Sob a mira da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB-AC) que a acusa de não dar atenção à questão da sustentabilidade, a presidente Dilma Rousseff começa a esboçar uma estratégia de reação. Cercada por representantes de movimentos sociais, ela lança nesta quinta-feira, 17, em Brasília, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que se destina a estimular a agricultura sustentável entre pequenos agricultores, assentados, quilombolas e indígenas. Outras iniciativas nessa área também estão sendo costuradas pelo governo.
A apresentação do plano vai ocorrer na cerimônia de encerramento da 2.ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, que começou na segunda-feira. O encarregado de expor oficialmente a iniciativa à sociedade será o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Ele vai dizer que o objetivo principal é incentivar a produção de alimentos orgânicos ao mesmo tempo que se estimula à conservação dos recursos naturais.
O investimento inicial será de R$ 8,8 bilhões, até 2015. Desse total, R$ 7 bilhões serão disponibilizados por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário.
Quem costurou todo o projeto, que envolve ações de dez ministérios, foi Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. Seu trabalho durou quase dois anos e mobilizou, entre outras organizações, o Movimento dos Sem-Terra (MST) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
O projeto está pronto desde o primeiro semestre. Representantes do governo chegaram a anunciar que seria lançado em junho. Foi adiado, porém, em meio à onda de protestos que ocorreu naquele período, e enviado para uma gaveta, à espera de um momento propício.
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