Por Magno Martins

O encontro de Eduardo Campos (PSB) com Aécio Neves (PSDB), ocorrido 30 dias do prazo fatal para troca e filiação partidária, desencadeou o processo de desmame do PSB do Governo.

Mas quem tomará a iniciativa de oficializar o rompimento: Dilma afastando os ministros do partido ou o governador entregando os cargos?

A primeira hipótese tende a ser a mais provável. Raposa política da doutrina arraesista, Eduardo tende a forçar que Dilma jogue a toalha e promova as demissões, porque ficará com o discurso de vitimado, tudo que precisa, neste momento, para atrair apoios e crescer na opinião pública.

A presidente já definiu janeiro como data-limite para que ministros-candidatos cortem o cordão umbilical com o Planalto. O PT abaixa a cabeça feito lagartixa, mas cobra tratamento diferenciado ao PSB: degola-já.Por Dilma, os ministros socialistas, incluindo comandantes de estatais, como a Chesf, já teriam sido fuzilados há muito tempo.

A presidente não tem nenhuma dúvida da candidatura de Eduardo ao Planalto. Mas Lula, o conselheiro-mor de Dilma, ajuda a esticar a corda, não se sabe por que ainda não acredita no projeto presidencial do pernambucano ou se aposta em outra estratégia.

A de que, estando amarrado ao Governo pelos cargos, o PSB não consegue dar um passo à frente, depositando na população a confiança de que Eduardo é candidato. Ambas as leituras têm lógica.

Provavelmente em razão da segunda assertiva, o candidato do PSB não cresce nas pesquisas como acontece com Marina Silva e até o tucano Aécio. Nos tempos atuais, de depuração dos políticos, ninguém pode mais o encobrir o manto: ou é carne ou peixe.

 

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