis do Exército, afirma que é uma área militar e há um regulamento que prevê a desocupação;

QUE sua função como chefe do GSI não se confunde com as atribuições de militares das forças armadas;

QUE cabia ao Exército Brasileiro fiscalizar e regular e, se fosse o caso, retirar os acampamentos;

QUE não tem conhecimento a respeito de ações radicais que ocorreriam em manifestação na cidade de Brasília entre 06 e 08 de Janeiro;

QUE respondeu achar um absurdo o GSI não ser convidado para participar da reunião na SSP/DF onde foi delimitada no Plano de Ações Integradas (PAI) as atribuições das instituições de Estado;

QUE no GSI a Secretaria de Coordenação de Segurança Presidencial chefiada à época pelo General FEITOSA deveria ter sido convidada pela SSP para a participar da reunião;

QUE não sabe qual pessoa da SSP que deixou de convidar o GSI para a reunião;

QUE o GSI sempre é convidado a participar, inclusive participou da reunião para elaboração do PAI referente à Posse Presidencial;

QUE estes convites só existem quando há manifestações; QUE o GSI não recebeu o PAI referente aos atos, n° 1609468/2023;

QUE não tem conhecimento se havia agentes de inteligência da ABIN ou outros do GSI monitorando o acampamento;

QUE nos 5 dias de sua gestão, período antes dos ataques, não ordenou esse monitoramento por agentes dessas instituições;

QUE a ABIN era diretamente ligada ao Gabinete do GSI e todas as informações eram direcionadas diretamente ao chefe do GSI;

que, indagado se recebeu informações de inteligência da ABIN a respeito do aumento de fluxo de ônibus e chegada de pessoas após 6 de Janeiro a BSB, informou que não recebeu qualquer relatório de inteligência;

QUE a CCA1 do Congresso Nacional solicitou ao GSI que encaminhasse todas informações de inteligência que envolvessem os atentados do dia 8 de Janeiro;

QUE o GSI encaminhou mensagens compiladas em grupos de aplicativos à CCAI;

QUE o declarante apenas teve conhecimento dessas mensagens ao solicitar à ABIN o encaminhamento para a CCAI;

QUE nessas mensagens do dia 2 ao dia 7 não havia informações relevantes;

QUE ressalta que o acampamento em frente ao Quartel General do Exército estava pouco ocupado e praticamente desmobilizado;

QUE no dia 7 houve incremento na chegada de ônibus em Brasília;

QUE as mensagens do dia 8 pela manhã constavam pessoas fazendo discursos exaltados, ameaçando invadir prédios públicos da República;

QUE o compilado de mensagens não pode ser considerado tecnicamente um relatório de inteligência para produção de conhecimento para assessorar a decisão do gestor;

QUE não sabe informar se esses informes da ABIN levaram em consideração informações passadas pelas PRF e ANTT;

QUE nesse período recebeu vários relatórios da ABIN, mas nenhum tratando das manifestações;

QUE não recebeu orientações ou ordens de superiores militares ou agentes políticos para tolerar esses grupos de manifestantes;

QUE, indagado sobre as providências que adotou para proteger o Palácio do Planalto e a Chefia do Poder Executivo do dia 06/01 ao dia 08/01, respondeu que houve a adoção do plano Escudo, dentro do nível de criticidade avaliado pela Secretaria de Coordenação de Segurança, subordinada ao GSI, coordenada pelo General FEITOSA;

QUE em relação ao efetivo regular de emprego de agentes de segurança do GSI é importante verificar com o Gen. FEITOSA, que era o responsável,

QUE no dia 07/01 o efetivo do GSI, dentro da classificação de risco, era regular;

QUE no dia 08/01, ao perceber a ineficiência das forças de segurança distritais para conter os ânimos exaltados e ações criminosas de alguns manifestantes, solicitou reforço por volta de 14:50 de efetivo ao Comando Militar do Planalto – CMP;

