No dia em que o IBGE revelou que a economia cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre, abaixo das expectativas de analistas, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu o mercado financeiro com um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica (Selic), que passou de 7,5% para 8% ao ano. A decisão de acelerar a elevação dos juros foi tomada por unanimidade pela cúpula do Banco Central para conter a inflação, que acumula uma alta de 6,49% nos últimos 12 meses. O teto da meta do governo é 6,5%.

O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”, afirmaram os diretores do BC em comunicado divulgado após o encontro. Diante da decisão, alguns especialistas já alertam para o risco de um quadro próximo à estagflação: baixo crescimento com inflação alta.

Com o resultado, o país ocupa a quarta posição no ranking de juros reais, com um percentual de 2,1%, atrás apenas de China, Rússia e Chile.

BC quer inflação em declínio no 2º semestre

A cúpula do BC já havia dado sinais de que apertaria ainda mais a política de juros ao subir o tom do discurso de combate à inflação. Deu a entender que as próximas altas seriam maiores. O início do ciclo de alta da taxa básica começou na reunião anterior do comitê com uma elevação de 0,25 ponto percentual. Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que faria tudo para controlar a inflação. E garantiu que, no segundo semestre, a inflação acumulada em 12 meses deverá enfim entrar numa trajetória de queda.

— O Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e para assegurar que essa tendência persista no próximo ano— afirmou Tombini numa audiência no Congresso Nacional. (Informações de O GLOBO – Gabriela Valente

 

 

 

 

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