A atividade ceramista, uma das mais representativas da economia do Vale do Açu, também é apontada como um dos setores com elevada taxa de emissão de poluentes. Mas por meio de consultorias desenvolvidas a partir do Programa SebraeTec, 12 micro e pequenos empreendedores da região estão descobrindo e aplicando métodos que promovem mudanças nos processos de produção e criam alternativas para melhorar a produtividade. Ao mesmo tempo, as medidas reduzem os danos ao meio ambiente. o trabalho integra as ações promovidas pelo Escritório Regional do Sebrae no Vale do Açu. No município de Ipanguaçu, distante 214 quilômetros de Natal, a Cerâmica Pataxó, que produz mensalmente um milhão de peças, entre tijolos e lajotas, aposta em melhorias nas técnicas de produção para fabricar produtos de melhor qualidade e promover redução nas perdas durante a queima. A argila, principal componente na produção dos tijolos e lajotas agora é testada no laboratório instalado na cerâmica após as orientações repassadas pelos consultores do SebraeTec.
“O SebraeTec só veio para trazer benefícios. O setor ceramista estava dormindo e agora acordou. O programa trouxe melhorias para todos. Depois das consultorias, instalamos o laboratório, fabricamos um material com uma qualidade melhor e a perda durante a queima foi reduzida”, atesta Cárita Medeiros.
Mas as ações resultantes das consultorias de inovação e tecnologia do programa SebraeTec vão mais além. De olho em uma nova atividade dentro do segmento ceramista, os empreendedores de Ipanguaçu desenvolvem projeto que prevê o desenvolvimento de um novo produto feito a partir dos rejeitos derivados das perdas na produção.
A ideia também é instalar um “forno vagão”, que reduz a quantidade de lenha a ser utilizada na queima dos produtos, e, consequentemente, diminui a emissão de gases tóxicos no meio ambiente. “Estamos desenvolvendo este projeto para aplicarmos a partir do próximo ano. Além de darmos uma destinação sustentável aos rejeitos, vamos desenvolver um novo produto e aumentar nossa receita”, explica.
Além de atacar deficiências na produção, ao longo de seis meses, a consultoria em adequação do processo produtivo, aplicada junto a 12 empreendedores do setor ceramista, promoveu adequação dos produtos às normas técnicas de qualidade.
Vilson Morais possui uma cerâmica no município de Pendências, e assim como Cárita, divide a mesma opinião quanto às mudanças geradas a partir do SebraeTec. Segundo ele, as mudanças ocorreram, especialmente, na melhoria da qualidade do produto. “Fui muito beneficiado com as consultorias, principalmente quando se trata da estética do produto. Melhoramos nas normas técnicas, e estamos fabricando peças melhor elaboradas. A partir do programa, agora estou estudando mecanismos para diminuir a poluição causada pela queima da madeira”, destaca.
Fonte: Sebrae
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