O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, negou ao ex-presidente Lula adiar seu interrogatório. O depoimento está marcado para a quinta-feira, 21, no âmbito da Operação Zelotes.

O petista é investigado por supostas negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo (sueco) Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627. A Procuradoria da República afirma que os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, na condição de ex-presidente, ‘integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar’ empresas.

Na decisão, o juiz afirma que havia designado as datas dos interrogatórios ‘atendendo ao pedido das defesas’ de Lula e de seu filho Luiz Cláudio. Estão marcados para as 9h de quinta-feira os depoimentos do ex-presidente e do casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni. O interrogatório de Luiz Cláudio está marcado para 29 de junho, às 10h.

O juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, responsável por processos relacionados à Operação Zelotes e desdobramentos da Lava Jato, deixará de conduzir ações penais contra o ex-presidente Lula (PT), os ex-presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (MDB) e Eduardo Cunha (MDB), e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). Os processos foram transferidos para a 12ª Vara, especializada em lavagem de dinheiro, que passará a existir a partir do dia 26. A criação da 12ª Vara foi anunciada no ano passado, por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que também definiu a redistribuição dos casos. As audiências dos processos que passaram para a 12ª ficarão suspensas entre 26 de fevereiro e 2 de março. Parte dos processos continuará com a 10ª Vara. O ex-presidente Lula, por exemplo, é réu em quatro ações em Brasília e apenas uma, no âmbito da Zelotes, será transferida para a 12ª Vara.
Empresa de palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a LILS recebeu em conta nada menos do que 27 milhões de reais em quatro anos, entre abril de 2011 e maio de 2015, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. O valor citado foi arrecadado, segundo a prestação de contas da empresa, com as 72 palestras que o ex-presidente teria feito no período, a custo de 200 mil dólares (cerca de 650.000 reais em valores de hoje) cada. Alvo de um pedido de bloqueio de valores feito pelo Ministério Público Federal (MPF), Lula, que é dono de 98% do capital da empresa, afirmou durante participação no Congresso do PCdoB não possuir o dinheiro cobrado pelo MPF: 24 milhões de reais. “Já provei minha inocência, quero agora que eles provem. O cidadão deveria ter a decência de dizer onde eu tenho 24 milhões de reais”, declarou.
A Justiça do Distrito Federal condenou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) a perder o mandato e ainda suspendeu seus direitos políticos por oito anos por improbidade administrativa, motivada por enriquecimento ilícito e recebimento de vantagem patrimonial indevida. Quem deu a sentença foi o juiz Waldemar Carvalho, da 14ª Vara Federal. Renan pode recorrer da decisão sem deixar o cargo. O processo é relacionado ao caso do pagamento de pensão a um filho que Renan Calheiros teve fora do casamento. Por meio de nota, Renan Calheiros disse que não conhece a decisão, que está sob segredo de Justiça, mas que, se for confirmada, vai recorrer com serenidade. Renan foi condenado por enriquecimento ilícito e vantagem patrimonial indevida.

Por Josias de Souza

 O maior problema político de Lula não é o fato de ele ter ficado parecido com os políticos que atacava. Seu principal drama é a evidência de que Lula ficou muito diferente do que diz ser. Num instante em que Lula percorre o país como defensor dos pobres, a Procuradoria pede, em Brasília, o sequestro de seus bens e de seu filho Luís Cláudio no montante de R$ 24 milhões. A defesa de Lula contestou o pedido. Sustentou não haver provas contra ele na Operação Zelotes. Mas não disse nenhuma palavra sobre o valor requerido pelo Ministério Público Federal.

Lula atravessou ileso o escândalo do mensalão. Sobreviveu à ruína produzida por sua criatura Dilma Rousseff. Alvo de diversos inquéritos e ações penais, mantém a pose de perseguido. Condenado a 9 anos e meio de cadeia, conserva-se no topo das pesquisas. Mas deve tornar-se inelegível. E já perdeu aquela aura de político imbatível. Seu prestígio diminuiu na proporção direta do aumento do seu patrimônio.

Este não foi o primeiro pedido de bloqueio de bens. Sérgio Moro mandara sequestrar R$ 10 milhões em julho. Quando o Banco Central achou R$ 600 mil numa conta corrente de Lula, o PT disse em nota que seu líder supremo morreria de fome. No dia seguinte, descobriram-se mais de R$ 9 milhões em planos de previdência privada. Lula dizia ser um palestreante de sucesso. Mas delatores da Odecrecht informaram que as palestras eram mero truque para bancar com dinheiro sujo os confortos de um benfeitor. A fortuna de Lula não combina com os valores morais que ele acha que representa.

