A candidatura à Presidência da República do ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro em 2022 pelo Podemos é dada como certa por integrantes do partido, e a filiação é aguardada para novembro, quando Moro prometeu responder ao convite formal feito pela sigla. A legenda aposta que o nome de Moro é o mais viável entre os que já surgiram para encarnar a chamada terceira via, ou seja, uma alternativa diante do cenário de polarização entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), que vem conversando com o PP sobre a possibilidade de retornar aos quadros da legenda. No Podemos, a candidatura do ex-ministro de Bolsonaro é vista como uma forma de angariar os votos dos “órfãos” da Lava Jato, ou seja, pessoas que defenderam a extinta força-tarefa liderada por Moro, em Curitiba.

Por Carlos Newton

Como diria Vinicius de Moraes, sempre interessado em política, “de repente, não mais que de repente”, a candidatura do ex-juiz  Sérgio Moro vai ganhando força e se transformando numa alternativa altamente viável para livrar o país da polarização entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

Desde sempre, o Podemos vem insistindo na candidatura de Moro. O partido foi criado sob liderança do ex-governador Alvaro Dias, tem raízes no Paraná e muitos integrantes são amigos pessoas do ex-juiz. E agora o União Brasil, que vai sair da fusão PSL-DEM, também inicia uma ofensiva para ter Sergio Moro como candidato em 2022.

VIABILIDADE – Essa movimentação de bastidores demonstra que os políticos já entenderam a viabilidade da terceira via, diante da forte rejeição a Lula e a Bolsonaro. O tempo não para, diria Cazuza, e as novas pesquisas continuam indicando que nem Lula nem Bolsonaro têm condições de ganhar os votos da “maioria silenciosa”, como o ex-presidente Richard Nixon classificava a parcela dos eleitores que decidia os pleitos na matriz USA.

Aqui na filial Brazil, a eleição da terceira via depende dos próprios candidatos. Se todos aceitarem a proposta do tucano João Doria, assumindo compromisso de renunciar à candidatura em favor de quem tiver maior chance de vitória, será uma eleição eletrizante.

A união dos eleitores dos atuais pretendentes (Ciro Gomes, Henrique Mandetta, Rodrigo Pacheco, Alessandro Vieira, Simone Tebet, João Doria, Eduardo Leite, José Luiz Datena e… Sérgio Moro) seria suficiente para vencer Lula ou Bolsonaro no segundo turno, porque herdaria os votos de qualquer um dos dois polarizadores.

PODEMOS INSISTE – Em recente entrevista ao Valor Econômico, a presidente do Podemos, Renata Abreu, apostou na candidatura presidencial de Sergio Moro. “Acho que ele está bem entusiasmado com a ideia. Moro voltou para os Estados Unidos  para ter uma conversa com a família dele. Temos até o comecinho de novembro para ele dar essa resposta”, afirmou, acrescentando que o partido fez uma pesquisa bem ampla e Moro é o único nome  que pode romper com a polarização.

“Ele já larga com 10% sem ter se declarado candidato. E pega eleitores do Bolsonaro que são anti-Lula, que são anti-PT”, disse Renata Abreu.

“Primeiro é preciso confirmar a decisão dele, não adianta fazer qualquer conversa antes. E muitos partidos agora estão em fase de confirmação de seus candidatos, então acho que novembro vai ser o mês de definição e aí começarão as conversas sobre alianças”, concluiu.

Via Correio Braziliense

O União Brasil, partido que vai sair da fusão PSL-DEM, iniciou uma ofensiva para ter o ex-ministro da Justiça Sergio Moro como candidato em 2022. Um dos interlocutores da nova sigla com o ex-juiz da Operação Lava-Jato é o vice-presidente do PSL, deputado Júnior Bozzella (SP). De acordo com o parlamentar, uma definição sobre a filiação deve ocorrer em novembro.

“Acredito que, no mês que vem, quando ele voltar dos Estados Unidos. Dentro do nosso partido ele terá muitos apoios”, disse Bozzella, que integra a comissão organizadora da fusão.

