O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta sexta-feira, 8, que ‘não será nenhuma tragédia’ se, nas eleições presidenciais do ano que vem, o PSB tomar o lugar do PSDB na disputa de um eventual segundo turno com a presidente Dilma Rousseff, atualmente a grande favorita da disputa. ‘Não acredito nessa possibilidade, mas se ela ocorrer não será nenhuma tragédia’, afirmou FHC. ‘O que eu acho é que temos de ter alternância no poder. O PT está há muito tempo no poder’.

 

‘TEM QUE SE ENCORPAR’

Mas FHC advertiu que o governador Eduardo Campos, provável nome do PSB em 2014, ‘tem que se encorpar’, porque ‘se ele não encorpar, não teremos segundo turno’. A avaliação foi feita em entrevista ao blog do jornalista Kennedy Alencar.

Mas o ex-presidente deixou claro, na conversa, que não acredita nessa possibilidade – a de o provável candidato tucano, Aécio Neves, vir a ser superado nas urnas pelo governador pernambucano. Segundo ele, Aécio ‘tem mais condições, porque a organização do PSDB é maior’. Ele mencionou, então, os Estados de São Paulo, Minas, Paraná, que têm um grande eleitorado, e o Pará. ‘O Aécio tem um enorme apoio em Minas, enquanto o Eduardo só tem Pernambuco’, completou.

 

QUATRO CANDIDATOS

No cenário eleitoral por ele traçado, o apoio da ex-senadora Marina Silva ‘vai ajudar, e é bom que ajude mesmo’ a fortalecer a candidatura de Campos. Mas o ex-presidente preferia mesmo, segundo observou, que houvesse quatro candidatos fortes na disputa – ou seja, que Marina tivesse conseguido registrar a sua Rede Sustentabilidade. ‘Tinha que ter quatro candidatos. Agora é mais complicado’.

FHC justificou sua decisão de apoiar o nome de Aécio – e não o do ex-governador José Serra – pela necessidade de renovação. ‘Há um momento em que precisa renovar. O Serra é um quadro muito capaz, votei nele a vida inteira, mas é o momento de Aécio’. Recorreu ao exemplo de seu sucessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que depois de lançar Dilma à presidência indicou Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo e agora recorre ao ministro Alexandre Padilha para disputar o governo paulista. ‘Hoje há uma fadiga de material, um certo cansaço. O Lula percebeu isso, tentou colocar candidatos novos’. (De O Estado de S.Paulo – Gabriel Manzano)

 

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