QUE caso o nível de criticidade fosse alto, conseguiria utilizar todo o efetivo do Comando Militar do Planalto e, conforme a necessidade, acrescidas outras tropas como ocorreu na posse presidencial;

QUE teve informação do Cel. GARCIA, que é o chefe de segurança das instalações, que havia 45 agentes de Coordenação Geral de Segurança, 46 militares do 1° Regimento de Cavalaria de Guardas e 1 Pelotão de Choque de Reforço com 38 militares do Batalhão da Guarda Presidencial;

QUE não tem conhecimento se estava sendo utilizada a guarda verde, mas que, em razão das funções específicas desse grupamento, não seria um absurdo se não fosse utilizada;

QUE, indagado a respeito das declarações do Gen. DUTRA, ex-comandante militar do Planalto, de que o Coronel ALEXANDRE SANTOS DE AMORIM, que era Coordenador de Avaliações de Risco do GSI, havia classificado o evento como “risco laranja”, afirma que não teve conhecimento antes do dia 8 de Janeiro de qualquer documento por ele produzido nesse sentido;

QUE, ao abrir a sindicância para apurar as circunstâncias do evento, chegou ao seu conhecimento que houve a produção dessa informação pelo coordenador citado, mas não se recorda, nesse momento, qual era a classificação de risco informada no documento;

QUE a sindicância deve terminar até o final deste mês e deverá ser encaminhada ao STF;

QUE não tem informações decoradas sobre como a segurança do Palácio do Planalto deve ser empregada no cenário de risco laranja, mas estas devem estar no Plano Escudo;

QUE não sabe dizer qual a classificação de risco para o evento de 08 de Janeiro e se seria de normalidade;

QUE o responsável pela classificação de risco do evento seria o Gen. FEITOSA;

QUE não sabe em que dados o GSI se baseou para classificar o risco do evento;

QUE tem conhecimento que o Palácio do Planalto, foi invadido as 15h41min;

QUE o declarante chegou no Palácio do Planalto por volta de 14h50min e viu a multidão conseguir superar o bloqueio da PMDF e partir em direção do Palácio do Planalto;

QUE havia uma tropa da PM na altura do início do estacionamento e foi retraindo conforme a pressão dos manifestantes e isso abriu espaço para eles subirem a rampa;

QUE uma outra parte da multidão entrou pela lateral superando o combate do pelotão do exército, que lançava gás lacrimogênio e elastômetro;

QUE inicialmente entraram quebrando as vidraças;

QUE estima-se que o pelotão do exército do BGP era composto por cerca de 30 homens;

QUE os militares e policiais militares mostraram boa combatividade, inclusive testemunhado pelo próprio declarante que estava no momento da invasão;

QUE antes da invasão ao chegar no Palácio do Planalto, por volta de 14h50min ligou para o Gen. DUTRA e pediu reforço de tropa e ele informou que estava providenciando;

QUE é possível o declarante ter entrado no Palácio do Planalto as 16h;

QUE até a entrada do declarante no Palácio do Planalto, o declarante não viu a tropa de reforço do exército chegar, mas isso não quer dizer que ela não tenha chegado;

QUE sabe que ao final da operação o total de militares era de 487 e de policiais militares era de 520;

QUE não tem conhecimento se houve demora injustificada do exército;

QUE ao entrar no prédio do Palácio do Planalto se dirigiu ao 4° andar e verificou que havia invasores e estavam sendo retirados por agentes do GSI e após descer para o 3° andar fez uma varredura e encontrou outros invasores na sala contígua e conduziu essas pessoas a saída, após as portas de vidro;

QUE nesse momento ligou para o Cel. VANDELI e solicitou que ele requisitasse o Choque da PM e apoiasse a realização das prisões;

QUE indagado por que no 3° e 4° piso conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo;

QUE o declarante não tinha condições materiais de sozinho efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andar, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado;

QUE já havia dado ordem ao Cel. VANDERLI e Cel. ROGERIO para que essas prisões fossem feitas;

