A presidente Dilma pode arrumar as malas. A etapa mais complicada para o start do impeachment já foi vencida pela oposição, no plenário da Câmara dos Deputados, por uma maioria bem mais ampla do que o Planalto imaginava. Levantamento feito pelo jornal Estado de São Paulo feito, ontem, um dia após a matéria decolar na Câmara, aponta que já existem 44 senadores favoráveis ao impedimento da petista. Outra mostra, da bancada do PMDB, é mais folgada. Indica 48 de um total de 81 senadores. Para seu afastamento, são necessários 42 votos, metade mais um do plenário, ou seja, a maioria simples definida em lei. Submetida a uma comissão cujo parecer será votado no plenário do Senado, a presidente será afastada do cargo e o Senado terá 180 dias para promover seu julgamento. Para sua condenação final, serão necessários os votos de 60 dos 81 senadores. No PMDB, apenas o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA) e Roberto Requião (PR) devem votar contra o impeachment de Dilma. Apesar de aliado do Palácio do Planalto, Renan já recebeu ontem o resultado da votação no plenário da Câmara, fará a leitura amanhã no plenário e criará de imediato a comissão especial. Renan disse que vai usar “todo o prazo regimental previsto” para a instrução do processo. “Renan não é superior aos fatos”, observou seu amigo e senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do PMDB. Ele acredita que o presidente do Senado terá uma postura “institucional” durante o processo.