 

 

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo a continuidade de uma denúncia apresentada pelo seu antecessor, Rodrigo Janot, contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR). O documento é uma resposta a uma manifestação da defesa do senador, que havia questionado diversos pontos da denúncia.

O parlamentar é acusado de ter cometido corrupção passiva e lavagem de dinheiro a partir da Operação Zelotes, que apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.

Ele teria recebido R$ 1,3 milhão em doações eleitorais da Gerdau, por meio do PMDB, em troca de favorecer a empresa na votação de medidas provisórias.

Via  G1

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) apresentou denúncia por corrupção passiva contra o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia, oferecida dentro da Operação Zelotes, afirma que Lula editou uma medida provisória para favorecer empresas do setor automotivo em troca de recebimento de propina. Também foi denunciado por corrupção passiva o então chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho.

Em nota, o Instituto Lula disse que os procurados do MPF tentam “constranger” o ex-presidente. O texto diz ainda que a denúncia é “improcedente, injurídica e imoral”.

O G1 tenta contato com Gilberto Carvalho, mas não havia conseguido até a última atualização desta reportagem. Em janeiro do ano passado, ao prestar depoimento na 10ª Vara Federal de Brasília, ele chamou de “absurda” a investigação da Operação Zelotes. Segundo os investigadores do MPF, as empresas beneficiadas pela medida provisória pagaram a propina a intermediários, que ficaram encarregados de repassar o dinheiro para os agentes políticos.

Ainda de acordo com o MPF, os participantes do esquema prometeram R$ 6 milhões para Lula e Carvalho. O dinheiro, segundo as investigações, era para custear campanhas eleitorais do PT.

“Diante de tal promessa, os agentes públicos, infringindo dever funcional, favoreceram às montadoras de veículo MMC e Caoa ao editarem, em celeridade e procedimento atípicos, a Medida Provisória n° 471, em 23/11/2009, exatamente nos termos encomendados”, diz um trecho da denúncia.

Além de Lula e Carvalho, também foram denunciados:

– José Ricardo da Silva (ex-conselheiro do Conselho Administrativo da Receita Federal) – corrupção ativa

– Alexandre Paes dos Santos (lobista) – corrupção ativa

– Paulo Arantes Ferraz (empresário da MMC – Mitsubishi) – corrupção ativa

– Mauro Marcondes Machado (empresário) – corrupção ativa

– Carlos Alberto de Oliveira Andrade (empresário do Grupo Caoa) – corrupção ativa

De acordo com a denúncia, a medida provisória alvo das investigações, editada em 2009, passou por avaliação dos corruptores antes de ser finalizada. Eles chegaram a fazer sugestões de alterações, segundo o MPF.


Gabriel Mascarenhas e Aguirre Talento  / 
Folha

Além de conduzi-lo para prestar depoimento, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-ministro Guido Mantega, em São Paulo, durante a 7ª fase da Operação Zelotes, deflagrada na manhã desta segunda-feira. A Folha apurou que as investigações apontaram indícios de movimentações financeiras incompatíveis com a renda de Mantega. Em novembro, a Justiça determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-ministro da Fazenda dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Além disso, os pedidos de condução e buscas envolvendo Mantega se embasaram em suspeitas de que ele teria negociado com lobistas a nomeação de ao menos um conselheiro do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

PROPINAS NA FAZENDA

A Zelotes mira em um esquema de pagamento de propina a integrantes do Conselho, vinculado ao Ministério da Fazenda e responsável por julgar recursos de multas aplicadas pela Receita Federal.

A ação desta manhã teve como alvo principal a Cimentos Penha, cujo dono é Vitor Sandri, que foi apresentado a Mantega antes de ele ocupar uma cadeira na Esplanada. Eles se conheceram na década de 90, quando fizeram um negócio, envolvendo dois terrenos do ex-ministro em São Paulo.

A Cimentos Penha é uma das empresas suspeitas de subornarem conselheiros do Carf. A companhia recorreu ao colegiado contra uma atuação aplicada pela Receita de R$ 57,7 milhões, em valores de 1998.

