A ordem é o isolamento

 

No Palácio do Planalto, a ordem é fragilizar o projeto presidencial do governador Eduardo Campos, tirando dele qualquer chance de ampliar o seu tempo na televisão. Eduardo flertou primeiro com o PDT. Dilma foi lá e ofereceu cargos para segurar o partido na aliança.

Eduardo ajudou Kassab, ex-prefeito de São Paulo, a criar o PSD. Ganhou apenas o direito de controlar o partido no Estado, indicando o ex-deputado André de Paula para presidir o diretório estadual.

Da mesma forma como fisgou o PDT, Dilma criou o Ministério da Micro Empresa para evitar que o PSD se debandasse para a oposição, ou seja, para o palanque de Eduardo. E nomeou Guilherme Afif Domingues, vice-governador de Alckmin.

O tempo vai passando, o prazo para troca de partido vence sábado que vem e não há notícia de algum partido que tenha aderido ao projeto socialista. Até o PPS, que Roberto Freire já se manifestou favoravelmente pela adesão a Eduardo, agora depende de injunções paulistas.

 

Como Freire hoje é federal por São Paulo e quer ser reeleito, deve sofrer fortes pressões dos caciques tucanos paulistas, como FHC, Alckmin e Serra, para se aliar à candidatura de Aécio Neves, frustrando expectativas do governador pernambucano.

Sabendo das dificuldades que Eduardo enfrenta para ampliar seu tempo na tevê, o ex-presidente Lula partiu para a ironia, ontem, ao insistir na sua tese de que o líder socialista não será candidato, porque não tem apoios partidários nem palanques regionais.

“A candidatura de Eduardo a presidente é como o Corinthians, que entrou para jogar contra a Portuguesa, achando que o jogo seria fácil, e perdeu de quatro a zero”, disse, para acrescentar: “A política é um pouco isso. As pessoas têm que avaliar corretamente”.

Na linha de Lula, Dilma pediu para Fernando Bezerra continuar no Ministério da Integração, mas levou a pior. Ao rejeitar, o aliado confirmou, na prática que Eduardo é candidatíssimo a presidente e que vai enfrentar todas as adversidades, acentuadas por Lula com um viés jocoso e provocativo.

Fonte: Blog do Magno Martins

 

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