Por Carlos Chagas
Confirmados pelo próprio governo, números divulgados pela turma do “Impostômetro” revelam que o cidadão comum paga 46% de tudo o que recebe, por ano. Quer dizer, trabalha de janeiro ao final de julho para o poder público, seja nacional, estadual ou municipal. Claro que as grandes empresas encontram artifícios para escapar, da mesma forma como os especuladores e demais integrantes da quadrilha há décadas empenhada em burlar o fisco e a nação.
Se ao menos esse dinheiro arrecadado servisse para minorar as agruras dos menos favorecidos ou contribuir para o aprimoramento social, político e econômico, ainda valeria aceitar o sacrifício. O problema é que o governo ainda precisa fazer mágicas para equilibrar suas contas. Ou dizer que equilibra.
Chocou todo mundo o furo da revista “Isto É”, do fim de semana, denunciando a mais nova tramóia daqueles que pensam deter o poder, mas iludem-se porque representam apenas o papel de bobos. A Caixa Econômica Federal, para fugir do vermelho, apropriou-se indebitamente de 719 milhões de reais das contas de cadernetas de poupança de pessoas que trocaram de endereço, esqueceram seu CPF ou digitaram errado seus dados pessoais. Haverá, também, entre eles, aqueles que já morreram, esqueceram suas economias e até dão de ombros para suas poupanças.
O resultado é que quando a denúncia estourou, a Caixa jogou a culpa no Banco Central e em mil outros artifícios tão a gosto das confusas instituições econômicas que nos regem. A presidente Dilma precisou acionar os decibéis de sua indignação, mas o mal já tinha sido praticado: mais um capítulo na novela dos malfeitos verificados na administração pública.
Cada vez mais, torna-se necessário mudar tudo. Até aqueles que se aproveitam dos recursos nacionais para enriquecer ou manter-se nas boas graças de quantos pensam estar governando o país.
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