O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou ontem o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic), de 0,50 ponto percentual, será mantido “nas duas próximas reuniões” do colegiado, pelo menos.

“Não posso confirmar se haverá aceleração dos cortes. Isso vai depender das condicionantes de risco”, afirmou Campos Neto aos jornalistas, citando a série de indicadores que o Banco Central mapeia para tomar as decisões. “Ainda existe muita incerteza. Temos um balanço de risco, que é importante e, no momento, a gente considera o ritmo de 0,50 ponto percentual apropriado”, insistiu. As informações são do Correio Braziliense.

O ciclo de queda da Selic começou em agosto, e, atualmente, a taxa está em 11,75%, após quatro cortes seguidos de 0,50 ponto percentual. Com dois cortes da mesma magnitude, os juros deverão cair para 10,75% ao ano em março de 2024.

Campos Neto destacou que a promulgação da reforma tributária e a aprovação da MP das subvenções, nesta semana, foram “vitórias importantes” na agenda econômica, e elogiou o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “A gente reconhece que tem um grande esforço do ministro Haddad. Eu tenho falado com ele, e vejo como é difícil a negociação lá no Congresso para aprovação das reformas. E, nesta semana, houve várias vitórias importantes nesse sentido. Então, acho que a gente sai da semana com boas notícias”, resumiu.

Ao ser questionado pelo Correio sobre o comportamento do câmbio neste ano, o presidente do Banco Central, avaliou que o real tem ficado mais resiliente em relação a outras moedas, em grande parte, devido ao potencial de atração de investimentos na área de energia renovável. “O Brasil é um sério candidato a ter fundos de investimento mais perenes por diversas razões. Por ser, por exemplo, um país com grande capacidade de produzir energia renovável. Então, à medida que esses fluxos se materializam, ele tende a ser beneficiado”, afirmou.

Projeções

As declarações de Campos Neto foram dadas durante a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). No documento, o BC elevou de 2,9% para 3% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, e reduziu de 1,8% para 1,7% a estimativa de avanço em 2024. As projeções do RTI, no entanto, estão mais otimistas que as do mercado. No boletim Focus divulgado nesta semana, a mediana das estimativas dos analistas de instituições financeiras para o avanço do PIB estão em 2,92%, neste ano, e em 1,51%, no ano que vem.

Pelas novas projeções de inflação do BC, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será de 4,6% em 2023, ante expectativa anterior de 5%. A previsão permaneceu em 3,5% para 2024 e aumentou para 3,2% em 2025.

O presidente do BC também ressaltou que existe relação entre o desequilíbrio fiscal e as expectativas de inflação, mas que isso não é mecânico. Segundo ele, essa é uma das principais mensagens a serem fixadas. Na avaliação dele, se o cenário fiscal for um pouco pior, mas o governo seguir fazendo reformas, o mercado vai entender que há um esforço para o controle da dívida pública.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define, na próxima quarta-feira (1°/11), a taxa básica de juros, a Selic. Na sétima reunião de 2023, que começa amanhã (31), a expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 12,75% ao ano para 12,25% ao ano, segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC com analistas de mercado.

Este deverá ser o terceiro corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.

Os membros do Copom já previam cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do segundo semestre. Na ata do último encontro, em setembro, o órgão manteve a avaliação que esse é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista (juros que desestimulam a economia) necessária para controlar a inflação.

A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano.

Via Poder360

O presidente eleito da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, 63 anos, afirma que o BC (Banco Central) “exagerou no remédio” ao iniciar, em março de 2021, o maior ciclo de altas da taxa básica de juros no século 21 –foram 12 aumentos seguidos. Com isso, a Selic passou dos 2% para 13,75% ao ano em agosto de 2022.

Na visão do empresário, também houve erro da autarquia ao manter o percentual de 13,75% por 1 ano. O BC voltou a cortar a Selic em agosto de 2023 e a taxa, hoje em 12,75%, deve seguir em trajetória de queda.

O Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizou que repetirá o corte de 0,5 ponto percentual da Selic na próxima reunião, em novembro. Alban, no entanto, avalia que o ritmo de queda dos juros básicos deve ser mais intenso.

“Então, falando sem nenhum tipo de preconceito, nenhum tipo de ideologia: eu tenho certeza que nós precisamos ter uma forma mais célere de reduzir a taxa de juros”, declara em entrevista ao Poder360.

