Por Luiz Tito
Passam da medida as manifestações que tomaram conta do país nos últimos dias, orientadas para acontecerem em shoppings centers, intituladas de “rolezinhos”. Na prática, trata-se de um bando de desocupados, equivocados, liderados por um imbecil com algum título e geralmente um pouco mais alfabetizado, que se organiza pelas redes sociais e decide perturbar a vida de quem está trabalhando, ou comprando, de quem está comendo ou passeando em paz nos shoppings.
A esses, que estão em sossego, e aos comerciantes que trabalham todos os dias, pagam impostos e empregam gente, quer se impor a convivência com um grupelho dono de um protesto ou recalque particular, íntimo ou sem destino claro e definido, que protesta por protestar, aproveitando-se da desordem gerada pelo tumulto para furtar, para depredar, para no mínimo encher o saco de quem está noutra.
O que querem esses grupos? Ninguém sabe. No último sábado, o shopping Iguatemi, em São Paulo, fechou as portas para evitar que um grupo de 30 jovens entrasse no espaço para fazer um protesto antirracista. Ganha força de postulado a atitude de se dividir tudo e todos em bons e maus e imaginar que o abrandamento dessa dicotomia agora está nos “rolezinhos”.
Em julho de 2013, os protestos das ruas se dirigiam à majoração das tarifas de transporte público, ao excesso de gastos com a Copa do Mundo e a supressão de recursos pela União, Estados e municípios na manutenção e melhoria dos serviços públicos de saúde, educação e segurança. Para isso, organizaram-se manifestações que fecharam ruas e estradas, levantaram-se faixas, cartazes de protesto e se ouviram palavras de ordem. Junto, também quebraram lojas, prédios e equipamentos públicos; houve depredação de bens privados, gerando a insegurança da população em todos os níveis, a ponto da grande maioria da sociedade não suportar mais tais atitudes.
E NADA MUDOU…
Que saldo ficou? O Renan Calheiros continuou voando nos jatos da FAB para implantar cabelos; os parlamentares, na sua grande maioria, seguiram dilapidando o orçamento nacional com emendas para ajudar parceiros; a economia rolou abismo abaixo e as oposições não tiraram da cartola qualquer proposta de mudança. Impera a conversa fiada, generalizada em todos os partidos e sustentada pelos seus candidatos.
Pelo que se vê desses “rolezinhos”, afora a possibilidade de reunião de jovens para namorar, tirar um sarro, dar uns beijos e curtir, o que é bom e louvável, saltam sempre na voz de líderes de merda os motivos do protesto. E sempre com violência, com abusos, com furtos, com a invasão da privacidade das pessoas e afronta aos seus direitos. É o maniqueísmo elevado aos píncaros do preconceito.
Ser negro é ser bom, ser branco é ruim. Já decidiram como ficam os amarelos? Índio é branco ou negro? E os japoneses? Quem viaja na rodoviária é bom, quem viaja por Confins é ruim? E de carro? Quem é rico é ruim, quem é pobre é bom, sempre assim? É bandeira ser bom quem compra no shopping OI e ruim quem vai ao BH Shopping? Façam-nos o favor. Se não houver mão de ferro no enfrentamento dessas manifestações, sair de casa vai virar um ato suicida e a violência, uma norma. É o que queremos? (transcrito de O Tempo)
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