QUE não deu ordem para evacuar os invasores do prédio, mas se porventura algum de seus subordinados deu essa ordem, não foi de seu conhecimento;

QUE a ordem era de prisão e foram efetuadas mais de 200 prisões;

QUE indagado a respeito de o Major JOSÉ EDUARDO NATALE DE PAULA PEREIRA haver entregue uma garrafa de água a um dos invasores;

QUE deve ser analisado pelas circunstâncias do momento os motivos do major, mas que se tivesse presenciado o teria prendido;

QUE as imagens divulgadas pela imprensa apresentam uma possível proximidade física e temporal do declarante com a conduta do MJ. JOSÉ EDUARDO;

QUE na verdade houve um corte e edição na gravação de aproximadamente 30 minutos, ficando claro que não estava no mesmo tempo em que ele entregou a garrafa de
água;

QUE todas as pessoas que aparecem nos vídeos do 3° piso da já foram identificadas e os nomes encaminhados pelo atual ministro interino do GSI ao Ministro do STF ALEXANDRE DE MORAES;

QUE confirma as declarações do Gen. DUTRA de que na noite dos atentados de 8 de Janeiro, ele entendeu não ser conveniente e seguro a prisão dos vândalos naquele momento sem planejamento e em razão dos ânimos exaltados e a presença e de famílias, idosos e crianças;

QUE ao receber telefonema do Gen. DUTRA passou seu telefone ao Presidente da República para que argumentasse diretamente com ele;

QUE não sabe dizer se o Gen. DUTRA convenceu o Presidente, mas de fato a operação ocorreu no dia seguinte;

QUE indagado se o declarante entende se houve apagão da inteligência, respondeu que acredita que houve um “apagão” geral do sistema pela falta de informações para tomada de decisões;

QUE todas as filmagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de Janeiro foram fornecidas integralmente as instituições do Estado, sem omissão de possíveis filmagens;

QUE entrega um documento de Título “Imagens do sistema de vídeo monitoramento” com duas páginas e o documento de título “Quadro resumo de eventos registrados – 08 de Janeiro de 2023” com duas páginas.

Nada mais havendo, este Termo de Declarações foi lido e, achado conforme, assinado pelos presentes.”

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília, nesta sexta-feira (21), a partir das 9h, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

GDias, como é conhecido, pediu demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a divulgação de imagens com exclusividade pela CNN que o mostram no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos contra os Três Poderes em 8 de janeiro.

Na decisão divulgada na quinta-feira (20), Moraes determinou que a PF identifique todos os militares que aparecem nos vídeos e informe se eles já foram ouvidos. “Caso não tenham sido ouvidos, os depoimentos devem ser realizados em 48 (quarenta e oito) horas”, determinou o ministro.

“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, disse Moraes, em referência ao material divulgado pela CNN na quarta-feira (19).

CNN Brasil

Foto: Ricardo Stuckert

O governo Lula avalia acabar com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, segundo fontes próximas ao presidente ouvidas nesta quarta-feira (19) pela CNN.

Ainda de acordo com aliados de Lula (PT), houve quebra de confiança; o presidente não acredita no GSI atual, e as investigações o ajudarão a tomar a decisão.

O ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão após reportagem exclusiva da CNN exibir imagens dele no Palácio do Planalto durante a invasão em 8 de janeiro.

Interlocutores de Lula defendem, desde a transição, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a segurança presidencial sob comando da Polícia Federal sejam alocadas em uma nova secretaria a ser criada diretamente no Palácio do Planalto.

Logo no início do ano, no começo do terceiro mandato de Lula, o GSI teve suas funções esvaziadas com a criação da Secretaria Extraordinária de Segurança Aproximada, cuja atuação está prevista para durar até 30 de junho.

Fontes do Planalto relatam ainda à CNN que essa Secretaria Extraordinária — que cuida da segurança do presidente, a cargo da PF — pode se tornar permanente. Essa ideia já vinha circulando há algum tempo no Planalto e já há policiais sendo treinados em Brasília para isso.