Na segunda-feira (16), o mercado financeiro reduziu de 4,86% para 4,75% a estimativa da inflação para 2023, projetando que ela respeitará a meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) – de 3,25% e intervalo de tolerância que varia de 1,75% a 4,75%. Em setembro, a taxa atingiu 5,19% no acumulado de 12 meses.

Spread bancário

No início dos anos 1980, Alban trabalhou no Citibank. Ele afirma que o spread bancário – diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros que cobram dos clientes – também atrapalha a indústria.

“Comecei minha vida no sistema financeiro, em um grande banco internacional, um dos maiores do mundo. Naquela época, quando nós conseguíamos ter um spread bancário acima de 2%, 3% ao ano, isso era motivo de comemoração. Hoje, é inadmissível se pensar de um modo geral em um spread abaixo de 1% ao mês”, declara.

Alban avalia que o spread está “absurdamente caro” e que é preciso ter uma “discussão séria” sobre o tema. O empresário diz que abrirá “um diálogo muito forte” com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, a partir de 1º de novembro. “Pretendemos fazer uma discussão de convergência, de complementariedade”, acrescenta.

Posse na CNI

Ricardo Alban assumirá a presidência da CNI em 31 de outubro. Vice-presidente da entidade desde 2018, ele foi eleito por unanimidade para um mandato de 4 anos e sucederá Robson Braga de Andrade em uma cerimônia, em Brasília, que terá representantes dos Três Poderes da República.

Alban é egresso da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), entidade que comanda desde 2014. O empresário também é sócio-diretor da Biscoitos Tupy, tradicional fábrica de alimentos baiana fundada por sua família.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), decidiu nesta quarta-feira (20) reduzir em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros. Com isso, a taxa Selic passou de 13,25% para 12,75% ao ano. É o segundo corte consecutivo da taxa, que começou a recuar em agosto deste ano, após três anos, atingindo o menor nível em 16 meses, desde maio de 2022.

Em comunicado, o Banco Central indicou reduções equivalentes para as próximas reuniões do Copom. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, afirmou em nota.

“O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, acrescenta o texto.

A votação por uma redução de 0,50 ponto percentual foi unânime, entre os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Gabriel Muricca Galípolo, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes.

O recuo já era previsto pelo mercado. Na da última reunião, ao justificar o corte de 0,5 ponto percentual dos juros básicos, após quase um ano em 13,75%, o Copom estimou que novas reduções da mesma magnitude seriam anunciadas nos próximos meses.

As perspectivas de que o BC vai manter a intensidade da redução dos juros, com possibilidade de queda de 0,75 ponto percentual em dezembro, perdeu força.

R7

 

 

Membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central em reunião nesta quarta-feira (2). — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (2) reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano.

A decisão não foi unânime dentro do Copom. Esse foi o primeiro corte da taxa básica de juros em três anos. A última queda havia acontecido em agosto de 2020, em meio à fase mais aguda da pandemia de Covid-19, quando a taxa Selic caiu de 2,5% para 2% ao ano.

Desde então, o índice registrou subidas paulatinas até alcançar o patamar de 13,75% em agosto de 2022.

A decisão do Copom se deu em meio às críticas persistentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de membros do governo federal ao atual patamar da Selic. A avaliação é que o índice tem inibido o crescimento da economia.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, argumenta que a manutenção da taxa foi importante para conter a inflação. Campos Neto, no entanto, tem autonomia — ou seja, não pode ser demitido por Lula.

Reuniões do Copom

O Copom é formado pelo presidente do BC e por oito diretores da instituição.

Esta reunião foi a primeira com a nova formatação do comitê, após o Senado aprovar as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino para a diretoria do Banco Central. Os dois haviam sido indicados por Lula. O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da taxa Selic. Neste ano, o comitê ainda deverá se reunir outras três vezes:

  1. 19 e 20 de setembro
  2. 31 de outubro e 1º de novembro
  3. 12 e 13 de dezembro

Taxa básica de juros

 

Taxa básica de juros da economia, a Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. O índice influencia todas as taxas de juros do país, como os juros de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com a meta de inflação, o BC pode reduzir a Selic. Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%. Será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

A meta de inflação do próximo ano é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

g1

Charge do JCaesar (Arquivo do Google)

Por Pedro do Coutto

A operação “Desenrola”, anunciada pelo governo Lula da Silva, será iniciada na próxima segunda-feira como caminho para a recuperação das dívidas de pessoas que assumiram  créditos com bancos e lojas comerciais num processo rotativo que faz com que as incríveis taxas de mais de 400% por 12 meses se façam presentes num mercado financeiro do absurdo. O Banco Central deveria – isso sim – ter tomado providências com essa viagem estratosférica num rumo impossível de alcançar, pois ninguém pode pagar uma dívida com uma taxa que atinja esse nível, oitenta vezes superior à inflação de 2022.

