A morte do ex-governador Eduardo Campos é daquelas tragédias que reúne todos os elementos para alimentar a mitologia política, dado o contexto que retira de cena precocemente um dos políticos mais promissores de sua geração , destinado a consolidar-se como referência política permanente no país. Sua saída de cena, de forma abrupta, aos 49 anos, remete à máxima política de que presidência da República é destino. Campos tinha tempo e pressa, a urgência que o orientava a não postergar a candidatura para 2018, certo de que não poderia confiar em acordo com o PT nesse sentido, e de que chegara a hora de romper a polarização PT/PSDB. Era um dos quadros mais preparados na cena política nacional. Economista, tinha gosto pela articulação política e pela gestão, uma combinação rara no Brasil. Sua gestão em Pernambuco tinha a aprovação de mais de 70% da população, o que o credenciava a ser uma liderança regional nordestina.