A postura do general Gonçalves Dias no dia 8 de janeiro com relação aos criminosos que invadiram o Palácio do Planalto e perante seus subordinados, os agentes que faziam a segurança da sede da Presidência, tornou insustentável sua permanência no cargo, na avaliação do governo.

CNN Brasil


Foto: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Deu-se o inimaginável: de estilingue, o governo Lula conseguiu a proeza de passar à condição de vidraça no caso do 8 de janeiro. O Planalto caiu de ponta-cabeça no centro de uma CPI do Golpe tramada por bolsonaristas que deveriam temer as investigações. Deve-se o paradoxo à divulgação de um vídeo que exibe o general Gonçalves Dias, responsável pela segurança da Presidência, circulando no meio dos invasores da sede do governo.

Em vez de dar voz de prisão aos vândalos golpistas, Gonçalves Dias, velho amigo de Lula, abriu portas e indicou rotas de saída, pela escada, no andar do gabinete presidencial. Lula viu-se compelido a fazer por pressão o que deixou de realizar por opção. Com 101 dias de atraso, empurrou o general que havia acomodado na chefia do GSI, Gabinete de Segurança Institucional, para fora do Planalto pela porta de incêndio.

A CPI que o governo tentava evitar tornou-se incontornável. Lula teve a oportunidade de avalizar uma investigação parlamentar conduzida por seus apoiadores no Senado. Preferiu travar a iniciativa. Agora, terá que se equipar às pressas para lidar com uma CPI mista proposta pelo deputado bolsonarista André Fernandes. Esse parlamentar é um dos investigados no inquérito do Supremo Tribunal Federal sobre o Capitólio brasiliense. É acusado de incentivar a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Nas pegadas do 8 de janeiro, Lula havia declarado que as portas do Planalto foram abertas para os invasores. Agora, verifica-se que o próprio presidente ofereceu material para que a oposição invada o seu governo, explorando a mentira segundo a qual a tentativa de golpe foi obra de petistas uniformizados de verde e amarelo para incriminar Bolsonaro.

Em política, todo o mal começa com as explicações. Tudo o que precisa ser explicado não é bom. Revelou-se premonitório um prognóstico feito há mais de três meses pelo senador Renan Calheiros, aliado do governo. em matéria de CPI, como no futebol, “quem não faz leva.”

Fonte: Josias de Souza

O general Gonçalves Dias pediu, há pouco, demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O pedido ocorre após vídeo mostrando o ministro no Palácio do Planalto durante invasões golpistas de 8 de janeiro.

O pedido foi feito após reunião com Lula e chefes de outras pastas, no Palácio do Planalto. O general da reserva é o primeiro ministro a deixar o governo no terceiro mandato de Lula. A atuação do GSI durante os atos de 8 de janeiro, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, é alvo de críticas.

A presença e a atuação de Dias no Palácio do Planalto, sede do Executivo, no dia dos atos foi divulgada em vídeo pela CNN Brasil. As imagens mostram Gonçalves Dias e funcionários do GSI circulando entre os invasores no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Um dos funcionários do GSI conversa com invasores e os cumprimenta. Outro trecho mostra servidores do órgão entregando água aos vândalos.

 

 

(mais…)

Foto: Sergio Lima / AFP

Os atos contra a sede dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília, aceleraram as decisões do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no que diz respeito a mudanças em postos estratégicos da Segurança Pública e Defesa.

Nas ações mais recentes, no meio desta semana, 26 dos 27 superintendentes regionais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram trocados. A cúpula da corporação nos estados e no Distrito Federal era vista por aliados do presidente como “ninho bolsonarista”.

Principalmente por conta da postura de alguns integrantes da PRF, que intensificaram a fiscalização nas rodovias no segundo turno das eleições. O que, segundo apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teve intuito de impedir alguns eleitores de votarem.

Os nomes dos novos superintendentes não foram anunciados. Na mudança geral, apenas o superintendente do Piauí foi mantido.

