A decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de deixar para o segundo semestre o julgamento dos embargos declaratórios dos réus do mensalão levantou um receio no PT. O de que, assim como o julgamento da ação penal coincidiu com a campanha eleitoral de 2012, a análise dos embargos vá coincidir com a disputa de 2014.

Esse assunto não acabará tão cedo. Esgotados os recursos e publicado o acórdão final, os réus começarão a cumprir penas. Mas, no dia seguinte, os advogados entrarão com pedidos de “revisão penal”. É nessa fase que os réus esperam conseguir derrubar o pilar central da acusação, a de que houve desvio de dinheiro público do fundo Visanet e da Câmara dos Deputados, que tinham contratos com agências de Marcos Valério. Sem a tese do desvio, o valerioduto seria apenas um caixa dois.

O jornalista Raimundo Pereira, na revista Retrato do Brasil, vem apresentando documentos comprovando a realização de todos os serviços contratados pelo Fundo Visanet, que é privado (seus recursos vieram da Visa Internacional) e não público, como sustentou o STF. Se provado que não houve desvio, cairão as condenações por peculato, por exemplo.

 

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