Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está endurecendo seus discursos sobre o conflito armado entre Israel e o grupo extremista Hamas, da Palestina. As palavras do petista, sobretudo após a repatriação de brasileiros e parentes que estavam na Faixa de Gaza, trazem para a política interna um pedaço da tensão do conflito no Oriente Médio.

Lula já havia condenado o Hamas por “ataques terroristas”, mas, ao longo das seis semanas de guerra, o presidente passou a repreender também as ações israelenses, apesar de pontar que o país foi “provocado” pelos ataques de 7 de outubro, que miraram sobretudo alvos civis e deixaram 1,4 mil mortos.

“Já vi muita brutalidade, muita violência, mas nunca vi violência tão bruta contra inocentes. Se o Hamas fez um ato de terrorismo, fez o que fez, o Estado de Israel está cometendo vários atos de terrorismo”, criticou o presidente na segunda-feira (13/11), ao receber um grupo de 32 repatriados em Brasília.

As falas duras do petista contra Israel estão provocando reações de seus adversários políticos. O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, se manifestou dizendo que, “ao igualar Israel e Hamas, Lula mantém uma narrativa perigosa e distorcida, relativizando o terrorismo e ignorando a legítima defesa de Israel”.

Metrópoles

Reprodução

O papa Francisco apelou neste domingo (29)

O papa Francisco apelou neste domingo (29) a um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas e renovou o pedido para a libertação dos reféns detidos pelo grupo militante palestiniano em Gaza. “Que ninguém abandone a possibilidade de parar as armas”, disse ele na sua bênção semanal na Praça São Pedro.

“Cessar-fogo”, disse ele, mencionando um recente apelo televisivo do padre Ibrahim Faltas, um dos representantes do Vaticano na Terra Santa. “Dizemos ‘cessar-fogo, cessar-fogo’. Irmãos e irmãs, parem! A guerra é sempre uma derrota, sempre”, afirmou Francisco.

“Em Gaza, em particular, que haja espaço para garantir a ajuda humanitária e que os reféns sejam libertados imediatamente”, disse ele, falando sobre os reféns israelenses apreendidos pelo Hamas em 7 de outubro.

Milhares de moradores desesperados de Gaza invadiram depósitos e centros de distribuição da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) pegando farinha e “itens básicos de sobrevivência”, disse a organização neste domingo.

Do UOL

Num esforço para garantir uma resposta internacional à crise no Oriente Médio, o Itamaraty negocia uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que consiga atender tanto aos interesses de Israel, das potências Ocidentais, dos russos, chineses e palestinos.

Numa das versões, obtidas pelo UOL, a proposta condena os “ataques terroristas do Hamas” e pede a libertação dos reféns israelenses, num sinal claro por parte do Brasil para evitar um veto dos EUA. Mas o texto também faz um apelo para que o governo de Benjamin Netanyahu abandone seu ultimato para que os palestinos deixem o norte da Faixa da Gaza.

O texto pede, acima de tudo, a criação de um “cessar-fogo humanitário” e o acesso às agências da ONU às populações mais necessitadas.

A avaliação do Brasil é de que o governo americano não aceitaria um texto sem que uma referência explícita de condenação ao Hamas seja incluída. Mas a questão seria como acomodar os interesses americanos e israelenses e, ao mesmo tempo, incluir no texto cobranças contra o governo de Tel Aviv. Sem isso, seriam os russos e chineses quem se recusariam a aceitar um texto.

O Brasil preside o Conselho de Segurança no mês de outubro e vê a oportunidade como um espaço para conseguir um protagonismo no debate sobre a guerra. Inicialmente, um texto apresentado pelo Kremlin foi circulado entre os governos. Mas a proposta não fazia referências ao Hamas. O processo, assim, passou para as mãos do Itamaraty, que proliferou consultas e reuniões ao longo do fim de semana.

Não se descarta que a votação possa ocorrer na segunda-feira. Mas a esperança de diplomatas é de que, antes, haja espaço para calibrar as referências aos dois campos, tanto sobre o Hamas como Israel.

A missão brasileira é das mais complicadas. Segundo diplomatas, nenhuma resolução é aprovada no Conselho de Segurança da ONU sobre a questão palestina desde 2016.

Esses são os principais trechos de uma das versões do rascunho da resolução que circulou no fim de semana entre governos:

  • Condena firmemente toda violência e hostilidades dirigidas contra civis e todos os atos de terrorismo;
  • Rejeita e condena inequivocamente os hediondos ataques terroristas do Hamas que ocorreram em Israel a partir de 7 de outubro de 2023 e a tomada de reféns civis;
  • Solicita a libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis, exigindo sua segurança, bem-estar e tratamento digno em conformidade com o direito internacional;
  • Insta o fim de todas as medidas que resultem na privação de objetos indispensáveis à sobrevivência dos civis, incluindo eletricidade, água, combustível, alimentos e suprimentos médicos;
  • Solicita que as autoridades israelenses revoguem imediatamente a ordem de evacuação de civis e funcionários da ONU de todas as áreas de Gaza ao norte de Wadi Gaza e de realocação no sul de Gaza;
  • Solicita um cessar-fogo humanitário para permitir o acesso humanitário total, rápido, seguro e sem obstáculos para as agências humanitárias das Nações Unidas e seus parceiros de implementação, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e outras organizações humanitárias imparciais, e incentiva o estabelecimento de corredores humanitários e outras iniciativas para a entrega de ajuda humanitária aos civis:
  • Salienta a importância de um mecanismo humanitário de redução de conflito para proteger as instalações da ONU e todos os locais humanitários, e para garantir a movimentação de comboios de ajuda;
  • Enfatiza a importância de evitar o alastramento na região e, nesse sentido, pede a todas as partes que exerçam o máximo de contenção e a todos aqueles que têm influência sobre elas que trabalhem para atingir esse objetivo.