COM MANDETTA – A nova sigla pretende ter candidatura própria a presidente da República e Moro tem conversado com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta — de quem foi colega quando eram do governo de Jair Bolsonaro, hoje pré-candidato pelo futuro União Brasil.

Ele elogiou a atuação do ex juiz no combate à corrupção. “Moro tem uma visão de combate à corrupção, uma parte da vida dele totalmente dedicada a esse tema, tem muita gente que o apoia e que quer uma clareza”, afirmou Mandetta.

“Boa tarde a todos, é um prazer vê-los aqui. Uma rápida apresentação: sou Sergio Moro, trabalhei como juiz bastante tempo no Brasil, essa é uma história conhecida”, disse o ex-ministro da Justiça na abertura de um webinário na última quinta-feira (30), arrancando risos dos participantes. O evento reuniu cerca de 30 pessoas, a maioria advogados, e teve como um dos organizadores a empresa Alvarez & Marsal, especializada em compliance, que contratou Moro no ano passado como consultor. LEI DE LICITAÇÕES – À vontade durante o webinário, que tinha como tema a nova Lei de Licitações, Moro parecia relaxado, embora a plateia fosse composta por muitos advogados, classe com quem ele antagonizou durante os anos de Lava Jato. Num bate-papo informal antes de o evento começar, teorizou sobre as diferenças entre o criminoso comum e o de colarinho branco. “Em geral o de colarinho branco não se sente um criminoso. É comum você ouvir ele dizer ‘olha, outros fazem também’. O ladrão de banco nunca tenta justificar seu ato dizendo que outros fazem também.”

Reprodução

O Podemos planeja para novembro a filiação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e o lançamento oficial de sua candidatura a presidente da República. A ideia do partido é “prender o rabo” de Moro, considerado um dos heróis da Lava Jato, antes que outro partido o alicie. O ex-juiz reside no exterior, mas, como seu nome aparece bem em pesquisas sobre presidenciáveis, ele resolveu pensar seriamente no assunto. As informações são do jornalista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Por enquanto, somente há consenso em relação ao mês de novembro, mas há divergências quanto à definição do dia da festa de filiação. A opção de Moro pelo Podemos atenderá a convite do conterrâneo e senador Alvaro Dias (PR). Há entre eles admiração recíproca.

O Podemos tem hoje dez deputados federais, nove senadores e 99 prefeitos. Vai precisar formar alianças para aumentar o tempo de TV. A grande dificuldade do Podemos é que Moro é mal-visto pelos políticos, que em geral o detestam pelas noites indormidas durante a Lava Jato.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou, ontem, maioria a favor da manutenção da decisão da Segunda Turma da Corte segundo a qual o ex-juiz Sergio Moro agiu parcialmente no processo em que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex em Guarujá. O julgamento foi suspenso em razão de pedido de vista (mais tempo para analisar o processo) de Marco Aurélio Mello e será retomado depois que o ministro devolver o processo e uma nova data for definida pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux. No momento da interrupção, havia sete votos pela manutenção da decisão da Segunda Turma (Gilmar Mendes, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber) e dois pela revogação (Edson Fachin e Luís Roberto Barroso). Faltam os votos de Marco Aurélio Mello e Luiz Fux.

O ex-juiz Sergio Moro emitiu, hoje, uma nota sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o declarou suspeitou. Ele disse estar “tranquilo” sobre os “acertos” das decisões judiciais que tomou na Operação Lava Jato.

Confira a nota!

“Sobre o julgamento da 2ª Turma do STF que, por três votos a dois, anulou a condenação do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro:

A Operação Lava Jato foi um marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil e, de certo modo, em outros países, especialmente da América Latina, colocando fim à generalizada impunidade destes crimes. Mais de quatro bilhões de reais pagos em subornos foram recuperados aos cofres públicos e quase duas centenas de pessoas foram condenadas por corrupção e lavagem de dinheiro.

Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso.

Apesar da decisão da segunda turma do STF, tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-Presidente.

A sentença condenatória contra o ex-Presidente foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça que, igualmente, rejeitaram as alegações de falta de imparcialidade. O ex-Presidente só teve a prisão ordenada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em 2018, após ter habeas corpus denegado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal.

O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente.

