A votação da denúncia contra Temer provocou avarias profundas no PSDB. No saldo final, a maioria da sigla votou a favor do presidente, com 22 votos a 21 — quatro deputados faltaram à sessão. O resultado deve dar força à decisão de Tasso Jereissati (PSDB-CE) de deixar a presidência da sigla.
O anúncio do líder do PSDB, Ricardo Trípoli (SP), de que encaminharia voto a favor da denúncia foi visto como um erro crasso. Ele acabou mobilizando a ala afeita ao governo a trabalhar para garantir maioria. Antes de fazer o pronunciamento, Tripoli falou três vezes com Geraldo Alckmin.
Como reação, ala do PSDB pró-Temer começou movimento para esvaziar a possível candidatura de Alckmin ao Planalto, ventilando o nome de Marconi Perillo (GO) como opção.
Fonte: Folha de S. Paulo
Aliados que estiveram, ontem, com o presidente Michel Temer, tanto no Palácio Jaburu, a residência oficial, quanto no Planalto, local de despacho, revelaram que ele está com uma baita disposição de resistir até o fim, mesmo sabendo das imensas dificuldades e barreiras a enfrentar. “Encontrei um presidente com fome de briga, um leão”, relatou um parlamentar.
O que motivou a mudança de postura, na verdade, foi a colaboração da base no Congresso. Temer pediu e os senadores trabalharam quase o dia inteiro de ontem na Comissão Especial da Casa, onde, em meio a agressões morais e até no campo físico, deram como lido o relatório da reforma trabalhista já aprovada na Câmara. Presidente da Comissão, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) se preparava para passar a palavra para o relator Ricardo Ferraço fazer a leitura, quando Lindbergh Farias (PT-RJ) foi em direção ao relator dizendo que a oposição não ia permitir a leitura.
Houve, então, gritaria, empurrões e os senadores ficaram exaltados. Lindbergh Farias e Ataídes Oliveira (PSDB-TO), mais exaltados, precisaram ser contidos por colegas e até seguranças. Parlamentares contrários à reforma se dirigiram à mesa e fizeram um cordão de isolamento para impedir a leitura do relatório.
Nesse momento, Ataídes e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) trocaram acusações. O senador tucano, gritando, precisou ser contido por Otto Alencar (PSD-BA). A sessão foi suspensa pelo presidente da comissão. Algumas pessoas que estavam na plateia acompanhando a reunião da comissão gritavam palavras de ordem contra o presidente Michel Temer. A confusão continuou mesmo após a suspensão da sessão. Senadores tentam acalmar a plateia da comissão.
Enquanto senadores se agrediam, fora do Congresso lideranças da base se reuniam para discutir uma saída para a crise. Numa eventual renúncia do presidente Temer, o nome mais cogitado no dia de ontem, na bolsa de apostas, era o do próprio Tasso, que, na Comissão, tentava acalmar as feras e acabou dando o relatório como lido, sob os protestos furiosos da oposição, que obstruía.
O nome de Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo, estaria descartado por uma razão simples: seu escritório de advocacia atende, hoje, a um grande número de políticos e empresários envolvidos na operação Lava Jato. Quanto a um nome do Supremo, tanto a presidente Carmem Lúcia quanto o ministro Ayres Brito, opções levantadas por segmentos da mídia, seriam cartas fora do baralho, porque eleger um membro do Judiciário seria atestar a intervenção de um poder em outro.
Tasso já teria sinalizado que toparia o desafio desde que viesse a ser objeto de um processo não traumático, sem disputa, de forma consensual. Ex-governador do Ceará, Tasso é um empresário bem-sucedido, reformou seu Estado e acabou com a política dos coronéis. Foi também presidente nacional do PSDB e agora assumiu, novamente, o comando do partido com o afastamento de Aécio. É um nome com trânsito fácil no Congresso e respeitado.
A convite do candidato a prefeito de Mossoró, Tião, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) fará uma visita a Mossoró na quinta-feira (15). O senador tucano, que é uma das principais lideranças do PSDB, desembarca por volta das 17h15 no Aeroporto Augusto Severo. Posteriormente o político terá uma reunião fechada com Tião,
Jorge do Rosário e convidados e às 19h será recebido pela militância, correligionários e candidatos a vereador pela coligação unidos por uma Mossoró Melhor no Espaço Azul 45, porém houve uma alteração e a movimentação foi transferida para o Salão Ilha do Hotel VillaOeste.
Após a reunião política Jereissati retorna ao Ceará.
Fonte: Assessoria