Audiência pública reivindica instalação de campus da Ufersa em Assú
Depois de Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, Assú poderá ser a próxima cidade do Rio Grande do Norte a receber um campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pelos menos, no que depender dos assuenses a instalação está praticamente certa. Para mobilizar a sociedade e a classe política, a Prefeitura local promoveu audiência pública para discutir a expansão do ensino superior no Vale do Açu e Região, tendo como convidados o reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos, e a reitora da UFRN, professora Ângela Paiva.
A ideia é acelerar o processo com a aprovação no próximo de recursos provenientes de emendas de bancada. “Precisamos da união política em prol do desenvolvimento da região”, afirmou o prefeito de Assú, Ivan Lopes Júnior. Durante a audiência também foi instalado um comitê com representação de todas as entidades envolvidas para um levantamento sobre as demandas de de cursos mais viáveis para a região do Vale do Açu. A criação do curso de medicina multicampi, com instalação em Mossoró e Assú, foi uma das possibilidades apresentadas. “Antes, precisamos fazer um estudo mais aprofundado”, considerou o reitor José de Arimatea sem especificar os cursos que poderão ser criados no futuro campus da Ufersa.
Realizada na tarde desta segunda-feira, 20, na Câmara de Vereadores, a audiência pública lotou o Plenário João Marcolino de Vasconcelos, com a participação de estudantes e professores, além de vários prefeitos que compõe os municípios do Vale, como Assú, Ipanguaçu, São Rafael, Carnaúbas e Afonso Bezerra. Além de outras autoridades como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Mota, e os deputados estaduais Nelter Queiroz e George Soares. A deputada federal Fátima Bezerra intermediou os trabalhos.
“Essa plenária traduz de maneira intensa o sonho de ver ampliadas as oportunidades de ensino superior na região do Vale do Açu”, afirmou a deputada Fátima Bezerra, presidente da Comissão da Educação na Câmara Federal. Segundo ela, em dez anos o governo do PT avançou na educação no país e no Rio Grande do Norte. “O Plano Nacional de Educação, que está prestes para se aprovado, prevê um aumento de 7 para 14%, o acesso de jovens no ensino superior”, lembrou, acrescentando que a instalação de mais um campus da Ufersa representa “possibilidade real”.
A proposta para a redistribuição dos royalties do petróleo na educação também é vista com otimismo pela deputada. “Estamos dando hoje um passo importante para a instalação da Ufersa em Assú”, acredita. Fátima Bezerra disse ainda que a união da força política será fundamental para essa conquista que beneficiará todos os municípios que compõem a região do Vale do Açu.
O anfitrião, o prefeito de Assú Ivan Lopes Júnior, garantiu a doação de terreno pela Prefeitura para a instalação do campus. Segundo ele, mais de 500 estudantes se deslocam diariamente para outros municípios para cursar o ensino superior. “A instalação da universidade federal é um passo importante para o desenvolvimento da nossa região”, considerou. Ivan Júnior acredita ainda que a instalação da Ufersa representa o fortalecimento econômico da região com possibilidades concretas para a instalação de uma Zona de Processamento de Exportação – ZPE. “A educação é o caminho para um melhor aproveitamento das riquezas da região”, considera o prefeito.
REITORES – Tanto o reitor da Ufersa, José de Arimatea, e a reitora da UFRN, Ângela Paiva, reconhecem que o município de Assú fica situado na área de abrangência da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Daí, a proposta mais viável é de que o município venha a receber um campus da Ufersa.
Na ocasião, o reitor Arimatea de Matos afirmou que mais de 73% dos jovens com idade entre 18 a 24 anos continuam fora do ensino superior por falta de vagas. “Anualmente, 2.500 estudantes concluem o ensino superior no Vale do Açu, mas apenas 6,93% entram na universidade”, explanou. Pegando como exemplo a Ufersa Angicos, das 400 vagas oferecidas anualmente, 26% são ocupadas por jovens do Vale do Açú.
O reitor disse ainda que para continuar com o processo de expansão se faz necessário um estudo para identificar a demanda dos cursos na região. “Tenho a convicção de que em pouco tempo a Ufersa Assú será realidade”, afirmou o professor José de Arimatea.
Para a reitora de UFRN, professora Ângela Paiva o maior desafio das universidades federais é prosseguir o crescimento com qualidade. “O importante nesse momento é discutir um futuro mais seguro e sustentável para a região do Vale do Açu”, afirmou. Segundo a reitora, quase 90% dos estudantes que cursam o ensino médio estão em escolas públicas. “De cada 100 jovens, manos de 10 estão na universidade”, afirmou, adiantando que “a educação é o maior antídoto para se combater a pobreza”.
A reitora da UFRN considera legítima a reivindicação dos municípios do Vale do Açu ao buscarem alternativas para mudar essa realidade. “A área é da Ufersa, mas conjuntamente, vamos apresentar ao MEC nos próximos dias um projeto para a continuidade da expansão do ensino superior no Rio Grande do Norte”, revelou. Ainda segundo Ângela Paiva uma das principais condições exigidas pelos reitores para a expansão será a garantia da qualidade federal, que inclui orçamento, professores, técnicos e investimentos para custeios das novas unidades.
Fonte: Assessoria
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