Thiago de Mello vai estar entre nós no próximo 14 de março, convidado especial do Dia da Poesia promovido pela Secretaria Extraordinária da Cultura na Pinacoteca do Estado. O homenageado deste ano é um ser mítico e amazônico, que leva a vida a cantar as dores e as alegrias, as vicissitudes e as lendas do seu povo.
Seu verso enaltece a fraternidade entre os homens e, ao escrevê-lo com uma infinita confiança na vida, capta e transfigura – o grande poeta humanista que nos deu a Amazônia em sua jovem pujança espetacular – o mistério e o milagre da vida. O sentido e a graça da vida. O compromisso com a vida e o frescor da liberdade que ressuma da sua palavra poética eivada de esperança, e do seu ideário que o faz tão querido por todos os que amam a liberdade.
É Thiago de Mello e Ferreira Gullar os dois últimos grandes poetas de uma geração aguerrida e comprometida com os valores humanos que aprendemos a admirar e a respeitar, geração após geração. De volta ao Rio Grande do Norte, terra que não lhe é estranha – pois aqui esteve durante três meses no engenho Ilha Bela, no Ceará-Mirim, nos anos 50 -, Thiago participará ainda de um encontro com os jovens poetas de Mossoró, articulado pela secretária da Cultura, professora Isaura Amélia Rosado Maia, que não mediu esforços para tornar esse retorno indelével, num momento em que a Cultura se encontra em uma fase crítica, em consequência de uma confluência de descasos e omissões após sucessivas concepções equivocadas do que sejam as relações entre o Estado e a cultura.
Poeta homérico da Amazônia, Thiago de Mello é sem dúvida o mais importante habitante da floresta. Vive em Barreirinha, às margens do rio Andirá, onde habitam o Uirapuru, o Boto, a Matinta Perêra, o Mapinguari, o Caboclinho da Mata, encobertos pelo verde multitudinário da floresta.
Durante a ditadura militar viveu no exílio em diversos países, entre os quais o Chile, onde foi acolhido por Pablo Neruda, seu amigo de uma vida inteira, que com ele partilhou generosamente sua Pasárgada em Isla Negra. É desse período um de seus clássicos poéticos, o conhecidíssimo poema “Estatutos do Homem”, que ele dirá de viva voz no Dia da Poesia.
Poste seu comentário