Na definição do escritor Nelson Rodrigues, “o brasileiro é um feriado”. Por isso mesmo, quando a data cai em um sábado ou domingo, como o feriado de Nossa Senhora de Aparecida neste 12 de outubro, surgem diversas reclamações de quem desejava ter uma folga extra, mas para a indústria o calendário é positivo do ponto de vista econômico. Neste ano, o setor deixará de perder R$ 8 bilhões devido a paralisações em feriados que caem em dia de semana, segundo um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

As perdas neste ano devem ser de R$ 42,2 bilhões segundo a pesquisa, contra R$ 50,5 bilhões do ano passado. No ano passado, foram dois feriados nacionais a mais em dia de semana. No âmbito estadual, 24 dos 39 feriados cairão em dia útil em 2013, três a menos que em 2012.

 

Oficialmente, o Brasil possui nove feriados nacionais e sete pontos facultativos, mas alguns destes, como a Terça-feira de Carnaval, já foram incorporados ao calendário de feriados oficiais. Com isso, o total de feriados sobe para 12. Há ainda 39 feriados estaduais.

 

* Para efeito de cálculo Corpus Christi, Segunda-feira e Terça-feira de Carnaval são considerados feriados.

 

Mesmo os estados que possuem apenas um feriado em dia de semana têm prejuízo: 16 estados brasileiros com este calendário perderão 3,6% de seus PIBs industriais.

 

Em seis estados não há nenhum feriado estadual em dia de semana: Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, Maranhão, Tocantins e Roraima.

 

Menos feriados

 

Na Câmara dos Deputados, circula um Projeto de Lei (nº 2.257 de 2011) apoiado pela Firjan que pretende reduzir ainda mais as folgas. Segundo o projeto, a proposta é deslocar para segunda-feira ou sexta-feira os feriados nacionais que caírem nos demais dias de semana. Assim, diminuiriam as emendas de feriado.

 

Em busca de maior produtividade, a China já desenvolveu algo neste sentido em 2008. O país reformou seu calendário estabelecendo nove feriados nacionais, três a menos que no Brasil. Em 2012, Portugal também promoveu mudanças que passaram a valer neste ano. Por conta da crise, o país eliminou quatro feriados de seu calendário (dois religiosos e dois civis).

 

Por conta da mudança, a China aparece em um ranking do Hotels.com como sendo um dos países com menos dias de folga no calendário. São 16 dias livres, menos da metade do Brasil, que aparece em terceiro lugar, empatado com França, Finlândia e Noruega. No topo do ranking, está a Rússia.

 

 

 

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