Na opinião de Fernando Henrique Cardoso qualquer um que derrote Dilma Rousseff na disputa presidencial de 2014, seja Aécio Neves ou Eduardo Campos, será bom para o país. “Não estou pensando partidariamente, estou pensando historicamente. Está na hora. O Brasil precisa arejar”, disse ele.
Principal líder da oposição e presidente de honra do PSDB, FHC declarou que prefere Aécio, “porque tem uma estrutura partidária maior. Mas acho que o Eduardo está tomando posições que são corretas e vai arejar de qualquer maneira.”
FADIGA DE MATERIAL
Ele identifica uma “fadiga de material” na administração petista. “A populaçao está sentindo que está na hora de mudar”, avalia. Mas a mudança não virá de mão beijada. “Essa eleição só será ganha pela oposição se alguém da oposição, seja quem vier a ser, tiver coragem de dizer as coisas como elas são, com simplicidade.”
Se fosse mais jovem, disputaria a presidência? “Se eu tivesse 15 anos a menos, na circunstância atual, sim, sim, porque eu estou com vontade de mudar”, respondeu o octagenário cacique tucano. “O Brasil está precisando de gente que fale olhando no olho das pessoas, dizendo, sem meias palavras, sem muita politiquice, as coisas como elas são.”
FHC reconhece que Aécio e Campos ainda não se firmaram como contrapontos de Dilma. Acha natural, já que o eleitor só vai prestar atenção na disputa presidencial “depois da Copa.” Por ora, só a presidente é realmente conhecida. Sem “ilusões” quanto à dificuldade da disputa, celebra uma novidade: “Pela primeira vez, houve um deslocamento de blocos do governo.”
“Tanto a Marina quanto o Eduardo saem do bloco do governo e vão pro outro lado”, afirmou. “A campanha vai forçar uma certa radicalização. E acho que há, pela primeira vez também, uma articulação positiva entre o Eduardo e o Aécio.” Para FHC, ambos entenderam que precisam “somar forças.”
Fonte: Josias de Souza
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