17
abr

Os queridinho de Lula

Postado às 13:50 Hs

Quando Luiz Inácio Lula da Silva desceu a rampa do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2011, não era apenas ele que se afastava do centro do poder. Antigos aliados, bem mais distantes da sucessora, Dilma Rousseff, hoje se esforçam para ocupar cargos de segundo escalão – apenas meses depois de ganharem holofotes e afagos públicos de um dos mais populares governantes da história brasileira. Ainda há aqueles que, sem alternativa, se aninham na oposição ou acabam como articuladores menores no Congresso.

O UOL Notícias elencou dez políticos que, até agora, perderam poder na transição entre os governos Lula e Dilma. Há seis ex-ministros, incluindo dois concorrentes do PT na disputa presidencial de 2010, uma ex-governadora, um ex-presidente da Câmara e líderes partidários.

Veja a lista:

Hélio Costa (PMDB-MG)
Poder: ministro das Comunicações (de 2005 a 2010), senador (eleito para o mandato de 2003 a 2011) e candidato ao governo de Minas (2010)

O que deu errado: deixou o ministério para disputar o governo de Minas pela terceira vez, arrancando do PT apoio que era de Fernando Pimentel, amigo pessoal de Dilma e atual ministro da Indústria e Comércio. Perdeu para Antonio Anastasia (PSDB), que nunca havia disputado eleição e só tinha o apoio do ex-governador Aécio Neves. Hoje, sem mandato, Costa cobiça um cargo no segundo escalão, mas não tem a simpatia da presidente.

Marina Silva (PV-AC)
Poder: ministra do Meio Ambiente (de 2003 a 2008), senadora (reeleita senadora para o mandato de 2003 a 2011) e candidata a presidente da República (2010).

O que deu errado: rompeu com Lula, saiu do ministério, entrou no PV (que é um partido dividido entre caciques regionais) e perdeu a eleição. Mesmo fortalecida após a campanha, hoje gasta mais tempo disputando espaço entre os verdes do que desfrutando da popularidade adquirida.

O que deu errado: após a crise do mensalão, foi plantado por Lula na presidência do PT, onde privilegiou seu grupo interno (o “Construindo um Novo Brasil”), gerando antipatia dos outros –em especial o Mensagem ao Partido, do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e dos governadores Tarso Genro (RS) e Jaques Wagner (BA). Na campanha de 2006, foi envolvido no escândalo da suposta compra de dossiê anti-PSDB, o que sempre negou. Em 2010, a equipe de Dilma pediu que se afastasse da campanha.

Ciro Gomes (PSB-CE)
Poder: ministro da Integração Nacional (de 2003 a 2006), deputado federal (de 2007 a 2011) e pré-candidato a presidente da República (2010).

O que deu errado: depois de ser um dos deputados mais faltosos na Câmara, não teve a chance nem de perder sua terceira eleição para presidente. Seu partido, o PSB, preferiu apoiar Dilma Rousseff. A pedido de Lula, que o queria candidato ao governo paulista, mudou seu domicílio eleitoral do Ceará, onde é popular, para São Paulo. Mas Ciro só queria ser presidente. No governo Dilma, quis ser ministro da Saúde, mas a presidente lhe ofereceu a pasta da Integração Nacional. Hoje está sem cargo e mandato.

16
dez

Hebe agora é da Rede TV!

Postado às 6:05 Hs

Hebe Camargo fechou com a Rede TV!. Ao contrário do que muitos possam imaginar, Hebe não tomou nenhuma atitude intempestiva ao deixar o SBT após 25 anos. Ela já tinha um acordo prévio, “de palavra”, fechado com Marcelo Carvalho e Amilcare Dallevo, vice e presidente da Rede TV!, respectivamente. Oficialmente, por meio de sua assessoria de imprensa, a RedeTV nega a contratação.

O salário já está definido, bem como o dia de apresentação do programa de Hebe na nova casa –deve ser às segundas. Em 2011 a Rede TV! deverá ter presença menor de Luciana Gimenez na grade, uma vez que está grávida (de Carvalho).

Um dos argumentos usados pelos advogados de Hebe na negociação com o SBT foi que, com 25 anos de casa, ela não aceitaria ganhar menos do que apresentadoras que chegaram há pouco, como Eliana, cujo salário é estimado em R$ 360 mil.

O motivo oficial para Hebe Camargo ter rejeitado a renovação de seu contrato com o SBT foi financeiro. O SBT tentou cortar o salário da apresentadora em 50%, e pelo segundo ano consecutivo.