A aplicação de juros nessa escala é faturada pelos próprios bancos e lojas que emitem cartões, pois nas compras mais simples, sou testemunha, a cobrança quando é enviada propõe a alternativa do parcelamento. Parece fácil, mas se olharmos a taxa projetada para o mês, verificamos que ela oscila em cerca de 19%. É uma impossibilidade e até mesmo uma crueldade em relação aos que necessitam parcelar as suas contas através de cartões de crédito oferecidos intensamente todos os dias pela publicidade comercial.

IMPORTÂNCIA SOCIAL – No fundo, é um processo de sedução para que a pessoa não pense na dívida que assumirá e se volte mais para o efeito imediato de um crédito ou para a aquisição de um produto através desse crédito fatal. Logo, a operação “Desenrola” tem uma importância social extraordinária, sem dúvida alguma. Mas é preciso, e não vejo sinais disso, que fosse acompanhada por uma observação: a de que as pessoas beneficiadas não assumam depois créditos em tais condições inalcançáveis de resgatar. Como é possível, conforme já dito no início deste artigo, pagar-se uma conta aos juros anuais de mais de 400%?

A resposta a essa indagação está no volume das dívidas existentes e no número de inadimplentes que se eleva a 70 milhões de brasileiros e brasileiras. O governo não pode contribuir por omissão para que tal calamidade opressora e antissocial permaneça na legislação em vigor. O BC não se preocupa com isso, mas com os juros anuais de 13,75% que incidem sobre a dívida bruta do país de R$ 6 trilhões. Os lucros concentram mais ainda a renda do país. No O Globo, a reportagem é de Geralda Doca, edição desta sexta-feira.

Analistas econômicos brasileiros avaliam que as incertezas econômicas brasileiras se dissiparam. A inflação está em queda e o PIB pode até superar os 2% este ano. Porém, o início do ciclo de corte da taxa básica de juros só deve ocorrer em agosto. Essa é a avaliação, por exemplo, da Associação Brasileira de Bancos (ABBC).

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do BC começa na terça-feira (20). Na quarta, os diretores do BC divulgam, após o fechamento dos mercados de ações e do câmbio, a decisão sobre a Selic será divulgada.

Falando para a CNN Brasil, a professora de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Julia Braga aponta que, no início do ano, o aperto monetário do Federal Reserve (FED) e a crise bancária dos Estados Unidos influenciaram as expectativas no Brasil e não estão mais presentes agora. “Ao que tudo indica, o Banco Central vai começar a sinalizar uma queda a partir da próxima comunicação e realizar de fato a queda a partir de agosto”, afirma.

Outro dado que alterou o ambiente econômico foi a melhora na nota da dívida brasileira pela agência de rating Standard & Poor’s. Para Paulo Gala, professor da FGV e Banco Master, o mais importante agora é que a autoridade monetária reconheça, no comunicado pós reunião do Copom, que o cenário para a inflação está melhor. “O Banco Central nunca corta juros sem avisar antes”, alerta.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Nos últimos dois anos, os brasileiros viram a Taxa Básica de Juros (Selic) subir de 2% para 13,75% ao ano. No período, o cenário de alta na inadimplência, endividamento e inflação, somados à elevação do juros, formaram a tempestade perfeita para que, mês a mês, os saques da poupança batessem recordes.

Nos quatro primeiros meses de 2023, as retiradas somaram R$ 66,2 bilhões, quase três vezes mais (143,2%) do que no mesmo período do ano passado, de acordo com um levantamento exclusivo do SBT News com dados do Banco Central. Os números também revelam que o juro médio cobrado nas modalidades de crédito disponíveis para pessoa física subiu de 40,7% ao ano, em março de 2021, quando a Selic começou a subir, para 58,3% em março deste ano, uma alta de 43,2%.

