Por Carlos Newton
A expectativa é enorme em Brasília. No Palácio do Planalto, por incrível que pareça, a pequena facção que continua leal à presidente Dilma Rousseff está torcendo desesperadamente para que os mensaleiros sejam logo condenados, colocando-se uma pedra sobre o assunto, de forma que o ministro Joaquim Barbosa fique quieto no cantinho dele.
Mas a facção majoritária, leal a Lula, está pouco ligando, porque sabe que Dilma não terá legenda no PT e não acredita que uma possível candidatura do presidente do Supremo realmente possa ameaçar a eleição de Lula em 2014. No raciocínio dos intelectuais do Instituto Lula, ele seria imbatível e eles já têm a vitória como favas contadas, tal qual se dizia antigamente.
Mas acontece que os compositores Marino Pinto e José Gonçalves há tempos já nos alertavam de que o coração tem razões que a própria razão desconhece. Da mesma forma ocorre com a política. Se eleição fosse ganha de véspera, é claro que Leonel Brizola teria sido presidente e Collor continuaria limitado a governar a casa da Dinda. Da mesma forma, os dirigentes do Instituto Lula podem estar errados em relação a essa vitória por antecipação.
“MELANDO O JULGAMENTO”
Se hoje, no Supremo, os ministros petistas derem o pulo do gato e melarem o julgamento do mensalão, para começar tudo de novo em relação a alguns dos principais envolvidos, ninguém pode prever o que acontecerá.
Nosso companheiro e amigo Carlos Chagas, em dois artigos extraordinários, já aventou aqui na Tribuna a possibilidade de Joaquim Barbosa renunciar à presidência do Supremo e pedir aposentadoria, para concorrer à Presidência, como um candidato fortíssimo.
Mas há uma segunda hipótese, também no caso de o primeiro julgamento dos mensaleiros ser cancelado pelos embargos infringentes. Como Joaquim Barbosa só precisa se filiar a partido e se desincompatibilizar seis meses antes da eleição, ele pode continuar no Supremo, com os faróis da mídia sobre ele, até 5 de abril de 2014.
Pensem bem sobre isso e depois me digam se a eleição já está ganha por Lula, antecipadamente?
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