Caso confirme a intenção de não renunciar ao mandato, o futuro deputado-presidiário João Paulo Cunha (PT-SP) já tem data para enfrentar o processo de cassação: 4 de fevereiro, conforme agendou nesta terça-feira o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Nesse dia, a Mesa Diretora vai se reunir para analisar a abertura da ação contra o petista, condenado a nove anos e quatro meses de prisão no julgamento do mensalão. Segundo seus advogados, João Paulo se entregará à Polícia Federal nesta terça-feira, quando o mandado de prisão for expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Se aprovado pela cúpula da Câmara, o início do processo de cassação é apenas o primeiro passo para afastar João Paulo dos quadros da Casa. Antes de ser encaminhado ao plenário, o caso ainda tem de passar por análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – trâmite que inclui a nomeação de um relator para elaborar um parecer, a convocação da defesa do parlamentar e ainda votação do relatório final. No caso do deputado Natan Donadon (RO), considerado um parlamentar de “baixo clero” na Casa, as discussões se arrastaram por dois meses desde a prisão à vergonhosa sessão que salvou seu mandato.
Ao contrário da intenção anunciada por João Paulo, os outros três deputados mensaleiros condenados renunciaram ao mandato antes de se entregarem à polícia: Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e José Genoino (PT-SP). (Veja/Reinaldo Azevedo)
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