A preocupação deve ser com o presente e com o futuro para aprimorar os mecanismos de prevenção e combate à corrupção e com isto construir um país melhor e mais justo para todos”.

Curitiba, 24 de março de 2021.

Sergio Fernando Moro

O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro disse em entrevista ao jornal britânico Financial Times que o governo de Jair Bolsonaro usou sua presença na equipe ministerial como desculpa para demonstrar que medidas anticorrupção estariam sendo tomadas. O ex-ministro afirmou que o governo não estava fazendo muito e que esta agenda tem sofrido reveses desde 2018, quando Bolsonaro se elegeu. “Uma das razões para eu sair do governo foi que não estava se fazendo muito (pela agenda anticorrupção)”, disse Moro à publicação. “Eles estavam usando minha presença como uma desculpa, então eu saí. A agenda anticorrupção tem sofrido reveses desde 2018”. O FT lembrou que a saída de Moro foi marcada pela acusação de que o presidente Bolsonaro teria interferido politicamente na Polícia Federal. Um inquérito no Supremo Tribunal Federal investiga as declarações do ex-ministro.

O Globo

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para o ex-ministro Sergio Moro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestaram sobre a possível retirada do sigilo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril.

Celso de Mello quer saber se PGR, AGU e Moro concordam com a derrubada parcial ou integral do sigilo do vídeo, exibido nesta terça-feira para o próprio ex-ministro e para investigadores e procuradores que atuam no inquérito aberto pelo ministro para apurar se, de fato, Bolsonaro determinou a troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro por razões pessoais.

DIVULGAÇÃO – “Especialmente em face da circunstância de que todos tiveram acesso ao conteúdo integral de referida mídia eletrônica, em ato realizado, na data de hoje, no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília/DF, esclarecendo se ainda insistem em seus respectivos pleitos de divulgação integral ou de divulgação limitada aos fatos objeto da presente investigação penal”, escreveu o ministro.

De acordo com o relato que três fontes que assistiram à exibição do vídeo fizeram ao O Globo, Bolsonaro defendeu na reunião troca no comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro para evitar que familiares e amigos seus fossem “prejudicados” por investigações em curso. Bolsonaro disse que não utilizou os termos “Polícia Federal” nem “superintendente” na reunião.

Moro já se pronunciou favoravelmente à retirada do sigilo da gravação. “O acesso ao vídeo da reunião ministerial do dia 22/4 confirma o conteúdo do meu depoimento em relação à interferência na Polícia Federal, motivo pelo qual deixei o governo. Defendo, respeitosamente, a divulgação do vídeo, preferencialmente na íntegra, para que os fatos sejam brevemente confirmados”, disse o ex-ministro, em nota.

PÚBLICO – Parlamentares da Câmara e do Senado também decidiram recorrer ao STF para tornar público o vídeo da reunião ministerial. Já Bolsonaro afirmou que não vê problemas com a divulgação do vídeo, exceto os trechos que tratam de política externa.

De acordo com a colunista Bela Megale, houve críticas à China feitas por parte dos presentes. “Esse vídeo pode ser todo mostrado a vocês, exceto quando se trata das questões de política externa e segurança nacional”, afirmou.

Durante a reunião ministerial de 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro associou a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro à necessidade de proteger seus familiares, segundo fontes ouvidas pelo blog. O vídeo desse encontro é uma das evidências do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) após Sergio Moro deixar o ministério da Justiça acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal. A sequência foi exibida nesta terça-feira (12) em Brasília a pessoas envolvidas com a investigação. A avaliação de fontes que acompanham a investigação é que o vídeo é devastador para Bolsonaro, pois comprova a acusação de Moro de que o presidente da República tentou interferir na Polícia Federal.

Andréia Sadi / G1 Política

Defesa do ex-ministro quer que ele acompanhe a exibição de vídeo de reunião entregue pelo Palácio do Planalto. Objetivo é garantir que material não foi editado. A defesa do ex-ministro da Justiça considera essencial a presença dele nesta terça-feira (12) para acompanhar a exibição do vídeo entregue pelo Palácio do Planalto, gravado na reunião ministerial de 22 de abril. A justificativa é de que Moro poderá atestar se a gravação é autêntica ou se foi editada.

