Após cerca de 42 horas, divididas em dois dias de sessões, a Câmara dos Deputados finalmente concluiu, na manhã de ontem (16), a votação da Medida Provisória 595, mais conhecida como MP dos Portos. Polêmico, o texto prevê, entre outras coisas, a ampliação de investimentos e a modernização do setor portuário.
Algumas horas depois, o Senado Federal aprovou, em votação simbólica, o texto final da medida. Até o fechamento da coluna, faltava apenas verificar se havia quórum suficiente.
A presidente Dilma Rousseff (PT), que nos últimos dias fez diversos apelos para que o Congresso Nacional votasse a matéria, acompanhou o andamento das sessões do Palácio do Planalto. Após a aprovação por parte dos deputados, Dilma pode respirar tranquila, afinal, como havia previsto a ministra Ideli Salvatti, ao contrário do que acontece na Câmara, é notória a mobilização da bancada governista no Senado, dona de quase dois terços da Casa.
Sem entrar no mérito do que é justo ou não, o trâmite dessa medida provisória pelos corredores de Brasília, que teve seu ápice nos últimos dias, evidenciou o que há muito se comentava: a base aliada da presidente Dilma está totalmente desestabilizada. Parlamentares que em outros tempos se diziam fiéis escudeiros do governo petista simplesmente abandonaram seus postos e criticaram os motivos e a pressa do Governo Federal, o combustível necessário para a oposição expor a fragilidade que o cenário evidenciou.
Se até aqui o debate pré-eleitoral já acirrava os ânimos, pondo aliados históricos em trincheiras opostas, agora, com a aprovação da MP dos Portos, o circo tem tudo para pegar fogo.
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