Por Carlos Newton
Como o tempo passa rápido. Só faltam quatro meses para definir o grid de largada do Grande Prêmio do Planalto 2014. Com diz o ex-árbitro Arnaldo Cesar Coelho, a regra é clara. Quem quiser ser candidato tem de estar filiado a um partido até um ano antes da eleição.
A confusão ainda é geral, porque há partidos com candidatos praticamente escolhidos, como PT, PSDB, PSB, Rede e PV; partidos sem candidatos, como PDT, PSD, MD e PTB; e partidos que não querem ter candidatos, como PMDB, PCdoB, DEM e PR, entre outros.
Por debaixo dos panos, as negociações são frenéticas, em meio a um suspense de matar o Hitchcock, como dizia o compositor Miguel Gustavo. E no tabuleiro desse interessante xadrez político, três peças são fundamentais – o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Joaquim Barbosa e o ex-governador José Serra. Dos movimentos deles depende todo o resto.
SERRA E MARINA
Como o PSDB está mesmo propenso a apoiar o senador mineiro Aécio Neves, Serra só tem um caminho – filiar-se até outubro a algum partido que tenha algum espaço na TV, como o Mobilização Democrática (MD, fruto da fusão de PPS e PMN). Caso contrário, estará fora do jogo. O ministro Joaquim Barbosa vive a mesma situação, tem de se filiar e pode escolher entre vários partidos que lhe oferecem legenda.
Marina Silva, com o generoso apoio financeiro de uma das herdeiras do conglomerado Itaú, já tem garantida a formação de seu partido, que leva a sigla Rede, mas enfrentará um grau de dificuldade enorme para consolidar a candidatura – terá de fazer coligações com quem aparecer pela frente, porque sua nova legenda terá espaço mínimo na TV. E que partido cairá na Rede de Marina?
Joaquim Barbosa é uma incógnita, mas tem muita importância na disputa e parece estar em franca campanha.
LULA X DILMA
Quem está em situação mais confortável é Lula, porque ainda tem praticamente um ano e um mês para decidir se será candidato. A legislação eleitoral determina que até 30 de junho do ano eleitoral os partidos políticos podem realizar suas convenções para escolher seus candidatos e definir coligações (Lei nº 9.504).
É essa situação que está enlouquecendo Dilma Rousseff. Lula não mergulha de cabeça na campanha dela. Pelo contrário, repete que, se for necessário, “o velhinho” está disposto a aceitar o sacrifício.
E o sinal vermelho da economia favorece Lula. É por isso que Dilma Rousseff anda tão ansiosa e não para de engordar. Amanhã a gente conta mais detalhes. Como dizia Roberto Carlos, detalhes também são importantes.
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