Nos bastidores, interlocutores de Moro disseram ao blog que não descartam que tenha sido feita uma edição, por conta da resistência do Planalto em entregar o vídeo de imediato. E afirmam que, como Moro estava presente na reunião, o ex-ministro poderá dizer se o vídeo foi disponibilizado na íntegra ou não.

ÚLTIMA TENTATIVA – A Advocacia-Geral da União (AGU), antes de entregar o vídeo ao Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a pedir ao ministro Celso de Mello, relator do caso, que repensasse o pedido para que o governo enviasse o vídeo. Em seguida, pediu para entregar uma parte. Por fim, entregou o vídeo inteiro.

O Planalto não queria entregar o material, alegando conteúdo de interesse de estado. A reunião contou com um presidente Bolsonaro muito irritado, que distribuiu cobranças a ministros e, segundo Moro, fez pressão para que a Polícia Federal entregasse relatórios de inteligência. Moro repete nos bastidores que o conteúdo do vídeo é constrangedor para o governo.

Ministros da ala militar, assim como a defesa de Moro, avaliam que o depoimento principal da semana do governo é o de Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI). Moro disse, ao depor, que o chefe do GSI alertou Bolsonaro de que ele não poderia ter acesso aos relatórios da Polícia Federal.

ALEGAÇÃO DE BOLSONARO – Diante da expectativa dos depoimentos marcados para esta semana, a linha de defesa do governo é minimizar a cobrança de Bolsonaro durante a reunião do dia 22 de abril.

Fontes do Planalto ouvidas pelo blog disseram que Bolsonaro “pediu acesso a relatórios da Abin, PF e até das Forças Armadas”. “Foi uma cobrança generalizada”, minimiza o aliado de Bolsonaro.

Na reunião, houve críticas também a outros poderes, como o STF, além de críticas à China por parte do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que acusa o país de ser responsável pelo coronavírus.

O ex-ministro Sergio Moro prestou depoimento por quase 9 horas na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Moro refirçou todas as acusações que já tinha feito, sobre interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

A oitiva foi conduzida pela delegada Christiane Correa Machado, chefe do grupo que apura os inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal, batizado de Sinq (Serviço de Inquéritos Especiais), e por procuradores da equipe do PGR, Augusto Aras.

Mostrou as mensagens de WhatsApp que já eram de conhecimento público, e acrescentou emails e áudios de conversas com pessoas que autorizaram seu uso. Moro também disponibilizou o celular e arquivos de mídia para cópia e perícia. No material, há conversas com outras autoridades usadas por Bolsonaro para mandar recados a Moro.

 

02
Maio

Sérgio Moro depõem na Polícia Federal

Postado às 11:31 Hs

O ex-ministro Sergio Moro irá prestar depoimento na Polícia Federal neste sábado (02), em Curitiba, sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da Polícia Federal. As acusações foram feitas ainda quando era ministro e antes da sua saída do cargo, que aconteceu após Bolsonaro exonerar o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo.

A decisão do depoimento foi do ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal (STF), que é responsável pela investigação e determinou que o ex-ministro, fosse ouvido em até cinco dias. O inquérito visa apurar se o que Moro relatou é verdade ou não. Caso não consiga provar, ele pode responder judicialmente por denunciação caluniosa e crimes contra honra.

O depoimento de Sergio Moro à PF está marcado para começar às 14h. Ontem, a PGR indicou os procuradores que acompanharão a audiência.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira que a Polícia Federal tome o depoimento de Sergio Moro no prazo de cinco dias. O interrogatório vai instruir o inquérito que investiga o teor do discurso de Moro ao se despedir do Ministério da Justiça, na última sexta-feira. Na ocasião, Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir indevidamente nas atividades da Polícia Federal. A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-ministro deverá apresentar “manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão”.

Na segunda-feira, quando abriu o inquérito sobre o assunto, Celso de Mello deu prazo de até 60 dias para a realização das diligências. A diminuição do prazo foi determinada a pedido de três parlamentares: o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).

