O presidente Michel Temer confirmou Romero Jucá na liderança do governo no Senado

Agora, não resta dúvida: o presidente Michel Temer entende que denúncias contra políticos do seu PMDB na Lava Jato são letra morta. Não são indício, não constituem constrangimento, nem mesmo um desconforto.

A confirmação veio com a nomeação de Romero Jucá para líder do governo no Senado. Jucá é o “Caju” para Claudio Melo Filho, o ex-lobista da Odebrecht que o cita 105 vezes na sua delação. Em 82 páginas, Melo Filho conta quantas e quais vezes Jucá trabalhou para aprovar medidas provisórias de interesse da empreiteira e cobrou por isso – em moeda sonante.

A saraivada de casos que Melo Filho relata ocorreram quando Jucá era líder do governo no Senado, cargo ao qual acaba de voltar.

“E se der Fachin, o “intruso” que Cármen Lúcia quer por no caminho deles?”

Senadores do PMDB na mira da Lava Jato fazem de conta que não estão preocupados com a indicação do sucessor de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal. Para efeito externo, dizem que Michel Temer é um jurista experiente que saberá escolher um bom nome para o cargo.

Alguns chegam a dizer que têm evitado conversar sobre o assunto com Michel Temer e com os próprios colegas. Pura balela. Eles enxergam nas definições de quem será o novo ministro e qual relator vai substituir Teori na Lava Jato duas excelentes oportunidades para afastarem a corda de seus próprios pescoços.

Nos bastidores, estimulam a escolha “técnica” de um ministro do Superior Tribunal de Justiça, com o argumento de que Teori também atuou no tribunal. Ali, há vários nomes com boas relações com o PMDB, alguns já chegaram lá com uma mãozinha de caciques do partido.

Também estiveram no páreo na sucessão de Joaquim Barbosa. Renan Calheiros, Eduardo Braga, Romero Jucá, Edison Lobão, e Eunício Oliveira, entre outros, batalharam para emplacar um deles. Os senadores do PMDB perderam a parada e tiveram que engolir Luiz Edson Fachin. Foi uma escolha indigesta, sobretudo para Renan.

Os senadores agem com mais cautela em relação ao Supremo para não ferir suscetibilidades, especialmente a de Cármen Lúcia, uma incógnita para eles. Nos bastidores, torcem e não escondem o apoio a um sorteio entre os integrantes da Segunda Turma do Tribunal.

Se der Gilmar Mendes, Dias Toffoli ou Ricardo Lewandowski, com certeza vão comemorar como uma Mega-Sena. Mas, e se der Fachin, o “intruso” que Cármen Lúcia quer por no caminho deles?

Por Andrei Meireles – Blog Os Divergentes

24
Maio

Opinião : Jucá não volta mais

Postado às 9:24 Hs

A situação do ministro Romero Jucá é insustentável. Para não constranger nem atrapalhar o presidente Michel Temer, ele se antecipou e saiu de licença, mas não existe licença ministerial. Ou é ministro ou não, Jucá quer criar um meio termo que não existe. A sua queda, o primeiro de uma penca de sete ministros citados ou denunciados na operação Lava Jato, é a crônica de uma saída antecipada. Custo acreditar que Temer não tinha conhecimento das implicações do auxiliar no esquema da Petrobras.

Tanto tinha que numa entrevista à Globo News, quando provocado sobre as denúncias que pesavam contra Jucá, afirmou confiar na versão dele de que o dinheiro doado por empresas envolvidas no desvio fenomenal da Petrobras tinha sido devidamente registrado, estando na prestação de contas da sua campanha à justiça eleitoral. Temer confiou e arriscou como está arriscando com Henrique Eduardo Alves e mais cinco ministros citados na Lava Jato.

Jucá era tudo que o PT queria neste início de Governo Temer, para instalar um clima tenso e de instabilidade. Mas o presidente tem como se livrar do problema. Basta afastá-lo sumariamente e definitivamente do cargo. Não pode cometer o pecado de Lula e Dilma, que passavam a mão na cabeça de ministros envolvidos em todo tipo de gatunagem, deixando o Governo sangrar. Quando agia, já era tarde, o mal já havia se espalhado provocando danos irreparáveis.

O PT já quer fazer de Jucá o Delcídio do Governo Temer, mas os casos são bem diferentes. Então líder do Governo no Senado, Delcídio do Amaral tentou obstruir o andamento das investigações da Lava Jato facilitando a fuga do País de um investigado, sendo preso em flagrante. Jucá fala em postergar, crime também grave, mas nem de longe algo que possa parecer com o crime tipificado por Delcídio. Desenvolto no Congresso, Jucá vinha ajudando Temer na interlocução política com a Câmara e o Senado para aprovar esta semana a meta fiscal do Governo e em seguida as medidas necessárias ao ajuste fiscal, que passam também pela reforma da Previdência. Até o momento, Temer tem acertado na economia, montando um time gabaritado, de altíssimo nível, mas seus pecados na política continuam um atrás do outro e podem ser fatais.

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