DEPOIMENTO

Nesta segunda, Mantega prestou depoimento por cerca de duas na Superintendência da PF na capital paulista e negou qualquer participação em ilegalidades no Carf. Argumentou que cabe ao ministro da Fazenda nomear conselheiros do órgão e, por isso, cumpriu seu função institucional.

Ele confirmou a relação comercial com Sandri, mas disse que jamais atuou para beneficiá-lo em qualquer esfera pública. O ex-ministro lembrou ainda que, quando comandava a Fazenda, criou a Corregedoria do Carf, responsável por receber queixas e denúncias relativas ao colegiado.

OUTRO LADO

Advogado que acompanhou Mantega no depoimento, Guilherme Batochio afirmou ser absurda e desnecessária a condução coercitiva de seu cliente.“Ele prestou depoimento nesse mesmo inquérito há três meses, jamais se apôs a prestar esclarecimentos. A condução é ilegal”, criticou Batochio. O defensor argumentou que bastava uma solicitação da PF para Mantega comparecer à Superintendência. “Esse tipo de prática não é digna de um Estado democrático de direito”, concluiu Batochio.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi alvo de mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é levada obrigatoriamente a prestar depoimento) na nova Operação Zelotes, deflagrada na manhã desta segunda-feira.

A condução de Mantega foi autorizada pela Justiça Federal. Investigadores da Zelotes querem apurar a ligação de Mantega com empresa que é suspeita de comprar decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. Ainda segundo os investigadores, Mantega foi citado por suspeitos investigados na operação como amigo de um dos alvos da fase deflagrada nesta segunda-feira, Victor Sandri, dono da empresa Cimento Penha, suspeita de comprar decisões do Carf.

A Operação Zelotes cumpre 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva. O ex-ministro Guido Mantega foi conduzido coercitivamente – quando o investigado é levado para depor e liberado.

A PF diz que ficou “comprovado” que conselheiros e funcionários do órgão “defendiam interesses privados, em detrimento da União”, “valendo-se de informações privilegiadas”. Segundo a PF, mesmo depois do início da operação, as investigações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser cometidos.

O alvo é a Cimento Penha, firma do empresário Victor Garcia Sandri, amigo do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investigadores pediram medidas contra Mantega, mas inicialmente a Justiça Federal não autorizou.

Por Joaquim Falcão, professor da FGV Direito Rio

Na democracia não deve existir poder sem controle. Controlar antes, durante e depois. Tenha o poder sido exercido ontem ou hoje. Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy responderam a processos na França depois de saírem do poder. Berlusconi, na Itália. Helmut Kohl, na Alemanha. Israel Ehud Olmert, ex-primeiro ministro de Israel, foi preso ano passado. José Sócrates, de Portugal, estava detido até pouco tempo. Uns são absolvidos, outros condenados.

É atípica situação previsível. Do ponto de vista legal, porém, não se investiga nem presidentes nem ex-presidentes. Investiga-se o cidadão comum, igual aos outros. A lei por vezes cria proteções especiais como o foro privilegiado quando o cidadão ocupa cargo político importante. Mas aí não se protege a pessoa, mas o cargo. Por quê?

Porque o cargo pertence à República. O cidadão, não. Em princípio, se espera que um Supremo ou um tribunal de Estado seja mais independente e prudente. Trata-se de um colegiado. Muitas cabeças, em vez de uma só. Recentemente, tivemos o julgamento e condenação do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo. Foi julgado como pessoa comum. Em foro comum. Pela primeira instância. Como manda a lei.

O importante é que a investigação e o processo sejam transparentes, previsíveis, com amplo direito de defesa e imunes aos humores e ideologias de investigadores e juízes.Sobretudo em momentos de radicalização política. Quando se investiga não apenas um ex-presidente da República, mas, talvez, um futuro candidato à Presidência. Às vezes, politicamente, a investigação apenas já é a pena.

A Operação Zelotes não atinge apenas o ex-presidente. Vai mais longe. É do conhecimento público a pressão e indevida influência que grupos poderosos fazem sobre o Poder Executivo para obter rapidamente um benefício fiscal, ou no caso até perdão de dívidas milionárias. Levar vantagem via MP. A influência de uma autoridade pública é perigosa. Maior perigo quando envolve assessores, lobbies e grandes corporações.

A curto prazo, investiga-se um ex-presidente. Indícios podem ou não ser confirmados. A médio prazo, se comprovadas as denúncias, estamos diante de algo mais amplo: o desenho democrático de nossas instituições. Uma medida provisória, em geral, é feita sem transparência, sem votos, vigora logo, beneficia imediatamente e coloca o Congresso no corner.

