A presidente Dilma Rousseff vai deixar para março as modificações em seu ministério, planejadas desde as eleições municipais de outubro para reacomodar sua base aliada nos dois anos restantes de seu mandato e com vistas a apoios a sua campanha para reeleição no próximo ano.

Dilma, segundo duas fontes próximas do Planalto, tem fortes motivos para aguardar algumas semanas: ela espera a pacificação do PMDB na Câmara, dividido depois das disputas para a presidência da Casa e liderança do partido; quer aguardar a entrada oficial do PSD na base aliada e avançar nas negociações com lideranças descontentes do PR e PDT apartadas do governo desde a “faxina” ministerial de 2011.

A presidente recebeu lideranças do PR e PDT na semana passada e, apesar de não oferecer ministérios –segundo as fontes e as próprias lideranças dos partidos–, iniciou uma aproximação.

O PR, apesar de oficialmente comandar o Ministério dos Transportes, considera a pasta cota pessoal de Dilma e não reconhece no ministro Paulo Sérgio Passos um representante seu.

Dilma conversou com o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento e com o novo líder do partido na Câmara, Anthony Garotinho. Os dois comandam, ao lado do deputado Valdemar Costa Neto, condenado no julgamento do mensalão, parte importante do PR, que pode ser fonte de dores de cabeça para o Planalto no Congresso.

A presidente abriu negociações para reacomodar o PR de volta à base. Ela, que chegou a convidar o senador Blairo Maggi (PR-MT) para uma viagem ao Paraná e o recebeu no dia seguinte no Planalto, gostaria de tê-lo na Esplanada, mas o nome sofre restrições do partido.

No Planalto há a preocupação de que o PR –assim como o PDT– cause problemas em votações importantes do governo no Congresso.

Com o PDT, as dificuldades são maiores por causa da divisão interna do partido, rachado em torno dos nomes do presidente da sigla e ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi e o atual titular da pasta, Brizola Neto. (Agências)

 

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