Entre as altas que chamam mais atenção estão a do crédito pessoal, que ficou 25% mais caro, e do rotativo do cartão de crédito, que encareceu 28,1%. No período, o saldo de operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu 30,7%, passando de R$ 4,36 trilhões para R$ 5,36 trilhões.

Apontado como um remédio necessário, porém amargo, o ciclo de altas da taxa básica de juros foi adotado como mecanismo de combate à inflação pelo Banco Central. O Governo Lula, por sua vez, tem criticado continuamente o BC, defendendo a queda da Selic.

Apesar da pressão, o Copom tem enfatizado que as incertezas sobre o Arcabouço Fiscal, em tramitação no Congresso Nacional, e a conjuntura econômica “demandam paciência”.  Em sua terceira reunião de 2023, na última quarta-feira (3.maio), o Copom não descartou retomar o ciclo de ajuste, inclusive para cima, caso o processo de desinflação não ocorra como esperado.

SBT News

 

Foto: Claudio Belli/Valor

Em evento com empresários nesta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a falar do ruído atual no debate sobre os juros no Brasil. Disse que tem dificuldades na comunicação e que tenta melhorar.

“Às vezes eu me vejo com alguma deficiência na comunicação. Outro dia, eu estava até falando com o Fábio sobre como a gente pode melhorar a comunicação. O Fábio, quando estava no governo, me ensinou bastante esse tema”, afirmou Campos Neto no encontro do grupo de empresários Esfera Brasil, na quarta (5).

Na plateia do evento estava Fábio Faria, que foi ministro das Comunicações de Bolsonaro. Ele agora trabalha nas relações institucionais do BTG Pactual.

Roberto Campos Neto também disse haver esforço para amenizar os ruídos.

“Estamos tentando melhorar a comunicação. Acho que talvez seja importante fazer mais visitas e ir a outros lugares. Os diretores também. Temos um grupo muito bom de pessoas que podem explicar “, afirmou o presidente do BC.

Ele também disse que está tentando comunicar que o custo de combater a inflação é alto, mas o de não combatê-la é ainda maior.

“A gente precisa explicar para as pessoas que o nosso trabalho não é querer ter juros altos. E essas falsas narrativas, por exemplo, de que os juros altos beneficiam o rentista. Quem é o rentista do país? São as 48 milhões de pessoas que têm fundo de pensão? São as 6 milhões de pessoas que investem na Bolsa? São todos aqueles que acreditaram e financiaram o governo? Temos que falar que, no fim das contas, não precisa buscar beneficiários nem culpados. Precisamos buscar um sistema melhor”, afirmou.

Nesta quinta (6), o presidente Lula voltou a criticar a política de juros e a mencionar a possibilidade de mudança na meta de inflação, mas ressalvou que não pretende brigar com o chefe do BC.

Painel – Folha de S. Paulo

Acidente de Harrison Ford e inflação nas charges deste sábado - Região - Correio de Gravataí

Charge do Tacho (Jornal NH)

Por Vinicius Torres Freire / Folha

As expectativas de inflação pararam de aumentar desde o terço final de fevereiro. As projeções para 2023 e para 2024 estacionaram em um nível alto. Inflação de 5,8% nos próximos 12 meses ainda é de lascar. Pode haver reviravolta nas estimativas em dias ou mesmo horas, mas faz uma quinzena, por aí, o pessimismo parou de aumentar.

Houve ainda um alívio minúsculo nas taxas de juros de curto prazo, um ano ou menos (as taxas de prazos maiores estão em níveis horríveis). Enfim, economistas e administradores de dinheiro grosso de “o mercado” não subscreveram até agora a sugestão do Banco Central de que a Selic deva permanecer na estratosfera dos 13,75% até o Ano Novo.

QUEDA ANTECIPADA – Para a turma, a Selic começa a baixar no começo de novembro ou até em setembro. Há riscos, domésticos e externos — uma inflação mais resistente no mundo rico pode azedar a situação.

É uma trégua em batalha muito sangrenta. Essas projeções se devem em parte ao fato de que a economia desacelera. É uma situação parecida com a de tirar um dia de folga por causa de uma gripe ruim.

Esse alívio relativo é uma oportunidade para o governo tentar virar o jogo, depois de fazer tantos gols contra desde mesmo antes de tomar posse, a partir de novembro.