Se tudo comprovado, seria correta esta deturpação das medidas provisórias? Seria correta esta maneira de se fazer negócios e política no Brasil?

Por: Renan Ramalho

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu reabrir uma investigação iniciada no ano passado sobre supostas irregularidades na compra de 36 caças da empresa sueca Saab destinados à Força Aérea Brasileira (FAB).

A aquisição foi fechada em 2014, por US$ 5,4 bilhões, após mais de uma década de negociações entre o governo e outras duas concorrentes: a americana Boeing e a francesa Dassault. Em março e em abril de 2015, o G1 noticiou com exclusividade que o MPF abriu procedimento investigatório e depois um inquérito para apurar se havia ou não irregularidade no aumento do valor pago pelos caças.

Em agosto do ano passado, a investigação foi encerrada por falta de indícios, mas o MP decidiu reabri-la a partir de novos indícios descobertos na Operação Zelotes, que investiga pagamento de propina para decisões favoráveis no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e para aprovar benefícios fiscais em medidas provisórias do governo.

As novas investigações apontam suspeita de que um escritório de lobistas, a Marcondes e Mautoni, atuaram nas negociações mediante “influência indevida”. Os responsáveis pela empresa, Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, estão presos e acusados de intermediar propinas para aprovar medidas provisórias.

O objetivo do inquérito sobre as caças é verificar se o Brasil pagou mais do que deveria pelos aviões e se a empresa que vendeu os caças, a Saab, contratou prestadora de serviços de propriedade de parentes de militares da Aeronáutica. Há suspeita de que a atuação possa ter envolvido a corrupção de agentes e ex-agentes públicos federais, segundo o Ministério Público

 

Por André de Souza / O GLOBO

Em ofício encaminhado à Justiça Federal, o delegado da Polícia Federal (PF) Marlon Cajado afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é investigado em um segundo inquérito policial já em curso na Operação Zelotes. O objetivo da ação é saber se, além de dois servidores que já são réus, outros foram também corrompidos ou se menção aos nomes deles era apenas uma forma de os acusados propagarem influência que não tinham.

Há duas semanas, a defesa de Lula entrou com uma petição na Justiça Federal de Brasília para pedir que o ex-presidente seja dispensado de prestar depoimento no processo da Zelotes. Ele foi arrolado como testemunha do lobista Alexandre Paes dos Santos, um dos réus da operação. A defesa de Lula argumentou que ele já havia prestado depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o assunto.

“Fez-se necessária a instauração de novo procedimento policial expediente (sic) tentar alcançar a verdade real sobre os fatos apurados, isto é, se outros servidores públicos foram de fato corrompidos e estariam associados à (sic) essa organização criminosa, ou se estaria ‘vendendo fumaça’ vitimando-os e praticando o tráfico de influência com relação aos mesmos, a saber, Erenice Alves Guerra, Dyogo Henrique e Oliveira, Nelson Machado, Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, Helder Silva Chaves, Ivan João Guimarães Ramalho, Miguel João Jorge Filho, entre outros”, diz trecho do ofício.

Por Fausto Macedo, Fábio Fabrini e Andreza Matais  / Estadão

A Polícia Federal prendeu na tarde desta segunda-feira, 18, em São Paulo, a empresária Cristina Mautoni, acusada de integrar esquema de compra de medidas provisórias no governo federal investigado na Operação Zelotes. Ela foi detida em sua residência, no bairro do Morumbi, onde se recupera de uma cirurgia nas pernas. Segundo a defesa, Cristina foi levada em cadeira de rodas.

A ordem de prisão foi dada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, responsável pelos processos da Operação Zelotes.

Cristina é mulher e sócia do lobista Mauro Marcondes Machado, atualmente preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília, por suspeita de operar o suposto pagamento de propinas a agentes públicos para viabilizar as MPs. O caso foi revelado pelo Estado em outubro.

AÇÃO PENAL

Mauro e Cristina são réus em ação penal que apura o suposto envolvimento do casal em corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, os dois operaram esquema de pagamento de propina para conseguir a edição, pelo governo, e a aprovação, pelo Congresso, de medidas provisórias que concediam incentivos fiscais a montadoras de veículos.