Até 2008 Hebe recebia por volta de R$ 1 milhão mensais. No ano passado, na hora da renovação, compreendendo que o SBT estava passando uma fase difícil devido à concorrência da Record, Hebe aceitou reduzir o salário para R$ 500 mil mensais. Mas, na semana passada, quando a emissora fez uma proposta de renovação que lhe baixava o salário novamente, agora para R$ 250 mil mensais, ela decidiu sair.

12
dez

Na mira do WikiLeaks

Postado às 10:05 Hs

Os telegramas falam sobre a suposta relutância do Vaticano em ajudar investigadores irlandeses nas apurações sobre abusos sexuais cometidos por padres católicos no país. Também falam do papel diplomático da Santa Sé, que supostamente ajudou a mediar a libertação de marinheiros britânicos detidos no Irã.Em comunicado, o Vaticano disse que o teor dos telegramas deve ser avaliado com prudência e reflete somente a percepção de diplomatas estrangeiros, e não as políticas da Santa Sé.


O Vaticano expressou “preocupação” neste sábado por conta da divulgação pelo WikiLeaks de documentos confidenciais da diplomacia americana, após virem à tona telegramas que mencionam a Santa Sé.

Os telegramas foram publicados no jornal britânico Guardian. Um deles diz que o papa Bento XVI, quando cardeal, em 2004, fez lobby contra a entrada da Turquia (de maioria muçulmana) na União Europeia e tentou – sem sucesso – assegurar que a Constituição da UE fizesse referência às “raízes cristãs” da Europa.

Outra leva de documentos revela críticas de 2001 de diplomatas americanos ao papel “inútil” do Vaticano no processo de paz do Oriente Médio e sugere que o Vaticano fez oposição ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, por conta da deterioração da importância da Igreja no país.

Segundo outro telegrama de 2009, o embaixador britânico no Vaticano relatava ao seu colega dos Estados Unidos que as relações entre as igrejas Anglicana e Católica enfrentavam sua maior crise em 150 anos.

Isso ocorreu pouco depois de Bento XVI, convidar sacerdotes anglicanos dissidentes para que se convertessem ao catolicismo.

17
nov

Acesso à Cultura ainda não é prá Todos

Postado às 19:34 Hs

Preços altos, barreira social e distância são os grandes fatores responsáveis pela percepção do brasileiro de que o acesso às atividades culturais no país é difícil. É o que indica o Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), criado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) para mostrar como a população enxerga os serviços de utilidade pública e seu grau de importância para a sociedade. Os números divulgados nesta quarta-feira (17) são sobre cultura e justiça.

Os preços altos são obstáculo ao acesso à oferta cultural para 71% dos entrevistados, que acreditam que esse ponto é um importante empecilho para usufruir dos bens culturais. Outra razão apontada como obstáculo foi a barreira social imposta pelo perfil do público que frequenta espaços culturais. Para 56%, há essa barreira.

Além disso, em relação à localização dos equipamentos culturais, 62,6% o percebem como distante do lugar onde moram. Apenas para 35,3% a localização não é um problema significativo. Quanto maior rendimento, maior proximidade e acesso a equipamentos urbanos de cultura e lazer, diz a pesquisa.

O brasileiro ainda se queixa da falta de tempo, mas os números mostram que, caso dispusessem de mais, não optariam por atividades culturais. Para 35,4%, o tempo é insuficiente para fazer tudo o que se desejam. Já 44,9% disseram que o tempo é suficiente, mas que sempre há alguma atividade ainda a ser feita, como compromissos, cuidados com a casa, compras, entre outros. São apenas 18,4% os que percebem ter grande parcela de tempo disponível, mas afirmam não encontrar nada de interessante para preenchê-lo.

Se tivessem mais tempo, os entrevistados disseram que procurariam,em primeiro lugar, fazer cursos (33,3%), seguido de práticas esportivas (16,1%); não fazer nada (15,1%); cuidar dos filhos, da família e da casa (13%). A realização de atividades mais próximas das práticas culturais como estudar, pesquisar e ler foi indicado por apenas 9,9% dos entrevistados; e frequentar espaços culturais e de lazer, por 7,7%. Por fim, a opção de praticar atividades artísticas foi apontada por 3,6%.

Hoje, a maioria dos brasileiros tem como atividade cultural assistir televisão. São 78% os que afirmaram assistir televisão ou DVD todos os dias. Música é outra prática disseminada: 58,8% afirmaram que a frequência da prática é diária, e outros 25,5% ouvem rádio/música pelo menos uma vez por mês. A frequência é menor para teatro, circo e shows: 59,2% disseram nunca ir e 25,6% afirmaram ir raramente. Apenas 4,2% visitam museus e centros culturais pelo menos uma vez por mês.