MERCADO DUVIDA – O “mercado” não comprou a ideia de que a Selic, a taxa básica da economia, deva permanecer em 13,75% até o final do ano. Na mediana das estimativas, a Selic termina 2023 em 12,75% ao ano. Para economistas do Itaú, em 12,5%. Para aqueles do Bradesco, em 12,25%.

Não é melhora em relação a situação do começo de novembro. Foi quando Luiz Inácio Lula da Silva passou a dar caneladas na ideia de controle do aumento de gasto e no BC.

Então, a expectativa de inflação de “o mercado” era menor e se esperava que a Selic terminasse 2023 em 11,25%. Para o final de 2024, a projeção era de 8%, já em nível que estimularia o crescimento em 2025, tudo mais constante

FÉ EM HADDAD – Parece também haver alguma fé (sic) em Fernando Haddad. Isto é, a esperança de que o ministro da Fazenda contenha ímpetos de retomada das ideias de Dilma 1. O plano de contenção da dívida que Haddad promete apresentar neste mês pode contribuir para o alívio do arrocho monetário (que não depende apenas do BC, mas da disposição dos donos do dinheiro de emprestar e de manter seus recursos em reais).

Por outro lado, a refrega no governo petista ainda é intensa, em particular entre Gleisi Hoffmann, presidente do PT e grilo falante de Lula, e a Fazenda.

Por exemplo, como noticiou esta Folha, o BNDES tem um plano de voltar a emprestar a taxas subsidiadas (menores que as de mercado), embora o projeto atual seja bem diferente da festa de dinheiro para empresonas de Dilma 1.

AMBIENTE AZEDO – Não se sabe quando haverá empréstimo subsidiado, nem quanto, o que teria algum impacto (negativo) nas taxas de juros do mercado. Levaria um tempo para o efeito prático aparecer. Porém, o ambiente financeiro fica mais azedo com essas aparições dos suspeitos de sempre (impostos ruins, como o de exportação, intervenções desmedidas em preços, como na Petrobras, em juros, como no BNDES etc.).

Não é tão fácil descartar a ideia de empréstimos subsidiados, como o fazem economistas padrão, convencionais ou caricatamente ortodoxos. Porém, a economia brasileira é tão cheia de distorções, tributárias e regulatórias, que é difícil determinar quando um subsídio vale a pena. Além do mais, deixar a decisão de subsidiar apenas na mão do governo aumenta o risco de dar besteira.

É possível imaginar políticas alternativas, de modo comedido, pois se lida com um paciente em estado crítico —a economia deste país. No curto prazo, continua sendo mais importante estabilizar o doente e melhorar suas reações.

Permanência de Campos Neto pode abalar autoridade de Lula

Por Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva, o ministro Fernando Haddad e a ministra Simone Tebet voltaram a atacar os juros de 13,75% fixados pelo Banco Central para correção da Selic e sustentaram que os juros nessa escala impedem o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

“O país não pode ser refém de um único homem”, disse Lula. A reportagem, O Globo nesta sexta-feira, é de Alice Cravo, Bruno Góes, Renan Monteiro, Fernanda Trisotto e Eliane Oliveira.

PENSAMENTO OPOSTO – Na minha opinião – acrescento – o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não poderá resistir no cargo porque ninguém, tenha mandato ou não tenha, possua autonomia ou não, não pode representar um pensamento contrário ao do próprio governo e permanecer no posto.

A sua permanência vai inibir em seu próprio desempenho, é óbvio. E se permanecesse, estaria abalando seriamente a autoridade do presidente da República. O Banco Central não pode assumir uma posição frontalmente contrária a do Palácio do Planalto.

PIB – O IBGE divulgou, na quinta-feira, dados que encontrou apontando um crescimento de 2,9% para o Produto Interno Brasileiro. Reportagem de Cássia Almeida e Vitor da Costa, O Globo de ontem, destaca a conclusão.

Mas, francamente, não encontro, pelo menos à primeira vista, onde se localizam os resultados concretos desse crescimento, pois a sua confirmação englobaria um crescimento do emprego formal e não a informalidade verificada. Muito alta, em cerca de 40% da mão-de-obra ativa. De outro lado, a arrecadação federal teria refletido o crescimento, e as contas públicas no Orçamento para este ano não teriam uma perspectiva de déficit no patamar apresentado.

