Lula e Dilma vêm dando um passeio no segundo turno desde 2002, mas vão enfrentar novidades dessa vez. Aécio Neves abre um flanco em Minas, e Eduardo Campos, um outro no Nordeste.

Certamente foi por isso que a presidente foi obrigada a virar candidata tão cedo, apesar de governo nenhum no mundo ter interesse em antecipar tanto as eleições.

Com Aécio e Campos nos calcanhares -sem contar a força de Marina numa faixa mais independente-, a ‘gaúcha’ Dilma precisará ser mais mineira do que nunca. E o também pernambucano Lula da Silva estará na sua fase mais nordestina.

Como todos os presidentes, o maior número de viagens de Dilma tem sido a São Paulo e ao Rio -ao Sudeste, enfim. Mas ela acelerou bruscamente as idas ao Nordeste. Ora a Pernambuco, ora ao Ceará, ora à Bahia do petista Jaques Wagner. Sempre com agenda de candidata e anúncios de presidente.

O Nordeste tem em torno de 27% dos votos. Lula e Dilma atingiram recordes históricos na região nas últimas eleições e, apesar da vitória da oposição em quatro das nove capitais em 2012, este ainda é um obstáculo bastante sólido, mesmo para um governador ousado e bem avaliado como Eduardo Campos.

O problema para Dilma é se ele consegue enfiar uma pesada cunha ali e se Aécio der a si mesmo os votos que não deu a Serra e a Alckmin em Minas, um dos três maiores eleitorados do país. Aí, a coisa pode ficar complicada. Mais ainda se o forte PMDB do Rio balançar.

Além disso, haverá três outras novidades em 2014: São Paulo não tem candidato e será disputado ferozmente, a economia não estará tão exuberante como antes e a expectativa é de aliança dos oposicionistas Aécio e Campos no segundo turno.

Tudo isso para dizer que, sim, Dilma é favoritíssima em 2014, mas eleições não se ganham de véspera. Muito menos um ano e meio antes. (* Folha de S.Paulo)

 

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