Por Carlos Marchi

Jair Bolsonaro foi para a Europa vociferando – ia torcer o pescoço da Merkel, para começar. Explica-se. Antes da viagem, ele foi informado que o acordo Mercosul-União Europeia estava pronto pra ser assinado. E tinha de ser assinado, pois trará benefícios ao Brasil e aos três outros membros do Mercosul.

Só que um acordo desse é a quintessência do globalismo, que Jair odeia. Mas não tem jeito, tem de engolir um acordo essencialmente globalista.

SALVAGUARDAS – E tem muito mais. A União Europeia impõe salvaguardas em seus acordos. O tratado firmado tem um capítulo específico sobre desenvolvimento sustentável. Quer dizer, o acordo com a UE obriga os países do Mercosul a:

  1. Serem signatários do Acordo de Paris sobre a Mudança do Clima. (Foi por isso que Macron deu um cocorote em Jair: “Se sair do Acordo do Clima, não tem acordo com o Mercosul”).
  2. Manterem os cuidados com a biodiversidade e a conservação das florestas.
  3. Garantirem a livre atuação de organizações sociais (leia-se ONGs), que ajudarão a fiscalizar o acordo.
  4. Respeitarem os direitos trabalhistas dos trabalhadores nacionais.
  5. Preservarem os direitos das populações indígenas.
  6. Garantirem a preservação plena dos direitos humanos, tal como são conceituados na Europa.

FICOU ZANGADO – É por isso tudo que Jair estava tão zangado quando desembarcou. Não dá mais pra desmatar a Amazônia. Nem pra detonar as ONGs. Nem pra extinguir os direitos trabalhistas. Nem pra liquidar os índios.

Vai ter de cumprir as metas de emissão de carbono. Rigorosamente. Vai ter de entubar o Acordo do Clima. Sem chiar. E ainda vai trafegar na contramão do Trump. Enfim, pode ser que o acordo com a UE civilize o Brasil.

O acordo comercial concluído nesta sexta-feira, 28, entre Mercosul e União Europeia (UE) é o “mais amplo” do tipo já negociado pelo bloco de países sul-americanos e constituirá “uma das maiores áreas de livre-comércio do mundo”, afirmaram em nota conjunta os ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Agricultura brasileiros. Entre os dispositivos do documento acertado está a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. Segundo os órgãos do governo, o acordo permitirá ao País aumentar em quase US$ 100 bilhões as exportações para o bloco europeu. O Ministério da Economia afirmou, ainda, que o acordo representará um incremento de US$ 87,5 bilhões em 15 anos ao Produto Interno Bruto (PIB).
mar 28
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