O IBGE acentua que no quarto trimestre houve um retrocesso econômico. Entretanto, em matéria de estatais, é preciso definir sobre que base absoluta incidem os cálculos percentuais . Pois o crescimento de 2,9% pode não ser do PIB de R$ 6,5 trilhões, mas em relação ao desempenho do ano anterior. E se no ano anterior a base for baixa, o resultado concreto da aplicação será reduzido.

SERVIÇOS – O fato é que nos cálculos do IBGE é apontado como um dos fatores do crescimento do PIB os serviços que teriam avançado em 4,2%. A estatística inclui os serviços diversos onde é apontado um crescimento de 11,3%. Que diferença é essa entre os serviços? A indústria de transformação recuou dois pontos.

Outro fator de crescimento apontado foi a liberação de recursos do FGTS, mas essa inclui vários destinos. Um é para atender vítimas de catástrofes do tempo, outro para o saque-aniversário, outro para rescisões contratuais de trabalhadores formais, e por aí vai. A liberação não é um ato isolado. Ele está dividido em vários setores e nem todos produtivos.  Se o PIB tivesse realmente avançado 2,9%, as receitas do FGTS e do INSS teriam subido, da mesma forma que a arrecadação do PIS e do PASEP, além da arrecadação tributária nacional. Isso não aconteceu. Os cálculos do IBGE precisam ser revistos.

Para o presidente Lula da Silva, a economia de 2,9% em 2022 “é nada” e Fernando Haddad destaca a retração verificada no quarto trimestre, que teria causado um desastre no crescimento econômico. Mas o IBGE não considera essa queda na média que apresentou.

EXPLICAÇÕES –  O presidente Lula da Silva convocou o ministro Juscelino Filho, das Comunicações, para dar explicações na segunda-feira, no Planalto, sobre a sua viagem para Espanha e Portugal usada para adquirir cavalos, e para a qual recebeu diárias no total de R$ 34 mil. Bernardo Mello Franco publicou artigo ontem no O Globo colocando a questão e a dificuldade de se manter o ministro no posto. Lula afirmou, em matéria de Mariana Holanda e Matheus Teixeira, Folha de S. Paulo, que Juscelino Filho terá que comprovar a sua inocência. Caso contrário, terá que deixar o governo. Já, por si, o fato já é suficiente para abalar a permanência do ministro no cargo.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) vai se reunir, pela penúltima vez este ano, nos próximos dias 26 (terça-feira) e 27 (quarta) para decidir sobre uma nova alta na taxa básica de juros, a Selic. O Comitê já sinalizou que pretende aumentar novamente a taxa, que hoje está em 6,25% ao ano, em 1 ponto percentual, a exemplo do que fez nas últimas duas reuniões. Boa parte dos analistas, contudo, aposta numa elevação ainda maior.

A tendência de alta de juros começou ainda em março, quando o país estava no auge da segunda onda da pandemia. De lá para cá, a inflação disparou e já ultrapassou 10% no acumulado em 12 meses.

A alta de juros é a principal ferramenta do Banco Central para tentar conter o custo de vida, já que o consumo é desincentivado e fica mais caro tomar crédito, por exemplo.

O mercado financeiro, no entanto, acredita que a intervenção deve ser mais ousada. Casas de análise e corretoras apontam que, diante do rápido avanço da inflação, o Copom deveria aumentar a taxa em 1,25 ou 1,5 ponto. Essa percepção ganhou força após o governo ter decidido, na semana passada, romper o teto de gastos para viabilizar um gasto extra de R$ 30 bilhões com o Auxílio Brasil, programa que o presidente Jair Bolsonaro quer implantar no lugar do Bolsa Família, criado no governo petista.

Correio Braziliense

Foto: Marcello CasalJr/Agência Brasil

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA- a inflação oficial do país) deste ano subiu de 6,56% para 6,79%. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (2), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,81%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente.

O cálculo para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Em junho, a inflação desacelerou para 0,53%, depois de chegar a 0,83% em maio. Ainda assim, com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,77% no ano e 8,35% nos últimos 12 meses. Os dados de julho devem ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na próxima semana, mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,72% no mês passado, a maior variação do IPCA-15 para um mês de julho desde 2004 (0,93%).

