A governabilidade tal como é entendida por aqui é um nome que, apesar de não ter nada de santo, é permanentemente invocado em vão.
Tal como fez a presidente Dilma Rousseff no dia seguinte ao presidente da Câmara de Políticas de Gestão da Presidência, o empresário Jorge Gerdau – um colaborador voluntário, diga-se -, criticar duramente o modelo agigantado e ineficiente da montagem do Ministério.
Dilma não quis passar recibo: disse que sabe conviver com a crítica. Mas, se é verdade que Gerdau já falou a ela em particular sobre a “burrice”, “loucura” e “irresponsabilidade” de se distribuir cargos de primeiro escalão a torto e a direito ao molde de uma bolsa-ministério para os partidos aliados, em público a presidente fez que não ouviu.
Na manhã de sábado mesmo, na cerimônia de posse dos novos ministros da Agricultura, Aviação Civil e do Trabalho, Dilma invocou a “governabilidade” para justificar e defender os meios e modos da coalizão.É de se supor que os defenda, pois falou como se fossem absolutamente necessários. E imutáveis.
Mas, afinal de contas, o que significa mesmo essa tal governabilidade? Desde quando o Brasil ficaria ingovernável caso o compartilhamento de poder com os partidos que apoiam o chefe do País obedecesse a critérios menos toscos que os do mais deslavado fisiologismo? (Estadão)
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