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Muito antes de ocupar o cargo de secretário e Desenvolvimento Econômico, em dezembro de 2012, o ex-deputado Rogério Marinho já sabia o ambiente econômico devastador que o aguardava, aonde o único indicador que vai bem são os salários de alguns segmentos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A poucos dias de completar seu primeiro mês na pasta e depois de receber sua primeira ducha de água fria – a intenção da Bioenergy, um dos quatro maiores players do setor eólico nacional, de transferir parte de sua estrutura daqui para o Maranhão, por causa da escassa infraestrutura do estado – Rogério Marinho já sabe que precisará de todo o seu talento para imaginar uma saída institucional para o RN.

 

Afinal, o estado que há apenas 18 anos começava a despontar como uma grande força da região Nordeste, figura hoje entre as piores colocações no ranking do ambiente econômico nacional, como o divulgado nos últimos dias de 2012 pela unidade de Inteligência do Economist, que há dois anos montou um índice do ambiente de negócios, estado por estado, região por região, envolvendo oito categorias: ambiente político, ambiente econômico, Regime Tributário e Regulatório, Política para Investimentos Estrangeiros, Recursos Humanos, Inovação e Sustentabilidade.

Em todos esses quesitos, sem exceção, o Rio Grande do Norte figura nas últimas colocações nacionais e regionais, melhorando um pouquinho aqui e piorando muito aqui e ali. O estudo não é novidade, foi publicado pela Revista Veja e repercutido por muitos estados de olho na qualidade institucional de suas informações. Mas, curiosamente, não motivou nenhuma manifestação oficial de governo ou das mais representativas entidades de classe.

Hoje pela manhã, O JORNAL DE HOJE tentou ouvir algumas dessas lideranças sem sucesso. Também pudera – no primeiro sábado de janeiro, com os termômetros lá em cima, seria mesmo impensável descobrir alguém disposto a comentar o fato de que no ranking do grupo inglês Economist, o RN figura na lanterna de quase tudo. E exibe pelo menos um lugar como o pior de todos: Sustentabilidade.

 

O estudo classifica a situação de cada região do país e de cada unidade da federação por cores. Na categoria verde escuro estão os “Muito bons”; verde claro os “Bons”; salmão, os “Moderados” – classificação em que o RN ocupa mais posições; e, finalmente, o vermelho, que guarda os “Ruins” – cor que define o estado justamente no quesito “Sustentabilidade”, aquele que mostra as iniciativas voltadas ao desenvolvimento sem onerar o meio ambiente e os recursos naturais. Mas isso pode ser ainda pior quando se descobre que no quesito “Infraestrutura” o RN não ocupa qualquer cor de tão deficiente e precária são nossas condições.

 

No quesito Inovação a coisa também anda feia. Estamos no “vermelho” atrás de estados como o Maranhão, Tocantins, Paraíba e Pará. No quesito Inovação, onde o estado tem um desempenho considerado “moderado”, o RN fica atrás de Alagoas, Piauí, Maranhão e Amapá. Em matéria de Recursos Humanos, o estado se encontra no limite entre o moderado e ruim, mas ainda ostentado a cor salmão, atrás de estados como Pará, Roraima, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Ceará, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Amazonas.

No quesito “Políticas para Investimentos Estrangeiros”, somos “moderados”, ficando atrás da Paraíba, Maranhão e Alagoas, todos na mesma categoria que define os estados no limite da zona de rebaixamento, se a comparação com o futebol valer.

No item “Regime Tributário Regulatório”, somos “moderados”, mas quase no limite para o “ruim”, separados dessa condição apenas pelo estado do Tocantins, criado no final dos anos de 1980. O consolo, nesse caso, é que estados poderosos como o Distrito Federal, São Paulo e Paraná e o nordestino Pernambuco ganharam a cor vermelha de “ruim” no ranking. Ironicamente, Roraima, Alagoas e Sergipe, nessa ordem, receberam a cor verde clara de “bom”.

 

Na qualificação “ambiente econômico”, o RN está entre os moderados (salmão) com o mesmíssimo peso do Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Pará, Pernambuco, Roraima, Sergipe e Tocantins, todos abaixo da média nacional. Aqui, a liderança está com o Distrito Federal, Paraná e São Paulo com a qualificação apenas de “bom”.

 

No quesito “ambiente político”, somos moderados a duas casas do ruim e bem abaixo na média nacional. Rondônia nos separa dos quadrados vermelhos dos “ruins”, onde estão por ordem decrescente Alagoas, Roraima e Amapá. Lidera esse ranking, com o mesmo peso na categoria “muito bom”, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Uma comparação breve entre a posição do RN em relação ao primeiro ranking de 2011, mostra que tivemos uma discreta recuperação no item “Regime Tributário e Regulatório”, mas decaímos muito no item “sustentabilidade”, que de 2011 para 2012 despencou da condição de “bom” pouco abaixo da média nacional para “moderada” em último lugar. Isso mostra que os critérios do estudo ficaram mais exigentes, acompanhando os rigores dos novos tempos.

 

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