A estiagem que perdura no Rio Grande do Norte desde meados do ano passado ainda castiga e compromete culturais tradicionais. Mas no caso da cajucultura, uma das atividades mais e representativas do Território da Cidadania Açu-Mossoró, os problemas e desafios vão mais além. A predominância de pomares formados por árvores ‘caducas’ aparece como um dos principais deles, e afeta diretamente a produtividade das amêndoas, segundo produto na pauta de exportação do estado. Para especialistas e produtores, a solução para elevar a produção potiguar está na substituição dos cajueiros gigantes pela espécie anão-precoce. As conclusões, apresentadas durante o Seminário da Cajucultura Potiguar – Oportunidades e desafios, promovido pelo  SEBRAE/RN, nesta quinta-feira (10), no Escritório Regional do Oeste, em Mossoró. O evento faz parte das ações previstas no projeto de Cajucultura, desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do Brasil, que beneficia mais de 2 mil produtores de castanha do Estado. “Precisávamos desta oportunidade para reunir representantes dos principais setores da cadeia produtiva da cajucultura e discutir melhorias para o segmento. São nos momentos difíceis que precisamos nos unir e buscar soluções para problemas e desafios”, frisa João Hélio Cavalcanti, diretor Técnico do Sebrae-RN.

De acordo com a os especialistas presentes no evento, além de possuir produtividade 50% maior se comparado ao cajueiro tradicional, outro fator presente no anão-precoce chama a atenção e desperta o interesse de produtores. Ao optar pela variedade, o produtor tem a certeza de uma colheita com amêndoas de tamanho e formato padronizados. “Os produtores já estão mais do que convictos de que o anão-precoce é a solução para aumentar a produtividade, e a tendência é que os pomares atuais sejam gradativamente substituídos por esta variedade”, prevê Antônio Calixto,pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (CE).

No Assentamento Novo Pingos, localizado na zona rural de Assú e referência na produção de castanha no âmbito da agricultura familiar, a substituição dos cajueiros gigantes pelo anão-precoce já atinge 200 dos 450 hectares destinados ao cultivo de castanha. A mudança é recente. Há apenas três anos, a variedade não existia no local, mas para o presidente da Cooperativa de Produtores de Novo Pingos (Coopingos), Manoel Cristiano, a ideia é, nas próximas safras, aumentar a área plantada com cajueiros anão-precoce.

“Vimos que a produtividade do anão-precoce é muito maior e precisamos recuperar os prejuízos das últimas safras. A nossa aposta está sendo na plantação, cada vez maior de cajueiros anão-precoce”, detalha. A maioria dos pomares de cajueiros existentes atualmente nas regiões produtoras do Rio Grande do Norte já possui mais de 30 anos, e, combinado a fatores como falta de nutrientes no solo, convergem para estagnação da planta.

Fonte: Assessoria

 

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