Nesta semana, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública também anunciou trocas nas direções regionais da Polícia Federal. Houve substituição em 18 estados. Entre eles o Rio de Janeiro, que terá à frente da Polícia Federal (PF) Leandro Almada da Costa. O delegado investigou a atuação da Polícia Civil no caso Marielle Franco. O inquérito concluiu que houve obstrução na investigação do assassinato da vereadora e do motorista dela, Anderson Gomes.

“As nomeações marcam o início de novos tempos que demandam novas formas de gestão, com foco no senso de pertencimento dos servidores, na governança e na transformação organizacional”, explicou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a respeito das mudanças.

Militares

Nesta semana, a Presidência da República também dispensou 40 militares de baixa patente que atuavam no Palácio da Alvorada. Todos exerciam funções administrativas. Outros 15 militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram exonerados logo em seguida. E para os próximos dias está prevista a mudança de parte da cúpula do GSI. Entre eles estão o número dois da pasta e o responsável pela segurança pessoal do presidente e dos palácios do Planalto, da Alvorada, Jaburu e Granja do Torto.

Nos últimos dias, Lula deixou claro que não confia em ter qualquer militar à sua volta. “Agora, por exemplo, eu não tenho ajudante de ordens. Meus ajudantes de ordens são meus companheiros que trabalharam comigo antes. Por que eu não tenho? Eu pego o jornal, está o motorista do Heleno dizendo que vai dizendo que vai me matar e que eu não vou subir a rampa. O outro diz que vai me dar um tiro na cabeça e que eu não vou subir a rampa. Como é que eu vou ter uma pessoa na porta da minha sala que pode me dar um tiro? Então, eu coloquei como meus ajudantes de ordem os companheiros que trabalham comigo desde 2010, todos militares”, reclamou o presidente. Na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), as ações também ocorrem de maneira mais discreta.

Todos os diretores da instituição foram substituídos logo após a posse do novo presidente. No entanto, trocas pontuais internas estão sendo feitas, sobretudo com o intuito de retirar militares que foram cedidos ao órgão na gestão passada.

 CNN Brasil

15
out

@ @ É NOTÍCIA … @ @

Postado às 20:44 Hs

  • A cotação da moeda norte-americana encerrou o primeiro pregão da semana em queda de 1,18%, cotado a R$ 3,73 para venda, invertendo a tendência de alta dos últimos dois pregões da semana passada.O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou hoje em alta de 0,53%, com 83.359 pontos. Os papéis das empresas de grande porte, chamadas de blue chip, também fecharam valorizadas hoje, com as ações das Petrobras subindo 2,41%, Vale com alta de 2,27%, Itaú subindo 1,01% e Bradesco subindo 0,63%.
  • A Secretaria da Receita Federal paga, hoje, as restituições referentes ao quinto lote do Imposto de Renda de Pessoas Físicas de 2018. Este lote também inclui restituições residuais de 2008 a 2017. As consultas foram liberadas no último dia 5. Ao todo, serão pagos R$ 3,3 bilhões para 2.532.716 contribuintes. Desse valor total, R$ 3,157 bilhões referem-se ao quinto lote do IR de 2018, que contemplará 2.459.482 contribuintes. Do valor total de restituições, a Receita Federal informou que R$ 171 milhões referem-se aos contribuintes idosos, com mais de 60 anos, ou com alguma deficiência física, mental ou moléstia grave, além daqueles cuja maior de renda seja o magistério.
  • Os boletos com valor a partir de R$ 100, mesmo vencidos, poderão ser pagos em qualquer banco. A medida entrou em vigor no último sábado (13) e o primeiro dia útil de compensação dos documentos é hoje (15). A medida faz parte da nova plataforma de cobrança da Federação Brasileira de Bancos (), que começou a ser implementada em julho do ano passado.Para serem aceitos pela rede bancária, em qualquer canal de atendimento, os dados do boleto precisam estar registrados na plataforma. Segundo a Febraban, os clientes que tiverem boletos não registrados na Nova Plataforma, rejeitados pelos bancos, devem procurar o beneficiário, que é o emissor do boleto, para quitar o débito diretamente.
  • A presidente do TSE, Rosa Weber, convocou para terça-feira (16) uma reunião com os coordenadores de campanha de Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. O objetivo do encontro é formalizar um pacto para combate a fake news no segundo turno. Haddad já propôs um acordo, mas Bolsonaro se manifestou nas redes sociais contra a proposta.
  • O presidente Michel Temer assinou, hoje, decreto que cria uma força-tarefa na área de inteligência, composta por militares e civis, para atuar no combate ao crime organizado, informou a assessoria da Presidência. O decreto tem previsão de ser publicado na edição de amanhã do “Diário Oficial da União”. Conforme o texto do decreto divulgado pelo Planalto, o grupo será responsável por “analisar e compartilhar dados e de produzir relatórios de inteligência” para auxiliar a elaboração de políticas públicas e as ações do governo no combate a organizações criminosas. O decreto determina ainda que a força-tarefa será coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI).

