Jair Bolsonaro decidiu demitir o general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras. A informação foi divulgada inicialmente pela Veja e confirmada por O Antagonista. A decisão foi tomada por Bolsonaro diante do desgaste provocado pelo alto preço dos combustíveis.

O anúncio deverá ser feito oficialmente nas próximas horas. Joaquim Luna assumiu o cargo desde abril do ano passado, com mandato previsto até março de 2023. Seu antecessor, Roberto Castello Branco, foi demitido do comando da estatal pelo mesmo motivo.

A União tem até o final do dia 13 de abril, durante a assembleia dos acionistas, para indicar seus nomes para o conselho de administração da Petrobras. Silva e Luna, que já foi comunicado, deve se encontrar com o presidente Bolsonaro amanhã.

As ações da Petrobras eram negociadas com ganhos de cerca de 6%, por volta das 14h30 desta segunda-feira (19), enquanto o novo presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, fazia seu discurso de posse.

Embora os comentários de Luna sobre preços de combustíveis não tenham sido inteiramente novos, animou o mercado. Ele disse que buscará reduzir a volatilidade dos preços de combustíveis sem “desrespeitar” a paridade de importação.

A afirmação, vem após o presidente anterior da estatal, Roberto Castello Branco, ter sido substituído em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro por uma alta expressiva dos preços de diesel e gasolina no Brasil, que refletiam avanço das cotações no exterior.

Em um discurso de pouco mais de 15 minutos, no qual ressaltou que “deve chegar ouvindo mais e falando menos”, o general da reserva defendeu que é preciso conciliar “interesses de consumidores e acionistas”.

Na sequência, ele disse que buscará “reduzir volatilidade, sem desrespeitar a paridade internacional, perseguindo a redução da dívida, investindo em pesquisa e desenvolvimento e contribuindo para a geração de previsibilidade ao planejamento econômico nacional”. O analista de Research da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, afirmou que o tom conciliatório e parcimonioso adotado por Luna é benigno.

No entanto, ressaltou que “a aplicação de transformações no dinamismo de preços e a manutenção da paridade tendem a apresentar antagonismo e requerirão do novo CEO decisões que, corretamente, serão tomadas após o mesmo se ambientar na presidência da companhia”.

“Uma vez que a mudança no comando da petrolífera fora motivada pela insatisfação do governo com a política atual de preços, acreditamos que uma definição sobre os rumos da nova abordagem quanto a política de preços será o primeiro e principal desafio da nova gestão”, afirmou.

Águas profundas

Luna também apontou para uma continuidade em relação ao que pregava a administração anterior, dizendo que a Petrobras deve “crescer sustentada em ativos de óleo e gás de classe mundial, em águas profundas e ultra profundas, buscando incessantemente custos baixos de eficiência”.

Castello Branco vinha realizando um ambicioso plano de venda de ativos, para focar na produção de óleo e gás natural, no pré-sal, em áreas com alto rendimento.

“Não há dúvidas de que os principais desafios, entre tantos outros, são fazer a Petrobras cada vez mais forte, trabalhando com visão de futuro”, disse Luna, na cerimônia que foi transmitida pela internet, seguindo protocolos para evitar o contágio do novo coronavírus.

Luna não fez comentários explícitos, no entanto, sobre o plano em curso para a venda de dezenas de ativos da empresa.

Presente do evento, o ministro de Minas e Energia, o almirante da reserva Bento Albuquerque, afirmou em seu discurso que as vendas de ativos da Petrobras têm sido um “sucesso” e são importantes também para promover a competição no setor.

Diferentes interesses

Além de acenar para o mercado e para consumidores, Luna também se direcionou ao quadro de pessoal da empresa, qualificando-o como “comprometido, engajado, vibrante, profissional” e ressaltou a escolha dos quatro novos diretores, que acumulam décadas de experiência na petroleira.

“O que se quer do novo presidente da Petrobras, imagino, é o novo que se espera que ele produza, em equipe, alinhado com a missão da empresa, liderando um time capaz de vencer desafios, nessa complexa conjuntura, entregando resultados”, afirmou.

CNN Brasil

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (19) que substituirá o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna. O anúncio foi feito em rede social. “O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missão, como conselheiro de administração e presidente da Petrobras, após o encerramento do ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, senhor Roberto Castello Branco”, afirma a postagem de Bolsonaro, com cabeçalho atribuído ao Ministério de Minas e Energia. O anúncio acontece um dia depois de Jair Bolsonaro fazer críticas à gestão da Petrobras e às sucessivas altas no preço dos combustíveis. “Nesses dois meses nós vamos estudar uma maneira definitiva de buscar zerar o imposto para ajudar a contrabalancear esses aumentos, no meu entender excessivo, da Petrobras. Mas eu não posso interferir, nem iria interferir na Petrobras, se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias, você tem que mudar alguma coisa, vai acontecer”, disse em transmissão na quinta.
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