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 4,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Nesta terça (3) e quarta-feira (4), o Copom realiza, em Brasília, a quinta reunião do ano para definir a Selic e deve haver nova elevação.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 7% ao ano, mesma previsão da semana passada. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica mantenha esse mesmo patamar. E tanto para 2023 como para 2024, a previsão é 6,5% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (dia 04), não permitem comemoração porque refletem uma triste realidade: a economia perdeu tração e o cenário pode piorar com a desaceleração global devido ao impacto do novo coronavírus. Depois de crescer 0,6% no terceiro trimestre de 2019, o PIB encerrou os três meses entre outubro e dezembro com alta de 0,5%, desacelerando levemente na comparação na margem, pois, no trimestre anterior, o PIB tinha avançado 0,6%. E, no acumulado de 2019, o PIB avançou apenas 1,1%, taxa abaixo das revisadas para 2017 e 2018, de 1,3%, anos do governo Michel Temer, e menos da metade das expectativas do mercado e do governo para o avanço do PIB do início do ano, de 2,5%. CONJUNTURA ERA BOA –  Essa perda de tração chama a atenção em um ano em que a guerra comercial entre China e Estados Unidos afetou pouco a economia brasileira e que o governo conseguiu aprovar, aos trancos e barrancos e com o presidente Jair Bolsonaro muitas vezes jogando contra o Congresso, a reforma da Previdência.
Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central voltaram a reduzir a previsão de crescimento da Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, de 0,82% para 0,81%. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (12), na pesquisa conhecida como Focus, em que o BC ouviu na semana passada especialistas de mais de 100 instituições financeiras. A previsão do PIB não caía desde a pesquisa divulgada no dia 29 de julho. Os especialistas também diminuíram a previsão de inflação para o ano, de 3,80% para 3,76%. Outro indicador divulgado nesta segunda pelo Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (espécie de prévia do PIB), registrou retração de 0,13% no segundo trimestre. Como o primeiro trimestre registrou queda no PIB, o resultado do segundo, se confirmado, colocará o país em recessão técnica.
22
dez

Nas alturas…

Postado às 15:12 Hs

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito para quem paga pelo menos o valor mínimo da fatura em dia continuou a cair, em novembro. A taxa chegou a 218,3% ao ano no mês passado, com redução de 2,8 pontos percentuais em relação a outubro, de acordo com dados divulgados hoje (22), em Brasília, pelo Banco Central (BC).  Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura caiu 3,2 pontos indo para 410,4% ao ano, em agosto. Com isso, a taxa média da modalidade de crédito ficou em 333,8% ao ano, com queda de 4,2 ponto percentual em relação a outubro. 

O mercado financeiro aumentou a projeção de inflação pela terceira vez seguida. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desta vez, passou de 3% para 3,06%, este ano. A estimativa é do Boletim Focus, uma publicação divulgada toda segunda-feira no site do Banco Central (BC), com projeções para os principais indicadores econômicos.

Para 2018, a estimativa para o IPCA permanece em 4,02%. As estimativas para os dois anos permanecem abaixo do centro da meta de 4,5%, que deve ser perseguida pelo BC. Essa meta tem ainda um intervalo de tolerância entre 3% e 6%.Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 8,25% ao ano. Nesta terça e quarta-feira (25), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se para definir a Selic. A expectativa do mercado é de ue a taxa caia para 7,5% ao ano nessa reunião. Para o fim de 2017, a expectativa permanece em 7% ao ano. Essa também é a projeção para o fim de 2018.

Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi levemente ajustada de 0,72% para 0,73%, este ano. Para 2018, a estimativa de expansão segue em 2,50%.

 

Agência Brasil

30
Maio

Reunindo

Postado às 12:09 Hs

COPOM INICIA HOJE, EM BRASÍLIA, REUNIÃO PARA DEFINIR TAXA DE JUROS

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje (30), em Brasília, a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Instituições financeiras, consultadas pelo BC, esperam que a Selic seja reduzida em 1 ponto percentual caindo para 11,25% ao ano.

Hoje, pela manhã, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, e diretores do banco fazem a análise de mercado. À tarde, é feita a análise de conjuntura. Amanhã (31), à tarde, no segundo dia de reunião, após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para a Selic, a diretoria do BC define a taxa. A decisão será anunciada às 18h. Para o mercado financeiro, a Selic continuará a ser reduzida em 2017, encerrando o período em 8,5% ao ano.

mar 29
sexta-feira
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