Que o insistente mau humor da presidente Dilma Rousseff (PT) anda atrapalhando sua até então boa relação com os partidos da base aliada não é novidade. O que vem ganhando destaque nos jornais e blogs especializados em política é a tentativa desesperada do vice-presidente Michel Temer (PMDB) de tentar acalmar os ânimos e agir como articulador político.

Os assessores da presidente precisam lembrar-se, com uma constância bem maior do que hoje ocorre, que Dilma Rousseff foi o nome escolhido pelo ex-presidente Lula para, de certa forma, dar continuidade ao seu plano de ações e, juntamente com os votos, seus eleitores – e de Lula – transferiram também suas expectativas.

O ex-presidente consagrou-se como um homem “do povo”. Em seus discursos, Lula sempre fez questão de frisar que sua gestão seria voltada para as classes mais pobres e, com isso, caiu no gosto do seu público-alvo.

Dilma, por sua vez, aparenta não se importar com o contato humano, e essa falta de articulação está ameaçando o seu projeto de reeleição. A insatisfação de membros da base aliada tem sido remediada com a distribuição de cargos. Mas será que remediar é realmente tão satisfatório politicamente quanto prevenir?

Os ‘dilmistas’ precisam abrir os olhos. A reeleição da presidente não é ameaçada – somente – pelas candidaturas de Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede Sustentabilidade). As vezes, nosso maior inimigo não mora na casa ao lado. (Carlos Cavalcanti)

 

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