Por CARLOS CHAGAS

 

Solidariedade e o Pros, para engrossar seus quadros, estão oferecendo dinheiro do Fundo Partidário aos deputados que aceitarem deixar os partidos de origem, pelos quais se elegeram. A proposta é de pagar três reais por voto recebido pelo fujão, nas eleições de 2010. Pior do que a oferta, no caso, é a aceitação. Deveriam, os dirigentes dos novos partidos, ser presos junto com seus convidados.

O diabo é que entre os trinta outros partidos em funcionamento muito dinheiro já correu nas mesmas circunstâncias. Não parece impossível apurar toda a lambança, mas falta vontade política no Congresso e fora dele. O mensalão deu no que deu, ou seja, denunciado em 2005, ainda não levou ninguém para a cadeia. Nem a Polícia Federal, nem o Ministério Público, muito menos os Conselhos de Ética da Câmara e do Senado animam-se a enfrentar a questão.

Vamos que os trânsfugas bem remunerados cheguem a cinqüenta, dobro do número dos mensaleiros sentenciados e não presos. Se o processo destes arrasta-se há oito anos, serão necessários no mínimo dezesseis para os outros. Até lá poderão ter perdido as eleições, mas, caso reeleitos, quantas vezes terão mudado de partido?

A única solução capaz de acabar com esse teatro de horror seria a cláusula de barreira, no bojo da reforma política. Como essa não virá, os partidos de aluguel estão garantidos. As operações de compra e venda, também.

 

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