30
out

Resposta de Lula ao Papa

Postado às 8:10 Hs

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (29) que o Brasil é um país democrático e laico, por isso a população se manifesta do jeito que quiser.

“Eu acho que cada um vai de acordo com a sua consciência”, disse, em referência à declaração dada ontem pelo papa Bento 16 para que os bispos brasileiros condenem a descriminalização do aborto. O tema vem sendo usado pela campanha dos candidatos a Presidência da República para conquistar votos.”Não vejo nenhuma novidade na declaração do Papa. Esse é o comportamento da Igreja Católica desde que ela existe. Se você for ver o que a Igreja Católica falava há 2 mil anos, ela falava exatamente o que o papa falou”, declarou Lula durante sua participação na 26ª edição do Salão Internacional do Automóvel, que acontece em São Paulo.

O presidente minimizou a polêmica criada em torno da fala do pontífice e sua possível interferência no pleito de domingo (31). “Isso pode ser falado a qualquer momento. Pode ser falado ontem, hoje, amanhã, depois de amanhã”, afirmou.

Para Lula, a declaração da Igreja reforça a liberdade que existe no país, porque “a gente se manifesta, a gente ganha ou a gente perde, a gente pode pagar o preço pelos erros q

23
out

Eleições sobre pressões…

Postado às 11:17 Hs

Eleição apertada é assim mesmo: para desespero dos estrategistas, quem decide são os indecisos. E suas variantes: o eleitor volúvel, o ambíguo, o tardio, o falso desencantado, aquele que talvez emende o feriadão. Na pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta – que dá 50% dos votos totais a Dilma Rousseff (PT) e 40% a José Serra (PSDB) – 6% dos entrevistados se autodeclaram indecisos e 4% pregam o voto branco ou nulo. Dos que declaram voto, 10% ainda cogitam trocar de candidato. Dos que votaram em Serra ou Dilma no primeiro turno, 4% e 5% trocaram de lado, respectivamente. E 1% diz que pretende viajar e, portanto, não vai comparecer às urnas.

Para efeitos sociológicos, indeciso é o eleitor que faz sua opção na reta final da disputa, a menos de 15 dias das eleições. É um fenômeno crescente verificado tanto nas democracias consolidadas como nas recentes, para o qual concorrem a diluição das marcas partidárias e o crescente volume de informações de que dispõem os eleitores para formar sua decisão. “Os indecisos são normalmente moderados, de centro, e não se identificam com nenhum partido”, diz Marco Lisi, da Universidade Nova de Lisboa, que estudou o fenômeno na Grécia, Espanha e Portugal. “E há outra característica: a indiferença ou a ambivalência em relação aos principais líderes e temas da campanha.”

A ambivalência é conhecida das pesquisas. É por isso que se fazem perguntas aparentemente estranhas, como se um autodeclarado eleitor de um candidato, se ele votaria no adversário. Muitos respondem “talvez”; alguns dizem “certamente!”. Nada de espantoso nisso. A maioria das pessoas abriga visões antagônicas de mundo e aplica uma ou outra conforme a situação, explica o lingüista George Lakoff, autor de “The Political Mind”. Ambivalentes podem ser chamados ‘moderados’ ou ‘centristas’, mas, a rigor, podem se comportar de modo bastante extremado, indo de um polo a outro do espectro.

Esta volatilidade reflete um fato conhecido de neurocientistas e marqueteiros: o voto do eleitor não é resultado da fria ponderação de propostas ou retrospectos. Antes, espelha os valores morais, a bagagem emocional do eleitor e os sentimentos despertos pelos candidatos ao longo da campanha. E não há nada de errado com isso. “Em geral, é falso dizer que a emoção atrapalha a razão”, diz Lakoff. “Ao contrário, a racionalidade requer emoção.”

O prestígio dos aliados – As campanhas do tucano José Serra e da petista Dilma Rousseff estão atentas a este eleitorado volúvel e a dois movimentos de migração de voto: a partilha do eleitorado verde e a transferência de prestígio de aliados locais consagrados no primeiro turno.

