Por João Bosco Leal

Atualmente é muito comum vermos pessoas já de meia idade que frequentam diversos locais como bares, restaurantes, shows ou boates e a cada dia ou semana, com uma companhia distinta.

Observando mais essas pessoas, notaremos que normalmente são solteiros, divorciados ou viúvos, vivendo só, longe dos filhos e netos, que depois de já haverem trabalhado bastante e financeiramente cuidado razoavelmente do futuro dos mesmos, pensam que chegou a hora de se preocupar em, agora, viver mais a própria vida.

Como ninguém sabe quanto viverá e cronologicamente ser certo que já ultrapassaram a primeira metade de sua vida, querem, na metade final, aproveitar mais enquanto isso ainda é possível.

 

Além disso, as pessoas normalmente não pretendem envelhecer sem uma companhia com quem possam conversar, lembrar-se das experiências vividas e terem cuidados mútuos.

Quem já está nessa fase da vida já deve ter tido diversas paixões, mas provavelmente um único, maduro e verdadeiro amor; e quem teve a felicidade de vivê-lo, sabe dos motivos pelos quais sempre continuará buscando reviver algo igual ou ao menos semelhante.

Assim, penso que o fato delas saírem e conhecerem outras – e com algumas delas ter ou não pequenos affaires ou mesmo paixões repentinas e pouco duradouras -, em nada contradiz com sua busca por uma companhia definitiva, com quem queira viver até o final de seus dias.

Nessa busca poderão surgir pessoas fisicamente lindas, mas ao conhecê-las perceberão que apesar de cultas, são pouco inteligentes, outras, não tão belas ou cultas, são inteligentíssimas. Algumas reúnem cultura, inteligência e até beleza física, mas pouca educação. Pessoas levam vidas saudáveis ou não, bebem, fumam, usam ou usaram drogas, enfim, milhares de diferenças serão encontradas entre os seres humanos.

 

Entretanto, independentemente de possuírem beleza física, cultura e inteligência elevadíssima, raras são as que reúnem berço, caráter, educação, dignidade e não possuem vícios. Essas são as que fazem o outro se apaixonar.

Claro que nessa busca corremos riscos, mas isso é inerente a tudo na vida e, apesar de calculados, sem correr riscos a vida não teria graça. Podemos inclusive fazer brincadeiras sobre eles, mas são reais e, querendo ou não, todos nós os corremos.

 

Um deles é o de se encontrar pessoas que nunca viveram um grande amor e, consciente ou inconscientemente, com o leva e trás de notícias maldosas ou até caluniosas, atrapalham ou até eliminam a possibilidade da união ou reaproximação de outro casal.

São pessoas tristes, frustradas que por não haverem conseguido ser felizes não suportam ver a felicidade alheia e tudo fazem para impedi-la. Fingem ser amigas, confidentes, e ao invés de ajudarem na reconciliação de um casal, aproveitam de confidências que poderiam ser utilizadas nessa reconciliação para, distorcendo-as, provocar um afastamento ainda maior.

Outro risco – o de provocar ciúmes – pode afastar definitivamente quem realmente desejaríamos ter ao nosso lado, mas quem recusa o amor de alguém também corre o risco de – passado um tempo, caso mude de ideia -, perde-la para sempre, pois mesmo não buscando, durante esse período a mesma pode encontrar outra pessoa.

 

Apesar das possibilidades de erros, ninguém pode deixar de buscar, pois correndo riscos vivemos experiências, algumas dolorosas, outras felizes, mas só arriscando teremos a chance de acertar.

 

Seja o primeiro a comentar


Poste seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *