O quadro político nacional ganhou, nesta sexta-feira, um novo realinhamento após as declarações mútuas de entendimento entre o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) e o candidato tucano derrotado nas últimas eleições, José Serra. Após a veiculação de nota, em um dos diários conservadores da capital paulista, acerca de um “encontro secreto”, no início da semana, entre expoentes partidários de forças até alí antagônicas, ambos declaram-se, em elogios mútuos, afinados com um projeto de poder distante da atual inquilina do Palácio da Alvorada.
Serra falou, na véspera, a jornalistas e curiosos, que uma eventual candidatura de Campos à Presidência da República, em 2014, seria “boa para o Brasil e boa para a política”. Serra confirmou a reunião com o líder pernambucano, na última sexta-feira, em sua casa, na capital paulista. A notícia foi vazada para a colunista do jornal Folha de S. Paulo Eliane Cantanhêde.
De seu lado, horas depois, o governador Campos diz que o encontro foi “uma conversa sobre o Brasil”. Afinados, Serra foi na mesma linha e concordou ter sido “uma conversa cordial sobre o Brasil, a política e a economia”, na qual a sucessão, assunto que domina as redes sociais há dias, não teria sido tratado. Sem se preocupar se alguém acreditou nisso, Serra também nega que tenham conversado sobre alianças eleitorais.
A favorita
A presidente Dilma Rousseff teve algumas más notícias na economia nas últimas semanas. O PIB cresceu apenas 0,9%, a inflação chegou perto do topo da meta, a gasolina aumentou e os portos não conseguiram escoar a safra recorde de grãos. Esses dados deram esperanças à oposição de que a popularidade da presidente seria afetada, o que ameaçaria sua reeleição. A pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira, porém, mostrou que a análise dos oposicionistas estava errada. Pelo menos por enquanto, ela é franca favorita a ficar mais quatro anos no Palácio do Planalto. No cenário mais provável, Dilma tem 58% das intenções de voto, o que lhe daria uma tranquila vitória já no primeiro turno. Atrás dela, aparecem a ex-senadora Marina Silva (que ainda tenta viabilizar um partido para disputar as eleições), com 16%, o senador Aécio Neves (PSDB), com 10%, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, com 6%.
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