Deu na Agência Estado
Depois do fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu se reunir com os representantes do setor produtivo para traçar uma estratégia para impulsionar a atividade este ano. Mantega receberá nesta quarta-feira em seu gabinete pesos pesados da economia, os presidentes de seis confederações patronais.
A intenção é fazer um balanço dos setores no primeiro bimestre e apresentar as perspectivas para o restante do ano. É uma tentativa de evitar que 2013 repita o tímido crescimento de 0,9% do ano passado. O resultado foi apresentado na sexta-feira (01), quando Mantega avaliou que, apesar de ser um ano de crise externa, 2012 mostrou “nítida recuperação” da atividade. Ele previu que a expansão da economia brasileira este ano será de 3% a 4%.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, já confirmou presença. O setor manufatureiro teve queda na produção no ano passado e registrou contribuição negativa de 0,8% para o PIB de 2012. Também estará presente a presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). O setor foi o que levou o maior tombo no ano passado: 2,3%.
Já os Serviços sustentaram o pequeno crescimento do País em 2012 com uma alta de 1,7% na comparação com o ano anterior. Dessa área, estão previstas as presenças, além da confederação do setor e do comércio, de representantes de instituições financeiras e dos transportes.
Reaproximação – O convite ao setor privado mostra o interesse do governo em uma reaproximação com os empresários brasileiros. Frequentadores assíduos de Brasília durante o governo Lula, executivos e donos de companhias queixavam-se do afastamento na gestão de Dilma Rousseff. Desde o fim do ano passado, a presidente vem fazendo a reaproximação com empresários.
Reuniões de Mantega com executivos não são novas, mas são mais frequentes nos momentos de crise, quando são discutidas formas de alavancar setores em estágio crítico. Em 2009, governo e setor privado criaram o Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC), para discutir os impactos da turbulência externa sobre a economia brasileira. Sob a mesma sigla, o encontro mudou de nome e passou a ser chamado de Grupo de Avanço da Competitividade. No governo de Dilma, porém, essas reuniões tornaram-se mais escassas.
O setor produtivo vai aproveitar a reunião com o ministro para “aparar arestas” em relação à representatividade dos contribuintes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O conselho, formado por representantes do governo e dos contribuintes, julga a aplicação da lei no âmbito da tributação.
Segundo uma fonte, os técnicos escolhidos pelo setor privado têm encontrado dificuldades para trabalhar, principalmente depois que apresentam posicionamento contrário ao governo. “Nomeamos pessoas idôneas e competentes.Imagine você ser convidado para uma festa e depois ser barrado”, disse a fonte.
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