Cerca de 6,2 milhões de pessoas elegeram governadores aliados de Serra, mas não votaram em Serra. Do lado governista, cerca de 3,8 milhões de pessoas deixaram de votar em Dilma, mas não no governador eleito da base aliada a ela. Somados os eleitores dos candidatos estaduais que passaram para o segundo turno, o estoque de votos do tucano vai a 7 milhões, e o da petista, a 3,8 milhões. A vantagem também é de Serra quando se estima o potencial de votos que os senadores eleitos podem transferir aos presidenciáveis aliados: 8,7 milhões para ele, contra 5 milhões para Dilma.

21
out

Dilma é hostilizada em visita no Paraná

Postado às 17:14 Hs

Um dia depois de o presidenciável José Serra (PSDB) ser agredido por petistas no Rio, a candidata Dilma Rousseff (PT) enfrentou clima de hostilidade em Curitiba, onde o tucano venceu no primeiro turno.
Em visita à capital paranaense nesta quinta-feira, ela ouviu vaias e quase foi atingida por um balão de água arremessado do alto de um edifício enquanto desfilava em carro aberto na rua XV de Novembro, que é fechada para pedestres.
O balão estourou no capô do veículo e assustou Dilma, que acenava para o público ao lado dos senadores eleitos Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).

Depois do susto, a presidenciável discursou rapidamente. Dilma recebeu um manifesto de apoio de professores da Universidade Federal do Paraná e prometeu, se eleita, ampliar os investimentos na rede pública de ensino superior

19
out

Mais Homenagens…

Postado às 22:29 Hs

Mais homenagens ao escritor.O livro José Saramago em suas palavras, um documentário e uma homenagem recordam o escritor português e Prêmio Nobel  José Saramago quatro meses depois de sua morte. Além disso, sua viúva e tradutora, Pilar del Río, declarou ontem que ainda não foi nada decidido sobre a possível publicação do livro que o escritor preparava quando morreu – e que falava sobre o comércio de armas – intitulado Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas.
José Saramago em suas palavras, a homenagem Celebrando Saramago, que terá aconteceu nesta segunda-feira na localidade madrilenha de Rivas, e o documentário José e Pilar, que será projetado pela primeira vez em 27 de novembro no Festival de Cinema de Ronda, acontecem quando as vendas de suas obras quintuplicaram. Desde a morte de Saramago, em 18 de junho em sua casa na ilha de Lanzarote (Canárias), aos 87 anos, as vendas na Espanha passaram de 2.000 exemplares a quase 10.000, segundo o instituto Nielsen.

Depois de a campanha presidencial ser dominada por assuntos religiosos na virada do primeiro para o segundo turno, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira (18) que temas religiosos nunca fizeram parte de suas disputas ao Palácio do Planalto e que questões como aborto e drogas não devem ser eleitorais.

Antes de um encontro de líderes do PV com o presidenciável José Serra (PSDB), FHC também criticou a campanha da petista Dilma Rousseff e o presidente Luiz Inácio Lula da silva, com um pedido para que nenhum deles contribua “para dividir o Brasil”.

“Eu nunca entrei nesses temas religiosos em campanha. Eu acho que as pessoas têm todo o direito [de discutir]. E acho que os políticos não devem confundir a questão do Estado com a questão confessional”, disse ele, no local que foi comitê de campanha do candidato derrotado do PV ao governo paulista, Fabio Feldmann.

“Questão sobre aborto não é eleitoral, como a questão da droga”, afirmou FHC, que é um dos principais defensores da liberação da maconha no Brasil. “Que as pessoas discutam [sistemas] é natural, mas acho uma questão de convicção pessoal, e não uma questão política”.

Vários setores católicos e evangélicos criticam Dilma por ter defendido a liberação do aborto e, mais tarde, ter atenuado sua posição. A campanha petista acusou partidários de Serra de formarem uma “central de boatos”, espalhando “mentiras e calúnias” sobre as posições da ex-ministra-chefe da Casa Civil sobre liberdade religiosa.

04
out

2º Turno será teste para Lula

Postado às 7:04 Hs

Uma estreante em eleições, que tinha ocupado apenas cargos de coadjuvante, com a pecha de ser excessivamente técnica. Um adversário que participa de votações desde os anos 80, considerado turrão, ex-governador de São Paulo e presidenciável em 2002. A alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, batendo nos 80%, tornou essa disputa mais equilibrada. E é disso que depende o resultado final.

Por mais que importe o apoio da terceira colocada, Marina Silva (PV), o que estará em jogo é a capacidade de transferência de votos lulistas para a segunda votação presidencial, em 31 de outubro. Nas pesquisas, Dilma aparece à frente de Serra. Mas nas últimas duas semanas de campanha, a petista caiu nas preferências por conta de escândalos na Casa Civil, que podem afetá-la no noticiário até o fim deste mês.