“A gravidade das acusações dirigidas ao presidente da República, em nosso entendimento, somada à grave crise política pela qual atravessa o país, leva a crer que o prazo de 60 dias para a realização da diligência em tele pode se demonstrar excessivo”, argumentaram ao STF.

O GLOBO

Quando Sergio Moro decretou as primeiras prisões da Operação Lava-­Jato, em 2014, ninguém imaginava que começaria ali uma revolução de consequências históricas para a política, a economia e o combate à corrupção no Brasil. Em quatro anos, as investigações revelaram a existência de uma monumental estrutura que tinha como membros ativos as maiores empreiteiras do país, altos dirigentes de empresas estatais e políticos de todos os quilates — de deputados a presidentes da República. Todos se nutrindo da mesma fonte de um esquema que, durante anos, desviou mais de 40 bilhões de reais dos cofres públicos, dinheiro convertido em financiamento de campanhas eleitorais e propina. O caso fulminou biografias, quebrou empresas, arrasou partidos políticos e desmascarou muita gente que se dizia honesta. A histórica impunidade dos poderosos levou uma surpreendente rasteira — e abriu caminho para que um outsider chegasse à Presidência da República. Com a eleição de Jair Bolsonaro e a nomeação de Sergio Moro para o Ministério da Justiça, muitos apostaram que a corrupção sistêmica sofreria o golpe de misericórdia no país — uma tremenda ilusão, segundo o próprio Moro.

O advogado e major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Antônio de Oliveira Francisco é novo Ministro da Justiça. A analista de política da CNN Basília Rodrigues recebeu, com exclusividade, a confirmação do nome do substituto.

Segundo Basília, fontes do Planalto revelam que se fez valer a vontade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na nomeação de Oliveira – ele é próximo da família Bolsonaro, com quem trabalha há mais de 15 anos. Inicialmente, Oliveira não queria aceitar o cargo, mas Bolsonaro o convenceu ao dizer que o comando da pasta se tratava de uma missão, disseram as fontes.

Ele assume o lugar de Sergio Moro, que pediu demissão na última sexta-feira (24), após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo.

No início da tarde deste domingo (26), o novo ministro da Justiça e Segurança usou a conta que mantém no Twitter para publicar uma mensagem de apoio a Bolsonaro.

“Juntos com o PR @jairbolsonaro por um Brasil melhor. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!”, escreveu Oliveira em mensagem acompanhada por uma foto do pronunciamento do presidente na sexta no qual comentou a demissão de Moro.

Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro dispõe de uma série de mensagens de áudio e de texto trocadas com o presidente Jair Bolsonaro ao longo dos quase 14 meses em que participou do governo, desde que largou a toga e os processos penais da Lava-Jato. Boa parte das acusações feitas por Moro contra Bolsonaro, que em seu discurso de despedida deixou margem para entendimento de que o presidente cometeu crimes de responsabilidade, está amparada em material que, no limite, pode ser usado como prova documental. Em seu pronunciamento, Moro apontou indícios de ao menos seis tipos de crimes que podem ter sido cometidos por Bolsonaro no exercício do cargo, de acordo com avaliações de criminalistas ouvidos pela reportagem.

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, acaba de anunciar, em coletiva, sua saída do Governo em função da mudança no comando da Polícia Federal. Saiu atirando. No discurso de despedida, o agora ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse que seu maior desapontamento com o presidente foi ter recebido a garantia de que teria carta branca para montar sua equipe e isso veio abaixo com a demissão do diretor da Polícia Federal.

O agora o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse que deixou o Governo por divergências com o presidente em relação à troca no comando da Polícia Federal. Ressaltou que não cabe a ele nomeações, papel do presidente, e que a única pessoa que indicou para a PF foi Maurício Valeixo, diretor geral.

Afirmou que alertou o presidente que a mudança de Valeixo iria implicar em outras mudanças atingindo principalmente os superintendentes estaduais, entre eles o de Pernambuco. “Isso é interferência política”, disse.

Sergio Moro disse que Jair Bolsonaro queria ter acesso aos relatórios de inteligência da PF e informações sobre as investigações em andamento. É inadmissível que o presidente da República possa interferir na autonomia da PF. Como afirmou Moro, “o grande problema não é quem entra, mas por que entra”.

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