Por Carlos Brickmann

 

Na quarta-feira, o ministro Celso de Mello votou pela aceitação dos embargos infringentes. E agora? Agora é esperar o acórdão (que sai algum dia desses), depois a apresentação dos embargos propriamente ditos, os embargos de declaração a respeito dos embargos, a análise do relator, os votos. No meio, as longas férias do Supremo. Mas o futuro a nós pertence: em data a ser definida, virá a sentença.

Novela? Não sejamos injustos: a novela mais longa da TV brasileira, Redenção, na Excelsior, teve 596 capítulos e ficou no ar de 16 de maio de 1966 a 2 de maio de 1968. Apresentava um elenco monumental, em qualidade e quantidade: Francisco Cuoco, Miriam Mehler, Fernanda Montenegro, Márcia Real, Vicente Leporace, Lourdes Rocha, Rodolfo Mayer, Lélia Abramo, Armando Bógus, Aparecida Baxter, Procópio Ferreira, Geórgia Gomide, Fernando Baleroni, Verinha Darcy, e outros artistas de primeira linha. O julgamento do Mensalão já levou mais que o triplo do tempo da mais extensa das novelas da TV; e, mesmo considerando-se as substituições, por aposentadorias ou morte, seu elenco nunca chegou ao tamanho do grupo de astros reunido pelo diretor Waldemar de Morais.

E vai demorar. Um repórter que leve cinco dias para redigir algo como um acórdão não terá emprego (um redator bem mais rápido do que isto, mas menos veloz que os colegas, recebeu o apelido de Lauda 1). Em nenhuma outra profissão um trabalho tão importante é tão interrompido por férias, feriados, recessos. Amanhã vai ser outro dia. Outro dia igualzinho, sem conclusão do processo.

 

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