O Palácio do Planalto já reavalia a estratégia para a sucessão presidencial do próximo ano após o anúncio, no último sábado (5), da aliança entre Marina Silva (PSB) e Eduardo Campos (PSB). Petistas que integram o primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff (PT) acreditam que ela terá de reforçar a tática de construção da imagem de realizadora.

A ideia é se opor ao perfil “sonhático” da ex-ministra do Meio Ambiente, que deverá integrar a chapa presidencial do Partido Socialista Brasileiro com o governador pernambucano. Um ministro da gestão Dilma Rousseff chegou a brincar ao dizer que Marina terá de ser apresentada como a “realizática”.

A parceria entre Marina e Eduardo, dois ex-ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva, pegou de surpresa integrantes do Governo Federal. Os assessores do Planalto dizem que a presidente apostava que, sem ter conseguido registrar a Rede Sustentabilidade na Justiça Eleitoral por falta de assinaturas de apoio, Marina iria sair candidata pelo PPS.

No acordo com Eduardo, ainda não está claro quem será o cabeça da chapa. Apoiadores, tanto de Marina quanto de Eduardo, dizem que a ex-ministra topa ficar como vice. No anúncio de sábado, em Brasília, a ex-ministra afirmou que iria “adensar o projeto de uma candidatura já posta”.

Carisma e discurso – No Palácio do Planalto e no Partido dos Trabalhadores a avaliação é de que Marina leva para o palanque de Eduardo o carisma e também o problema de um discurso contra os investimentos na infraestrutura. Agora, a chapa informal PSB-Rede Sustentabilidade terá de mostrar como é possível garantir o crescimento da economia com a visão “sustentável” de Marina, diz um auxiliar da presidente.

Outro problema, segundo esse assessor, é a pressão dos aliados de uma possível candidata à vice que tem mais nome do que o Eduardo – nas pesquisas de intenção de voto, ela está logo atrás de Dilma, enquanto o governador aparece mais abaixo, sem atingir dois dígitos na preferência do eleitorado.

O discurso ambiental, área de Marina, será moldado para que o governo passe a impressão de preocupação ecológica sem, no entanto, ficar paralisado. Nas avaliações feitas pelo PT, a presidente Dilma é imbatível no discurso social, mas há preocupação com a recomposição da base no Nordeste, área de Eduardo. (Blog do Magno Martins)

 

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