Serra, por sua vez, terá a chance de ajeitar sua campanha errática no primeiro turno, quando tentou até se associar a Lula no horário eleitoral obrigatório para não perder votos para a preferida do presidente. Depois de uma queda vertiginosa nas pesquisas em agosto, recuperou-se levemente em setembro, mas foi ofuscado pela ascensão da ex-ministra Marina, cujo apoio buscará com insistência.

O embate final entre Dilma e Serra não era desejado por Lula, que se esforçou para tirar o deputado Ciro Gomes (PSB) da disputa para resolver o confronto o quanto antes. Se o eleitorado não deu ao presidente o sabor de dar-lhe sua sucessora na primeira votação, poderá fazê-lo na segunda oportunidade com o reforço de vários governadores, senadores e deputados eleitos com a ajuda do petista.

Sinais de Dilma
Filiada ao PT há menos de uma década, a ex-pedetista Dilma não teve tanto trabalho como o rival Serra para domar os vários interesses de aliados. Mas com mais um mês de campanha, o apoio costuma ficar mais caro para os presidenciáveis, traduzindo-se mais tarde em cargos públicos de prestígio. Nada fácil para uma mulher que aprendeu apenas recentemente a transitar no mundo político.

Até agora, Dilma não precisou de sólidos compromissos de campanha. Bastou mostrar o legado da gestão atual e indicar que pretende seguir o modelo de coalizão adotado pelo petista em seu segundo mandato, sem espaço para extremismos, mas com bastante possibilidade de fisiologismo. Mas, ao contrário de Lula, já poderá fazer campanha dizendo ter maioria na Câmara dos Deputados e no Senado.

No primeiro turno, Dilma eleita mostrou que aprendeu mais uma lição de seu maior defensor: deixar pelo caminho aliados que se envolvam em práticas suspeitas. Na reta final, sofreu ataques dos adversários por conta de sua ex-braço direito na Casa Civil, Erenice Guerra, demitida do ministério depois que seu filho se envolveu com lobistas. O assunto deve voltar a turbinar o noticiário por conta do mês adicional de disputa.

Serra reconfigurado?
Quando perdeu as eleições que deram o primeiro mandato a Lula, após um tortuoso segundo governo de FHC, Serra também se esforçou para não parecer candidato do governo nem da oposição. Em ambas as disputas presidenciais, manteve a fama de centralizador e impetuoso, organizando a própria agenda sem consultar aliados. No segundo turno, a dúvida de seus aliados é se isso tudo se manterá.

Para desafiar a capacidade de Lula transferir sua popularidade para Dilma, o que fará Serra? Criticar o presidente que já exibiu em sua propaganda na TV e quem já disse estar “acima do bem e do mal”? Reforçar as críticas à adversária agora que terá tempo igual ao dela no horário eleitoral obrigatório? Aparecer com propostas que deixam de cabelo em pé os fãs da ortodoxia fiscal? Todas essas juntas? Só ele próprio sabe.

Além de abalar a base eleitoral da adversária, o tucano também terá o trabalho de reagrupar a oposição, que se dispersou nas últimas semanas de sua campanha. O PTB abandonou sua aliança. Membros do DEM se disseram desprestigiados pelo candidato. E até tucanos declararam apoio a Dilma, em desafio à legislação eleitoral. Ou fizeram corpo mole para levá-lo ao segundo turno, como em Minas Gerais.

O papel de Marina
A cúpula do PV pende para Serra. Mas sua estrela única evita dar pistas sobre se planeja seguir a provável orientação de seu partido, ficar ao lado de seu ex-ídolo Lula ou optar pelo distanciamento. Preocupada em se credenciar como líder oposicionista, dizem seus aliados, Marina não quer ser associada ao pragmatismo da candidatura de Dilma nem à claudicante campanha de Serra à Presidência.

O segundo turno, que ocorrerá em grande parte por causa dela, pode vê-la não decidir por nenhum dos dois finalistas. Ainda assim, saiu triunfante da disputa: quebrou o plebiscito entre PT e PSDB desejado por Lula e será procurada pelos adversários para compor o próximo governo ou, ao menos, criar pontes com ele. Por não depender do presidente, ajudará a demonstrar a capacidade que ele tem de influir seus eleitores.

O resultado, em 31 de outubro, mostrará se o lulismo é um fenômeno que pode sobreviver a Lula ou se morrerá antes mesmo de seu criador deixar o cargo.

abr 24
quarta-feira
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