Entre a noite do Oriente, e o dia do Ocidente, existirá sempre a barreira do sono. São linhas paralelas que nunca se cruzam. Eis a razão pela qual não foi fácil acompanhar, em tempo real, as Olimpíadas de Tóquio, cuja cerimônia de encerramento aconteceu na manhã deste domingo (do lado de cá), e a noite (do lado de lá).  A abertura, e o epílogo, de todas as edições dos Jogos Olímpicos são sempre marcantes, mas as Olimpíadas de Tóquio entra para a história com as marcas da inclusão, da igualdade, fato que as tornou mais humana. Nada mais real, e efetivo, para traduzir a proposta dos Jogos realizados durante uma travessia pandêmica, do que o pódio das duas maratonas, feminina e masculina, formado no capítulo final. A maratona é o ponto alto dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. No pódio feminino, duas atletas negras do Quênia e uma branca, dos Estados Unidos. No pódio masculino, três atletas negros, mas dois com passaportes de imigrantes, representando a Bélgica e a Holanda. O medalha de ouro foi do Quênia.