O presidente Michel Temer participa na manhã deste sábado (26) de reunião do gabinete criado para acompanhar a paralisação dos caminhoneiros.

Ele chegou ao Palácio do Planalto por volta de 9h. O encontro é comandado pelo ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Sergio Etchegoyen, e participam os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Grace Mendonça (AGU), Raul Jungmann (Segurança Pública) e Joaquim Silva e Luna (Defesa).

A crise de desabastecimento levou o governo a criar um gabinete de monitoramento e duas reuniões diárias foram marcadas: uma às 9h e outra às 17h, que se repetirão neste sábado e domingo. Ao final das reuniões o Planalto deve fazer um comunicado com um balanço da situação do país.

25
jun

Cadê os hackers

Postado às 20:18 Hs

Além da Polícia Federal, o governo acionou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na investigação da onda de ataques cibernéticos a sites oficiais. No intervalo de três dias, foram invadidos e temporariamente desativados os sistemas de oito órgãos públicos, entre eles o Planalto.

A Abin pende do organograma do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República).
Dilma Rousseff declarou-se “surpresa” com a vulnerabilidade dos sites oficiais, disse ao blog de Josias de Souza, da Folha de São Paulo, um auxiliar da presidente.

Oficialmente, os órgãos alcançados pelos ataques em série informam que os hackers não capturaram dados sigilosos. Dilma quer ter certeza.

A notícia de ataques a sites do governo brasileiro foi registrada em alguns dos principais sites noticiosos do mundo, desde o do jornal norte-americano “The Wall Street Journal” até o da agência chinesa Xinhua, de acordo com o blog Radar Econômico.

O “Journal” diz ter conversado com um especialista ligado ao governo segundo o qual os hackers teriam usado uma técnica em que computadores “bombardeiam” determinado site  com bilhões de acessos, até que a página saia do ar.

18
jan

Atentado contra Dilma

Postado às 17:47 Hs

Segundo a Agência Estado:

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República informou hoje, por meio de nota à imprensa, que na madrugada de hoje, por volta das 2h15, ocorreu uma tentativa de invasão no Palácio da Alvorada por um homem que dirigia um carro. Segundo a nota, “o incidente provocou a reação imediata da equipe de serviço que realizou a detenção do condutor do veículo”, que foi encaminhado à Polícia Federal (PF).

O Palácio da Alvorada é a residência oficial da Presidência da República, mas a presidente Dilma Rousseff ainda não está morando lá. Desde antes da posse, Dilma está na Granja do Torto, enquanto o Palácio é preparado para ela.

Essa não é a primeira vez que ocorre uma tentativa de invasão no Palácio da Alvorada. Em outubro de 2008, a segurança da Presidência da República baleou com munição não letal um homem que tentou invadir o Palácio. O homem chegou a pular o espelho d”água, acessando o gramado do Palácio da Alvorada.

abr 19
sexta-feira
04 46
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