Poderosa, mas intolerável

 

A presidente Dilma aparece como a segunda mulher mais poderosa do mundo, segundo ranking da revista americana Forbes. É um tento e tanto, mas no quesito bons modos, jogo de cintura e simpatia a governante brasileira está reprovada.

Não há, hoje, um só governador, mesmo da base ou do partido dela, o PT, que nutra por ela admiração pela forma como trata as autoridades inferiores. No Senado ou na Câmara dos Deputados são raríssimos os parlamentares que venham a tirar o chapéu para ela.

Dilma trata todos com patada, sejam ministros, auxiliares mais diretos, governadores ou parlamentares. A rigor, ela governa com cinco ou seis ministros, porque conheço alguns que ocupam a Esplanada há 18 meses e que nunca foram recebidos para um despacho de rotina.

Mal humorada e com mania de pisar quem quer que seja Dilma já chegou a passar um pito em público no governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), num evento em Salgueiro sob a temática da ferrovia Transnordestina.

Os próprios governadores que presenciaram a cena cuidaram de contar aos jornalistas o constrangimento. Por essas e outras, ninguém do meio político tolera a convivência com a presidente. É papel de enrolar prego, como reza o linguajar nordestino.

Dilma não foi anteontem ao jantar oferecido pelo PMDB no Palácio Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, porque já brigou com praticamente todas as lideranças do partido.

E pela madrugada foi, mais uma vez, apunhalada pelo PMDB: integrante da bancada de Minas, o deputado Leonardo Quintão, com o apoio de colegas do PP e PR, conseguiu protocolar a CPI da Petrobras.

Isso, vale ressaltar, uma semana após o mesmo PMDB, que detém a maior fatia de cargos em seu governo, trabalhar fortemente pela reprovação da MP dos Portos, só aprovada em função do rolo compressor do Governo, que passou pela liberação de R$ 1 bilhão em emendas individuais dos próprios parlamentares da sua base de sustentação.

 

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