Foto: divulgação

Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine afirma que seu país não tem “nada contra” a possibilidade de cidadãos brasileiros saírem da Faixa de Gaza, mas que não acredita na possibilidade de um corredor humanitário ser negociado junto ao grupo terrorista Hamas.

“Honestamente, o único diálogo com o Hamas é por tiros”, afirma. O embaixador ainda diz achar “um pouco estranho” o modo como o governo brasileiro tem se manifestado sobre a guerra deflagrada entre israelenses e palestinos.

“Não sei se é falta de sensibilidade, mas, ao nosso ver, as coisas são bem claras: um ataque bárbaro e cruel sobre cidadãos israelenses não tem outro nome que não terror”, afirma Zonshine em entrevista à coluna da jornalista Mônica Bergamo. O embaixador diz que imagens recebidas dos massacres remetem a população israelense ao Holocausto.

FOLHA

Foto: Hamas (SOPA Images/Getty Images)

O Conselho de Segurança Nacional e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel solicitaram, nesta quinta-feira (12), que todos os israelenses espalhados pelo mundo fiquem em alerta. O aviso surge depois de o Hamas ter convocado um “Dia de Raiva” internacional para esta sexta-feira (13), segundo o jornal “The Jerusalem Post”.

“A liderança do Hamas fez um apelo a todos os seus apoiadores no mundo para realizarem um “Dia da Raiva” na próxima sexta-feira, pedindo para que saiam nas ruas e agridam israelenses e judeus”, cita o comunicado.

Foto: REUTERS/Carlo Allegri

O Brasil convocou para esta sexta-feira, 13, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para discutir as questões humanitárias na Faixa de Gaza e debater resoluções para o conflito na região.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, que está no Camboja, vai embarcar nesta quinta, 12, para Nova York, para participar da reunião junto ao embaixador Sergio Danese, que lidera o Conselho.

A escalada da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas ocorre no momento em que o Brasil preside o órgão internacional que tem o poder de mediar conflitos e aprovar resoluções que devem ser seguidas por todos os países-membros das Nações Unidas em prol da paz. Para o Ministério das Relações Exteriores (MRE) é preciso aproveitar o fato de estar ocupando a presidência para discutir e liderar os esforços pela paz na região.

O governo brasileiro teme que a guerra escale ao ponto de se tornar uma nova frente global de conflito, como ocorre na guerra da Ucrânia. A presidência do órgão é rotativa, e dura apenas um mês, ou seja, já em novembro o Brasil deixará esta posição.

Jovem Pan

A publicação francesa Le Grand Continent fez um levantamento sobre o posicionamento dos países sobre o ataque terrorista sofrido por Israel neste fim de semana.

A revista analisou as notas oficiais divulgadas por cada nação. A predominância foi de apoio a Israel, seguido por notas neutras sobre desescalada (o que inclui o Brasil). O terceiro maior apoio foi ao Hamas e, por fim, países que não se manifestaram.

No grupo dos BRICS, apenas a Índia condenou claramente o Hamas.

Na América do Sul, Apenas a Venezuela apoiou o grupo que promoveu o ataque terrorista. Equador, Peru, Argentina, Paraguai, Uruguai e Guiana Francesa manifestaram apoio à Israel. Brasil, Bolívia, Chile e Colômbia mantiveram a neutralidade.

Diário do Poder

Da Agência Brasil

O governo brasileiro anunciou neste sábado (7) que convocará reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para tomar decisões sobre os ataques realizados a Israel a partir da Faixa de Gaza. O Brasil está na presidência do conselho.

Em nota, o governo brasileiro condenou a série de bombardeios e ataques terrestres a Israel a partir da Faixa de Gaza. “Não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis. O governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”.

Segundo a nota do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil reforçou ainda seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas.

Pelo menos 100 pessoas morreram em Israel, e cerca de 500 ficaram feridas. O contra-ataque na Palestina causou mais 198 mortes, segundo autoridades médicas no território. “O Brasil expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel”. Não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.

“Reafirmamos que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão Israel-Palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz. Lamentamos que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina”, diz a nota.

Alerta de Guerra

Após ter sido alvo do bombardeio de cinco mil foguetes, conforme a declaração do líder do braço armado do Hamas, Israel decretou Estado de Alerta de Guerra, ordenando a mobilização dos reservistas. Depois do ataque, Israel respondeu com a operação Espadas de ferro e dezenas de aviões de combate bombardearam pontos da Faixa de Gaza.

Foto:  EFE/EPA/MOHAMMED SABER

O Ministério das Relações Exteriores emitiu nota neste sábado (7) em que condena os ataques do grupo terrorista Hamas no território de Israel, a partir da Faixa de Gaza. Segundo o governo, não havia notícia de vítimas da comunidade brasileira em Israel e na Palestina até as 10h deste sábado.

No texto, o Itamaraty também “expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel”. “Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o Governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”, escreve o ministério.

Conselho de Segurança da ONU

O Brasil, membro rotativo, preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas até o fim de outubro. O governo informou que convocará reunião de emergência do órgão.

“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz”, diz o comunicado do Itamaraty.

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