Como revelou o Estado, a Marcondes e Mautoni Empreendimentos, empresa que pertence ao casal, fez pagamentos de R$ 2,5 milhões à LFT Marketing Esportivo, do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Os investigadores da Zelotes suspeitam que os repasses tenham ligação com as medidas provisórias. Luís Cláudio sustenta que os valores se referem a serviços de consultoria prestados em sua área de atuação, o esporte.

Na segunda-feira, 11, antes de a PF pedir a prisão de Cristina, o lobista recebeu a visita do delegado Marlon Oliveira Cajado, um dos responsáveis pelas investigações. O advogado do casal, Roberto Podval, disse ao Estado que, no encontro, o policial “chantageou” seu cliente para que fizesse acordo de delação premiada. Conforme o defensor, a colaboração foi proposta como uma forma de Mauro Marcondes evitar a transferência de Cristina para uma unidade prisional.

SEM COMENTÁRIOS

Procurada, a assessoria de imprensa da PF informou que o delegado não comentaria as declarações do advogado.

O advogado Roberto Podval disse que vai entrar com habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1) para tentar tirar Cristina Mautoni da prisão fechada. Ele vai argumentar a ‘absoluta falta de necessidade e de humanidade’. “O sr. Mauro Marcondes tem oitenta anos de idade. Com a prisão da mulher, uma menina de apenas 14 anos vai ficar em casa, sem pai e sem mãe, um ato absolutamente desnecessário”, afirma Podval. “Nada existe nos autos, não há qualquer razão que justificasse essa prisão da sra. Cristina Mautoni.”

Por: Eduardo Militão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá depor na 10ª Vara Federal de Brasília sem esquema especial para evitar o assédio a ele. Segundo o juiz da Operação Zelotes, Vallisney Oliveira, por enquanto, não há nada que mude o calendário de audiências das testemunhas de defesa que devem ser ouvidas entre 22 e 27 de janeiro. “Testemunha é tudo igual para mim”, afirmou ele ao Correio. Lula deverá prestar o depoimento no dia 25, junto com mais onze pessoas arroladas pela defesa do lobista Alexandre Paes Santos, o APS, preso em outubro passado.

De acordo com o magistrado, a maior preocupação não é com a “qualidade das testemunhas”, mas com a quantidade de réus. Há 16 acusados de fazerem parte de um esquema para compra a Medida Provisória 471/09 e beneficiar a montadora de automóveis Mitsubishi com a prorrogação de incentivos fiscais. Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, é suspeito de envolvimento na compra da MP 627/13, que é investigada em outro inquérito.

À medida que dados das delações premiadas começaram a vir à luz, bateu no Apedeuta a certeza de que chegou a hora de contratar um criminalista de peso. Profissionais assim ou defendem inocentes injustiçados ou procuram minorar a sanção que certamente virá contra um criminoso. O escolhido foi Nilo Batista, que governou o Rio em 1994, depois que Leonel Brizola, de quem era vice, renunciou para disputar a Presidência da República. Ouvido pela Folha, Batista, um medalhão na área, diz que não cobra honorários de Lula… Então tá! Vai ver o milionário não pode pagar, não é mesmo?

07
jan

Cinco horas de interrogatório

Postado às 8:23 Hs

Por: O Antagonista

O Instituto Lula divulgou nota sobre o depoimento do ex-presidente à Polícia Federal na Operação Zelotes, que investiga a venda de MPs que beneficiaram o setor automobilístico.

“As duas MPs geraram dezenas de milhares de empregos de qualidade em sete parques industriais na Bahia, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Goiás. Ambas resultaram de reivindicações e diálogo com lideranças políticas, governadores, sindicalistas e empresários, amparadas em exposições de motivos ministeriais que levaram em conta a geração de empregos, renda, incorporação de tecnologia e arrecadação para os Estados em decorrência dos incentivos federais.”

Se era uma reivindicação de tantos setores, por que o lobista Mauro Marcondes precisou recorrer ao jeitão “low profile” do amigo Gilberto Carvalho para pedir a Lula que editasse a Medida Provisória?

Na nota à imprensa, o Instituto Lula ressaltou que o ex-presidente não é investigado e que depôs à PF na condição de informante. É verdade, mas ficar quase cinco horas sob interrogatório indica que a situação do petista está longe de ser confortável. Pelo visto, a velha estratégia de negar a realidade ou dizer que não sabia de nada já não cola.

