O temor de que a inflação ultrapasse ainda em março o teto da meta perseguida pelo Banco Central (BC) para 2013 deve levar o governo a ceder às pressões das montadoras e congelar, por pelo menos mais três meses, a alíquota de 2% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis. A princípio, estava previsto que o tributo para carros de até 1 mil cilindradas subiria para 3,5% a partir de segunda-feira, 1º de abril. Mas diante da possibilidade de que os juros básicos tenham que ser elevados para acomodar a crescente pressão sobre os preços, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já avisou que fará de tudo para evitar que o BC tenha que recorrer a esse expediente. Em outras palavras, significa dizer que o Ministério da Fazenda tem carta branca para cortar quantos impostos forem necessários para reduzir os custos da indústria e, por tabela, a inflação ao consumidor.
O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou que o governo tem R$ 105 bilhões para queimar em novas desonerações entre este ano e 2014. Nesta conta entram os cortes de impostos na folha de pagamentos e na cesta básica e, agora, a prorrogação do IPI menor para automóveis. A inclusão do setor automotivo nessa nova lista de isenções tributárias foi confirmada por Mantega, que se reuniu ontem em São Paulo com representantes do setor automotivo para tratar dos números da produção e das vendas de março, assim que chegou de viagem da África do Sul. ( Correio Braziliense)
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