Deu no blog de Carlos Britto:

Esta semana o País assistiu a mais um fato lamentável no Rio de Janeiro, onde famílias do  distrito de Xerém em Duque de Caxias(RJ) ficaram sem casas – e algumas até sem parentes – por conta das fortes chuvas no estado.

Um drama que se repete, a cada ano.

Independente das promessas do governo federal, feitas em 2012 (nessa mesma época), em investir em ações preventivas, quando no mesmo estado fluminense os temporais deixaram um rastro de destruição, há um debate polêmico que pode surgir dessa questão sob a ótica da mídia.

Será que a dor provocada pela tragédia das chuvas é maior do que a da estiagem que dizima plantações, animais e até gente no Nordeste?

Claro que não. Tragédias são sempre tragédias, seja como venham, porque ceifam vidas. Mas a impressão deixada pelos principais veículos de comunicação do País é de que as chuvas valem mais que o sol. Seja no Rio, São Paulo ou em Santa Catarina.

A Grande Imprensa nacional prefere dar mais espaço à comoção por pessoas morrendo afogadas ou soterradas (principalmente quando, no centro dos fatos, existe um Zeca Pagodinho da vida tentando socorrer as vítimas) do que por cidadãos sem ter o que comer ou beber por causa da seca.

As tragédias deveriam ser vistas como uma só. Mas há diferenças. Não na dor, mas na forma de explorar a dor, que até nesses casos vem revestida de preconceito. Infelizmente.

 

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