11
dez

Lula é intimado na Operação Zelotes

Postado às 16:36 Hs

O Estadão informa que a Polícia Federal expediu mandado para que Lula seja intimado a prestar depoimento na Operação Zelotes. A oitiva está marcada para dia 17 na sede da PF em Brasília. Lula assinou medidas provisórias em favor do grupo Caoa, que contratou o escritório de lobby Marcondes e Mautoni, responsável pelo repasse de R$ 2,5 milhões para a empresa de Luís Claudio Lula da Siva, o caçula do ex-presidente.

O lobista Mauro Marcondes é velho conhecido de Lula dos tempos de sindicalista no ABC e a PF já sabe que os contratos de prestação de consultoria de Luleco foram forjados.A Justiça Federal determinou há dois dias a quebra dos sigilos bancários do filho de Lula e do ex-ministro Gilberto Carvalho, acusado de intermediar contatos de Marcondes com o ex-presidente.

O mandado 6262 é do dia três de dezembro e define o comparecimento do ex-presidente na próxima quinta-feira, dia 17, na sede da Polícia Federal em Brasília.

Um novo relatório da Polícia Federal (PF), obtido pela TV Globo, mostra detalhes e indícios de que os relatórios da consultoria da LFT Marketing Esportivo, de Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, com a Marcondes e Mautoni, empresa de Mauro Marcondes – empresário preso na Operação Zelotes – teriam sido feitos para justificar pagamentos de vultuosos valores. Esse novo documento revela que, além da Wikipedia, Luis Claudio usou em seus relatórios textos copiados de outras fontes da internet, entre elas uma tese de doutorado apresentada na Universidade de Brasília. A empresa do filho de Lula recebeu R$ 2,5 milhões da Marcondes e Mautoni. O empresário Mauro Marcondes já foi indiciado pela PF por associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.“Por fim, cabe destacar que, fazendo um paralelo entre o conteúdo do trabalho analisado e os valores envolvidos no pagamento pelos mesmos, verifica-se que há fortes indícios de que tais relatórios tenham sido produzidos meramente com o propósito de justificar vultuosas movimentações financeiras entre as empresas investigadas, prática já conhecida no âmbito desta investigação”, conclui o relatório da PF.
06
nov

É destaque…

Postado às 8:57 Hs

Dois pesos, duas medidas

A comissão do Senado que investiga suspeitas de manipulação em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) rejeitou, ontem, por unanimidade, requerimentos que solicitavam a convocação do empresário Luís Cláudio Lula da Silva – filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e dos ex-ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Erenice Guerra (Casa Civil).Foi uma ação política manobrada pelos lulistas, sob a alegação de que o pedido era político, mas o procedimento, na verdade, tem respaldo na ação da Polícia Federal. Os três são investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal (PF), por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção que fraudava julgamentos do Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

Na semana passada, uma ação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público e da Corregedoria do Ministério da Fazenda prendeu cinco pessoas, incluindo o lobista Alexandre Paes dos Santos e o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. Na ocasião, as autoridades também cumpriram mandados de busca e apreensão em uma das empresas de Luis Claudio em São Paulo: a LFT Marketing Esportivo.Os requerimentos que pediam a convocação do filho de Lula e dos dois ex-ministros foram propostos pelo presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). O parlamentar tucano já havia tentado convocá-los em outubro, mas, a exemplo do que ocorreu ontem, os pedidos foram rejeitados pelos senadores que integram a comissão de inquérito.

O presidente da CPI justificou a reapresentação dos requerimentos como uma oportunidade para Luís Cláudio, Carvalho e Erenice falarem sobre as suspeitas de que uma medida provisória (MP) editada em 2009, durante o governo Lula, teria sido “comprada” por meio de lobby e de corrupção para favorecer montadoras de veículos.A relatora da comissão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), criticou os pedidos de convocação e disse que tinham objetivos exclusivamente políticos. “Estamos diante de requerimentos cujo objetivo é meramente político. Não tem nenhuma ligação com o objeto desta CPI”, criticou. Apesar de não ser integrante da CPI do Carf, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), participou da reunião que derrubou os pedidos de convocação. (Blog do Magno Martins)

mar 29
sexta-feira
05 43
ENQUETE

Você acha que o brasileiro acostumou-se com a Corrupção ao longo do tempo ?

Ver resultado parcial

Carregando ... Carregando ...
PREVISÃO DO TEMPO
INDICADOR ECONÔMICO
98 USUÁRIOS ONLINE
Publicidade
  5.952.404 VISITAS